Memórias

Narrando a cidade

Thiago Bastos/De O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
A capital maranhense
A capital maranhense (São Luís)

Quando recebi a função de escrever acerca de fatos históricos e curiosidades de uma cidade que, com seus problemas, ainda mora em meu coração, me senti desafiado. O que falar diante de tantas publicações anteriores sobre a "Cidade dos Azulejos"?
Descobri uma São Luís que vai muito além apenas do aspecto arquitetônico ou da influência dos portugueses e, anteriormente, dos franceses.
É uma cidade com particularidades interessantes que parecem ser infinitas em alguns momentos, tamanhas as descobertas em cada reportagem.

Um dos registros jornalísticos mais desafiadores nos últimos meses e que foram publicados no caderno de Cidades de O Estado, sob a batuta e a edição competentes da colega Ana Coaracy, foi acerca dos monumentos de Luigi Dovera. Um artista de incontestável talento que queria ser padre e que, inegavelmente, virou uma referência na arte de produzir formas através do ferro, bronze e cobre. Várias de suas peças estão espalhadas pela capital sem ao menos as pessoas terem a noção de quem são. E o que falar do seu castelo erguido às margens da Praia do Araçagi? Um verdadeiro colosso!
Também não menos desafiador foi escrever sobre os 50 anos da Ponte do São Francisco, lembrados em fevereiro deste ano. Marco para a expansão de uma Ilha que se estrangulava na região central, a ponte foi o resultado de um empenho de uma equipe técnica que, com competência e arrojo, fez uma verdadeira peça da engenharia moderna para o período.

Contar ainda a história da Avenida Beira-Mar foi outro desafio. Descobrir os empecilhos do poder público enfrentados na construção desta via, um verdadeiro cartão-postal da cidade, não foi menos vibrante do que falar das importantes rampas de escoamento da produção pelo ponto de concentração comercial da cidade, que rendeu outra especial.

E o que dizer dos faróis da Região Metropolitana, da qual São Luís faz parte? A visão plena de toda a Ilha do alto do Farol do Araçagi. Falar com o faroleiro (sim, eles ainda existem e exigem curso de formação para o exercício da função). E ainda descobrir outras construções de orientação náutica na capital em especial mantidos com competência pela Marinha do Brasil.

Mais recentemente, ainda sobrou tempo para tecer algumas linhas acerca dos antigos relógios, referências temporais para os ludovicenses. A começar pelo mais famoso deles, o do Largo do Carmo (que passa por reforma capitaneada pela Prefeitura). Ou ainda o relógio trazido da Holanda para a Igreja de São Pantaleão. Ou o relógio da Igreja da Sé. São tantas histórias que em um texto é difícil reunir tudo...
Falar do velho Apeadouro, dos antigos carnavais, dos bondes...

Para mim, é um privilégio contar características e fatos nunca explorados de uma São Luís cuja história deveria ser mais valorizada. A cada reportagem, para o autor que vos escreve, me submeto a verdadeiras aulas rodeadas por fontes inesgotáveis de informação.

Conhecendo mais a você , São Luís, apesar de certas tristezas de não te ver valorizada, mas te apreciando melhor, posso te dizer que te amo mais a cada dia.

Parabéns minha cidade!

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