Editorial

Dias de pânico e medo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

O ano de 2020 é marcado por obstáculos. Em março, uma pandemia mundial do coronavírus modificou os hábitos da população. A doença, que afeta o sistema respiratório, trouxe mortes, ansiedade, desemprego e muita dor. No Maranhão, já foram mais de 3.700 mortos por causa da doença.

Nos últimos dias, além das perdas da pandemia, a população da Região Metropolitana de São Luís deparou-se com efeitos de um problema constante: a onda de violência que se abateu sobre a região.

No sábado (19), a morte de um motorista de ônibus em um assalto evidenciou a vulnerabilidade de quem usa ou trabalha em transporte coletivo.

Ao longo de sete dias, foram 17 assassinatos na Grande Ilha. Entre a noite de quinta-feira (24) e manhã de sexta-feira (25), foram nove assassinatos. Uma das vítimas foi o policial militar Ricardo Sousa Pinheiro, de 35 anos, ele teria reagido a um assalto no bairro Ipem São Cristóvão, ele matou um dos suspeitos, mas também foi atingido de forma fatal por outro envolvido no assalto.

Em plena manhã de sexta-feira, na Avenida Alexandre de Moura, bem em frente ao quartel do Corpo de Bombeiros Militar, diante do movimento de carros e pessoas, que tentam retomar suas rotinas de trabalhos que foram alteradas pela pandemia, uma execução foi flagrada por câmeras de segurança e impactou a cidade. Um homem que dirigia um carro é alvejado por um outro parado na calçada que em seguida foge em outro veículo. A cena do tiro e do carro batendo no poste, quando o motorista já se encontra sem vida circulou durante todo o dia em aplicativos de mensagens e também foi exibida em noticiários de televisão. A motivação do crime ainda está sendo investigada pela polícia.

Após esse assassinato, diversos boatos se espalharam pelas cidades, vídeos de crimes ocorridos em outros estados e já antigos começaram a ser compartilhados como se estivessem acontecendo naquele momento, áudios atribuídos a líderes de movimentos criminosos e supostos recados a comerciantes de bairros pedindo para que os estabelecimentos fossem fechados também articularam uma espécie de culto ao medo, apavorando uma população que já se sente abalada emocionalmente pelos efeitos da pandemia da Covid-19.

Nas redes sociais, o governador Flávio Dino pediu que não espalhassem fake news e tentou tranquilizar a população mostrando ações de segurança que estavam sendo realizadas nas ruas, como forma de conter a onda de violência na cidade.

Em uma entrevista à TV Mirante, o governador disse que a maioria dos assassinatos na Grande Ilha foram provenientes de uma guerra promovida por integrantes de facções criminosas e ainda na sexta-feira (25) todos os órgãos da segurança pública estavam reunidos para traçar medidas para combater essa onda de violência. Na noite de sexta-feira, várias ações da polícia foram feitas em diversos pontos da cidade.

A força da guerra das facções criminosas é um desafio para as medidas de segurança pública no país. No Maranhão, alguns grupos são famosos por nomes e ditam regras em vários bairros periféricos da Ilha, deixando os moradores silenciados por medo. É preciso uma resposta rápida das operações montadas pela polícia, a população aguarda os resultados, para que, este momento já tão difícil da pandemia, possa ser atravessado com um mínimo de segurança social.

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