Explicações

Dino explica uso da camisa "Lula livre" e propõe frente ampla para a eleição 2022

Governador concedeu entrevista por meio videoconferência a um portal de notícias e apesar de não citar Ciro Gomes, respondeu à crítica do ex-ministro

Ronaldo Rocha/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Governador Flávio Dino disse que uso da camiseta Lula Livre foi uma homenagem e um sinal de união
Governador Flávio Dino disse que uso da camiseta Lula Livre foi uma homenagem e um sinal de união (Flávio Dino)

O governador Flávio Dino (PCdoB) explicou o uso da camiseta “Lula livre” utilizada no último domingo e que deu repercussão a uma foto em que ele fez próximo à urna eletrônica na ocasião do segundo turno em São Luís, ao analisar o atual cenário político numa entrevista por videoconferência na noite de terça-feira, 1º.

O uso da camiseta “Lula livre” - que fazia referência a um apelo à Justiça para a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no período em que ele ainda estava preso em Curitiba -, foi alvo de crítica do ex-ministro Ciro Gomes. Ciro afirmou na ocasião que Dino “perdeu a noção da realidade”.

Na entrevista, apesar de não citar Ciro, Dino explicou o uso da camiseta.

“É claro que nós devemos ter uma aliança, agora com o Lula e com o PT, e não contra. Esse foi o sentido do uso da camiseta. E nesse sentido também da homenagem. Eu valorizo tudo isso”, disse.

Dino também fez uma crítica indireta a Ciro, ao falar sobre a importância do PT no processo eleitoral de 2022. Ciro tem atacado o PT após os escândalos de corrupção e as condenações de Lula.

“Tem a política e tem a pessoa. Como é que você fica fazendo umas análises apressadas: ‘não, o PT acabou’, se o PT é o partido mais nacional da esquerda brasileira, está de leste a oeste. Então tem de ter um pouco de modéstia. As vezes tem umas análises apressadas que fica pegando uma cidade do Brasil, por mais importante que ela seja, tem de olhar qual o partido ou quais os partidos. A mesma coisa é o PDT. É um partido imprescindível, também. Então era um pouco de um convite respeitoso da minha parte e que funcionou como um sinal: minha gente, ou o Lula participa disso, ou a gente não tem futuro. Não é contra, é com, é a partir de, é junto com”, completou.

Desafios

Durante a entrevista, Dino também apontou desafios da esquerda para 2022. Ele avaliou a direita como vitoriosa no processo eleitoral deste ano, mas ponderou sobre o potencial dos partidos que fazem oposição ao presidente Jair Bolsonaro.

“A direita brasileira, em seus vários matizes, foi amplamente vitoriosa, o que coloca um desafio a mais para a esquerda. Não temos terra arrasada, mas acho que não é adequado celebrarmos vitórias que não tivemos e sim fazer uma análise realista para que assim possamos avançar até a batalha decisiva contra o bolsonarismo em 2022”, disse.

Ele também defende a construção de uma ampla frente de alianças para que a esquerda consiga chegar ao segundo turno na eleição presidencial de 2022.

“É pelo menos nuclear PT, PCdoB, PSOL, PDT e PSB. Se a gente conseguir nuclear, a gente tem chance de ir para o segundo turno e ganhar. Se a gente se dividir muito, pode acontecer o que ocorreu no Rio de Janeiro. Não é fácil, mas temos de lutar para isso. E depois, no processo, tentar agregar outras forças, mas não rebaixando o seu programa”, completou. l

Mais

Repercussão

A derrota do governador Flávio Dino (PCdoB) na eleição municipal de São Luís ganhou repercussão na mídia nacional nos últimos dias. Programas de análise política da GloboNews e da CNN, sites de notícias como o Antagonista e atores políticos analisaram a atuação do comunista no processo eleitoral.

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