Atenção no mar

Risco: Três morreram afogados em praias da Grande São Luís em 2020

Bombeiros já realizaram mais de 30 resgates a banhistas este ano; casos ocorrem com mais frequência na praia do Calhau, onde é maior o fluxo de banhistas e excursões de grupos

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Salva-vidas dos Bombeiros de prontidão; buscas a desaparecido têm prosseguimento
Salva-vidas dos Bombeiros de prontidão; buscas a desaparecido têm prosseguimento (Salva-vidas)

São Luís - Neste ano, já ocorreram três óbitos por afogamento nas praias da Grande Ilha, dois casos de registro de desaparecimento no mar e mais de 30 resgates realizados pelo Corpo de Bombeiros. A maioria das ocorrências aconteceu na praia do Calhau. Durante todo o ano passado, houve o registro de três mortes por afogamento e os bombeiros realizaram 19.310 abordagens a banhistas ao longo das praias de São Marcos, Calhau e Araçagi.

Com apoio do helicóptero do Centro Tático Aéreo (CTA), o Corpo de Bombeiros manteve, na manhã de ontem, uma varredura na praia de São Marcos para localizar o adolescente João Lucas, de 15 anos, que desapareceu no mar na tarde de terça-feira (8). O major Lisboa, comandante do Batalhão de Bombeiros Marítimos (BBMar), informou que as buscas começaram desde cedo e foram empregados embarcações, quadriciclo, viaturas e o helicóptero do CTA. “O trabalho de busca vai se estender até o fim da tarde devido à visibilidade”, frisou.

Ele também declarou que o adolescente estava participando de uma excursão de uma igreja na praia de São Marcos. No período da tarde, a vítima e quatro amigos estavam no mar, foram surpreendidos pela força da maré vazante, que levou a todos para um ponto mais fundo, longe da areia.

Três deles conseguiram sair do mar, enquanto o quarto banhista precisou ser resgatado por salva-vidas dos bombeiros. João Lucas afundou e não foi mais localizado. Ainda segundo o major, no momento do afogamento, não havia ocorrência de correnteza forte no mar e estava há dez minutos de ocorrer a baixa-mar. “Após a baixa-mar há um período denominado de estofo de maré. Neste período, a maré fica inerte, então, não tinha correnteza forte”, explicou Lisboa.

Atenção redobrada
O major ressaltou que a maioria dos casos de afogamento ocorre na praia do Calhau, pelo maior fluxo de pessoas e, por isso, o efetivo de bombeiros é reforçado, inclusive o patrulhamento na água, naquela região. “Somente neste ano já houve o registro de mais de 30 resgates de banhistas no mar, feitos pelos bombeiros, e a maioria dessas ocorrências é no Calhau”, frisou Lisboa.

Ele ainda afirmou que os banhistas devem ter atenção redobrada com as crianças na praia, principalmente quando estão tomando banho no mar. “As crianças devem ter acesso ao mar somente com a supervisão de um adulto”, alertou o major.

O major também frisou que o banhista deve ter cuidado em relação a profundidade do mar para não ficar suscetível as correntes marinhas e a possibilidade de sofrer afogamento. Outro ponto é o uso de álcool e o banho de mar. “Bebida alcoólica e banho de mar não combinam. É importante que as pessoas evitem o consumo de álcool antes de entrar no mar”, alertou Lisboa.

Corrente de retorno
A corrente de retorno também ocasiona afogamento no mar. Ela é forte, estreita, rápida, e, na maioria das vezes, costuma se formar em regiões de águas rasas e com bancos de areia sedimentados que formam um corredor na faixa em que as ondas quebram.

Ao voltar para o mar, as águas formam a corrente por onde retornam rapidamente e levam consigo o que estiver naquela área. Os banhistas podem observar as correntes de retorno de um ponto mais alto do nível da água, como um barranco, calçadão e prédios, mas, a dica dos bombeiros é sempre frequentar as praias protegidas pelos guarda-vidas.

Pescadores desaparecidos
Além do adolescente João Lucas ter desaparecido neste ano na orla da Ilha, ainda ontem, os pescadores Lucas dos Santos, André Veras Silva e Francisco José Pereira de Araújo permaneciam desaparecidos.

A polícia informou que eles saíram em uma embarcação a motor, do porto do Braga, na Raposa, para pescar, no dia 25 de junho deste ano, mas não voltaram. De acordo com a família, um dia após a saída do barco, outro pescador encontrou no mar, um material que era usado pelo grupo. As equipes do Centro Tático Aéreo (CTA), da Capitania dos Portos e dos Bombeiros passaram a fazer buscas por terra e mar. O perímetro das buscas abrangeu áreas de Raposa, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e até Humberto de Campos (ilhas de Santana e Carrapatal), mas nem mesmo o barco deles foi encontrado.

Afogamento com óbito
No mês passado, houve o registro de dois óbitos por afogamento em praias da Ilha. Um dos casos ocorreu no dia 31, na praia do Calhau, e teve como vítima Caio Morais dos Santos, de 15 anos. A outra vítima foi uma criança, de 3 anos, na praia do Araçagi, no dia 27.

No dia 7 de abril, foi registrada a morte de Adilson Santana Costa Soares, de 55 anos, por afogamento. A polícia informou que a vítima, Adilson Santana, e um outro homem, identificado como Saturnino Jorge, estavam pescado na praia da Ponta d’Areia, nas proximidades do Espigão Costeiro, e foram surpreendidos por uma forte correnteza provocada pela maré de sizígia.

Eles foram arrastados para a parte funda do mar. Saturnino Jorge foi resgatado por bombeiros, enquanto Adilson Santana afogou-se e corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para ser autopsiado e, logo após, liberado para os familiares.

SAIBA MAIS

Algumas das principais causas de afogamentos nas praias são:

  • Ingestão de bebida alcoólica: alcoolizado, o banhista irá enfrentar dificuldades até mesmo nas partes mais rasas.
  • Correntes de retorno: são formadas pelo retorno da massa d’água que é empilhada pelas ondas contra a praia, transportando sedimentos, e, eventualmente, banhistas, para longe da praia, em direção ao mar aberto. O banhista é puxado para mar adentro.
  • Depressões no fundo do mar: são buracos produzidos pela ação das ondas.
  • Impacto das ondas: [éo famoso “caldo”, que o banhista acaba tomando de uma onda forte que o arremessa para baixo. A pessoa acaba bebendo água e como consequência pode se afogar..

Resgatados

Os praticantes de kitesurf são presença frequente nas praias do Caolho, Calhau e São Marcos. No dia 2 do mês passado, três praticantes desse esporte foram resgatados do mar. A polícia informou que dois foram retirados da água, enquanto, que o terceiro teve que retirado do mar pela equipe do CTA.

NÚMEROS

2 casos de desaparecimento no mar da Grande Ilha durante este ano
3 mortes por afogamento confirmados em praias da Ilha neste ano
30 resgates feitos no mar, por bombeiros, no decorrer deste ano

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