Réveillon

Restrições e suspensão de eventos causam prejuízos a bares em SL

Festas com público restrito não são vantajosas a empresários; clientes, ao terem ciência da ausência de apresentação de bandas e artistas, cancelam reservas em eventos na Grande Ilha; ACM emitiu nota

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Bares se esforçam para se adequar às regras sanitárias, mas eventos com números fixo de pessoas não é vantajoso
Bares se esforçam para se adequar às regras sanitárias, mas eventos com números fixo de pessoas não é vantajoso (Bares Litorânea)

São Luís - Faltando apenas um dia para o Réveillon, donos de bares e restaurantes da Grande Ilha, sobretudo aqueles localizados na orla, já contabilizam prejuízos pelo cancelamento de shows e pelas restrições sanitárias impostas pelo governo estadual, para impedir a proliferação da Covid-19. Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que até o dia 28 havia 200.220 casos confirmados do novo coronavírus em todo o Maranhão e um total de 4.479 óbitos.

Francisco Neto é proprietário de dois restaurantes na capital no Centro Histórico na Avenida Litorânea, e preferiu cancelar as festas da virada de ano nos seus dois empreendimentos. “Conforme o protocolo sanitário, a festa deve ser feita para no máximo 150 pessoas, então, evento desse tipo acaba não sendo muito vantajoso, por haver mais custos do que lucro”, explicou o empresário.

Ele disse que para a festa de Réveillon é necessária a contratação de mais funcionários, como barman, chefe de cozinha, recepcionistas, garçons, músicos, banda e até mesmo DJs. No dia 31, os dois estabelecimentos vão ficar de portas abertas até 17 horas e voltarão a funcionar somente no período da manhã do dia seguinte. “Devemos ter cuidado com a Covid-19. Neste ano, preferimos cancelar a festa da virada do ano e salvar vidas”, frisou o empresário.

Sandro Schoms, dono de um bar na Avenida Litorânea, disse que clientes de outras cidades e, até mesmo de fora do estado, já cancelaram reserva no bar, para o dia 31. “Eles ligaram cancelando a reserva, porque ficaram sabendo que não haveria mais shows na praia e que outras festas da virada do ano também tinham sido suspensas, por ordem judicial”, contou o empresário.

A direção de um bar, localizado no Anel Viário, informou que para a festa da virada deste ano comprou menos bebidas e comidas em relação a quantidade adquirida para o evento do ano passado, espera um baixo público e não contratou cantor para se apresentar durante a noite do dia 31.

Índice baixo
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgou recentemente que apesar da reabertura dos estabelecimentos o faturamento ainda decepciona a classe empresarial e o nível de endividamento do setor continua alto.

A pesquisa foi realizada nos 27 estados e apontou que mais da metade (53%) dos donos de bares e restaurantes diz que suas empresas operam no prejuízo – e para 52% deles o faturamento está abaixo da expectativa na retomada. Em setembro, com a extensão do horário de funcionamento em algumas capitais brasileira, houve ligeira melhora nas receitas. Mesmo assim, 56% dos empresários dizem que está faturando menos da metade do que no mesmo período do ano passado.

Também foi mostrado um alto nível de endividamento das empresas; 62% dos empresários disseram ter contraído empréstimos para sobreviver durante a crise - e outros 18% afirmam haver tentado, mas receberam negativa dos bancos. Quase 30% dos respondentes estimam levar até dois anos para trazer as dívidas a um patamar normal ou aceitável.

A pesquisa ainda avaliou a percepção dos empresários quanto ao aumento dos insumos na retomada. Sem estoques, devido ao longo tempo fechado, o susto foi grande na hora de reabastecer a cozinha: quase metade (47%) avalia que o preço dos insumos está pelo menos 15% mais caro do que era antes da pandemia, um número bem acima da inflação geral. Com o aumento, muitos têm de repassar parte dos custos para o cardápio.

Paulo Solmucci, que é presidente-executivo da Abrasel, declarou que antes da pandemia da Covid-19 os bares e restaurantes eram responsáveis por mais de seis milhões de empregos no país e, no momento, operam com menos funcionários e não existe a perspectiva de contração a curto prazo.

Nota Pública

Associação Comercial do Maranhão (ACM) emitiu nota pública sobre o cancelamento de eventos de Réveillon:

Em alusão às recomendações do Ministério Público estadual relativamente ao cumprimento de normas, protocolos e medidas de controle para eventos, preconizadas na última regulamentação estadual do setor de entretenimento (Portaria nº 81, de 21 de outubro de 2020, editada pelo governador Flávio Dino), que autoriza a realização de festas com até 150 pessoas, a Associação Comercial do Maranhão – ACM, na missão de representante do setor produtivo, vem a público manifestar-se no seguinte sentido:

1. Manifestar solidariedade e apoio aos produtores de eventos e empresas que, no sentido da recuperação econômica, planejaram seus eventos de final de ano e, em face das recomendações do MP e no sentido do cumprimento das medidas de controle sanitário, veem-se agora frente à necessidade de cancelamento, o que acarretará prejuízos que se somam aos impactos bastante relevantes nesse segmento, paralisado à quase totalidade desde fevereiro último.

2. Na perspectiva da preservação da vida e do reforço aos cuidados para evitar riscos de exposição e aumento dos índices de contaminação pelo coronavírus, de modo particular na capital maranhense, e em razão da possibilidade de uma segunda onda da pandemia, entende a ACM pela necessidade de adequação das empresas à determinação e do reforço aos cuidados com a saúde de todos.

3. Frisa, entretanto, a entidade, a necessidade do justo e igualitário tratamento aos episódios potencialmente geradores de aglomeração e de elevação da possiblidade de contágio, como os ocorridos no período eleitoral de responsabilidade de candidatos e partidos políticos, os quais tiveram ampla e notória repercussão e, s.m.j, e não teriam recebido do Poder Público a necessária responsabilização, inclusive como medida educativa e de satisfação às famílias e cidadãos que buscam se manter alertas, lutando para preservarem-se e aos seus de qualquer possibilidade de con tágio.

4. E, por fim, defende a entidade amplo processo de fiscalização por parte do Poder Público, no sentido de coibir abusos e assegurar o cumprimento dos protocolos sanitários neste final de ano, especialmente no sentido de evitar que, impedidos de participar dos eventos de celebração à passagem do ano programados pela iniciativa privada, os cidadão busquem outros locais, como restaurantes, bares, espaços privativos e festas clandestinas.

SAIBA MAIS

Os agentes da Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa) visitaram mais de 15 restaurantes, bares e casas de eventos, nos bairros do Calhau e Avenida Litorânea, em São Luís, no decorrer destes últimos seis dias. A ação busca esclarecer e direcionar gerentes dos estabelecimentos quanto ao cumprimento de decretos e portarias publicadas pela Casa Civil, que determinam medidas sanitárias segmentadas para a realização de eventos.

Regras sanitárias que as casas de evento devem seguir

  • Limite de 150 pessoas na festa
  • Distanciamento entre as mesas
  • Local higienizado
  • Uso de álcool em gel
  • Ideal o uso de máscara

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