Livre pra campanha

Após encontro com Jerry, secretários de Dino tiram férias para apoiar Rubens Jr.

Cinco auxiliares de primeiro escalão do governo estadual estão de férias desde o início deste mês e dedicados a campanhas eleitorais em São Luís e no interior

Gilberto Léda/ Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
: Lawrence Melo foi o primeiro a entrar de férias e entrar na campanha de Rubens Jr
: Lawrence Melo foi o primeiro a entrar de férias e entrar na campanha de Rubens Jr (Rubens Júnior)

Após um chamamento pela direção estadual do PCdoB, secretários do governo Flávio Dino (PCdoB) começaram a tirar férias dos seus cargos para poder reforçar, com maior disponibilidade de tempo, a campanha do candidato do partido à Prefeitura de São Luís, o deputado federal Rubens Júnior.

Publicações no Diário Oficial do Estado do Maranhão apontam que vários deles estão dispensados do trabalho desde o início do mês de novembro. A eleição ocorre no próximo domingo, 15.

Um destes é o titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela. Filiado ao PCdoB, ele aparece no programa eleitoral de Rubens no Rádio e na TV e está em gozo de férias desde o dia 10 de novembro.

Antes dele, já havia se ausentado do trabalho o presidente da Agência de Mobilidade Urbana do Estado (MOB), Lawrence Melo. Ele é filiado ao PT e foi o primeiro a oficializar o descanso para engrossar as fileiras da candidatura comunista nas ruas da capital.

Nos últimos dias deixaram os cargos temporariamente, também, Júlio César Corrêa, da Secretaria de Agricultura Familiar; Tatiana Pereira, da Secretaria Extraordinária da Juventude; Rodrigo Lago, da Secretaria de Comunicação; e Clayton Noleto, da Secretaria de Infraestrutura.

Reunião

As concessões de férias começaram a ocorrer no dia 6 de novembro, apenas dois dias após uma reunião do coordenador da campanha de Rubens Júnior, deputado federal Márcio Jerry - também presidente estadual do PCdoB no Maranhão - com praticamente todos os auxiliares de primeiro escalão do governo Flávio Dino.

Na ocasião, o anúncio da nova ofensiva coube ao próprio Jerry, nas redes sociais. “Time forte reuniu hoje para reforçar a campanha Rubens 65 prefeito de São Luís. Secretários e dirigentes de órgãos do governo Flávio Dino na campanha rumo ao segundo turno. À vitória!”, postou ele no Twitter.

O movimento, contudo, gerou reações. O senador Roberto Rocha (PSDB), por exemplo, bateu forte no partido. Para ele, se a mesma atitude houvesse sido tomada em outra gestão, membros do PCdoB estariam em polvorosa.

“Quanta loucura desses comunistas! Imaginem isso sendo feito no governo anterior, da Roseana Sarney, com os comunistas na oposição. Verdadeira afronta a lei e a ordem. Não se trata de cidadãos fora do expediente. O próprio presidente do PC do B diz ‘secretários e dirigentes de órgãos'”, destacou, antes de cobrar postura do MPE. E questionou: “Cadê o Ministério Público???”.

O candidato do Pros à Prefeitura de São Luís, Yglésio Moyses, apontou possível abuso de poder político do governo para tentar favorecer o candidato Rubens Júnior na corrida eleitoral.

“Que coisa linda é ver um monte de secretário do governo estadual, muito provavelmente no horário de expediente, fazendo campanha pro Rubinho. Abuso de poder político mandou lembranças… Novas caras, velhas práticas.”, destacou o candidato do Pros no Twitter.

Os governistas, no entanto, garantem que aquele encontro ocorreu às 13h, no horário do almoço. “Prove o que você está dizendo, meu amigo. Era 13h e aproveitamos o horário de almoço para reunir. Não contribua com as fakenews que você tanto tem criticado. […] Como cidadão não sou impedido de fazer reunião ou declarar voto pra quem quer que seja. Transformar isso em abuso de qualquer coisa é crítica sem sentido. Um abraço e boa sorte na campanha”, rebateu Carlos Lula, secretário de Estado da Saúde, na mesma rede social

Mesmo assim, Yglésio avalia que o fato de todos haverem sido anunciados como “secretários e dirigentes de órgãos do governo Flávio Dino na campanha rumo ao segundo turno” pode configurar crime eleitoral.

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