Aprovação

Câmara aprova MP que destina quase R$ 2 bi para "vacina de Oxford"

Com a aprovação do texto, medida provisória segue para o Senado e deve ser votada até hoje, prazo final para que a MP não perca a validade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Deputados federais aprovaram texto da Medida Provisória um dia antes do prazo final de validade da MP
Deputados federais aprovaram texto da Medida Provisória um dia antes do prazo final de validade da MP (câmara dos deputados )

A Câmara dos Deputados aprovou ontem a medida provisória que destinou R$ 1,99 bilhão para o Ministério da Saúde adquirir 100 milhões de doses da chamada "vacina de Oxford" contra o novo coronavírus.

O texto segue agora para análise do Senado. A matéria precisa ser aprovada até hoje para não perder a validade. A proposta foi aprovada na Câmara em votação simbólica, sem a contagem de votos no painel.

Por se tratar de uma medida provisória, o dinheiro foi liberado assim que o texto foi publicado no "Diário Oficial da União", em agosto deste ano. No entanto, a MP caducará se não for aprovada no prazo de 120 dias.

Embora o dinheiro já estivesse liberado, nem todo o montante foi usado ainda - por isso, há preocupação dos parlamentares com a aprovação da medida.

Segundo a relatora, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), cerca de R$ 400 milhões ainda precisam ser destinados.

A vacina é desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido. Como ainda estava em fase de testes, o Brasil assumiu parte dos riscos tecnológicos relativos ao desenvolvimento do produto quando liberou o dinheiro.

A parceria com a AstraZeneca prevê a transferência de tecnologia para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produzir depois a vacina.

Instituto Butantan

A relatora rejeitou emendas [propostas de alteração no texto] que permitiriam que parte dos recursos fossem direcionados ao Instituto Butantan, responsável pela fabricação da vacina CoronaVac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

"Quero agradecer a todos os deputados e também ao governo de São Paulo [responsável pelo acordo com a CoronaVac] pelo entendimento e a grandeza de entenderem que, neste momento, não caberia atender essas emendas para atender o Instituto Butantan”, disse a parlamentar em plenário.

“Precisamos encontrar outros caminhos, mas neste momento, pelo reconhecimento à Fiocruz e entendendo que esse valor vem para atender uma parte e uma parcela já da produção das vacinas com esse crédito, teremos que buscar outros meios”, afirmou.

Vacina

A deputada disse, ainda, que a população brasileira "não quer saber se é vacina A, B ou C" e, sim, de uma vacina eficaz e segura.

"Não temos que entrar em brigas políticas e sim a nossa briga nesse momento é por salvar vidas e fazer com que cada vez mais esse vírus seja uma história do passado e não do presente”, disse.

A Coronavac está no centro de uma disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria.

No início de novembro, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu os testes do imunizante, Bolsonaro chegou a comemorar em uma rede social.

"Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", escreveu na ocasião. "Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la."

Autor de uma das emendas para incluir a vacina CoronaVac nestes recursos federais, o deputado Vinicius Poit (Novo-SP) defendeu que o valor fosse dividido de forma igualitária entre a Fiocruz e o Instituto Butantan, que ele chama de “expoente nacional, e internacional, na luta contra a pandemia causada pela Covid-19”.

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