Editorial

Temos ministro da Saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

Depois de quatro meses, finalmente o Brasil - que tem um dos maiores índices de mortes por Covid-19 - terá um ministro da Saúde, com a efetivação de Eduardo Pazuello no cargo nesta quarta-feira, 16. O general assumiu interinamente o comando da pasta em maio, em meio à pandemia do novo coronavírus no país. Ele substituiu o então ministro Nelson Teich que ficou um mês no cargo, após a saída Luiz Henrique Mandetta.

Pazuello assume oficialmente a pasta no momento em que o país registra 4,3 milhões de casos confirmados da Covid-19, com mais de 132 mil mortes. Ele é um exemplo claro do estilo do presidente Jair Bolsonaro de governar, que sempre desejou um ministro da Saúde obediente às suas decisões - ao contrário dos gestores anteriores - e que não lhe trouxe incômodo. Pazuello segue tudo à risca.

De perfil discreto, o novo ministro da Saúde é especialista em logística e foi coordenador logístico das tropas do Exército durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Para especialistas na área médica, não é justo culpar o militar pelas mais de 132 mil mortes pela Covid -19, entretanto, não determinou nenhuma medida para que as mortes fossem evitadas neste período em que está no comando frente da pasta.

O presidente nunca escondeu que gostaria de manter Pazuello como ministro da Saúde, embora o general tenha manifestado, por diversas vezes, o interesse de não ser efetivado no cargo. Ele temia a resistência das Forças Armadas e tinha receio de que se a sua gestão não fosse bem sucedida poderia atingir a imagem do Exército.

Por sua vez, Bolsonaro - que iniciou uma ofensiva sobre os comandantes militares para convencê-los a efetivar o general - acha que o pior da pandemia já passou e que a atuação de Pazuello, que está no comando da pasta de forma interina deste 15 de maio, tem sido satisfatória.

Em quatro meses como interino, o general aumentou o número de militares em cargos de comando e até mesmo em postos estratégicos no Ministério da Saúde - foram ao menos 28 nomeados. Sob sua gestão, o ministério também ampliou a oferta da cloroquina para tratamento da Covid, medida rechaçada por especialistas, e chegou a retirar dados do total de casos da Covid-19 de painéis da pasta, o que levou órgãos de imprensa a organizar um consórcio para divulgar os dados diariamente.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que mais de 4 mil brasileiros já receberam pelo menos a primeira dose da vacina desenvolvida pela Sinovac Biotech, a CoronaVac. Segundo ele, os estudos estão evoluindo dentro do esperado e, até o momento, nenhum paciente teve efeitos adversos graves, apenas incômodos de menor potência, como dor no local da aplicação.

Ao todo, 9 mil brasileiros participam dos ensaios clínicos da fase 3 em cinco estados e o Distrito Federal. As primeiras doses do fármaco devem ser entregues a partir de outubro. Já as obras da fábrica que produzirá o imunizante chinês no Brasil serão iniciadas em 1º de novembro.

Ao contrário dos protocolos estaduais, em novo guia publicado segunda-feira, 14, a Organização Mundial da Saúde - OMS, Unicef e a Unesco apelam aos governos para que coloquem a abertura de escolas, e não bares e eventos de massa, como prioridade. Segundo as entidades, não existem evidências suficientes ainda para declarar que foi a reabertura de escolas que agravou a transmissão da Covid-19 em uma comunidade, desde que as medidas de proteção e de saúde forem adotadas.

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