Editorial

Corte na educação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

Não são boas as notícias para a educação no país em 2021 diante da previsão do Governo Federal de cortar R$ 4,2 bilhões nas verbas para o setor. Isso significa que as universidades e institutos federais deverão enfrentar dificuldades para retomar as aulas presenciais. A previsão é que essas instituições tenham corte de R$ 1,4 bilhão. Certamente que o corte vai gerar muita insatisfação nas instituições federais, ou seja, manifestações à vista.

Conforme o Ministério da Educação - MEC, os cortes representam 18,2% nas despesas chamadas discricionárias, ou seja, as não obrigatórias. Isso inclui contas de luz, água e contratação de serviços terceirizados, como segurança e limpeza. Pelo menos os salários de funcionários não serão afetados. A decisão federal foi confirmada pela Associação Nacional das Instituições Federais de Ensino Superior.

Edward Madureira Brasil, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) - que representa 68 universidades federais -, observa que para a retomada das aulas presenciais é preciso aumentar os gastos. É necessário comprar materiais de limpeza, como álcool gel, sabão, além de equipamentos de proteção individual. Segundo ele, as instituições de ensino estão há três anos com o orçamento nominalmente congelado. As despesas têm ajustes anuais e, além disso, o corte ocorre em um ano que deveria ter aumento de recursos.

A Andifes lembra que as instituições, já foram atingidas pela insuficiência de recursos do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) e “pela desconsideração do aumento das demandas geradas pela pandemia”. Diz ainda já ter manifestado ao Ministério da Educação sua inconformidade com a decisão.

Por sua vez, o MEC afirma que a Administração Pública “terá de lidar com uma redução no orçamento para 2021, o que exigirá um esforço adicional na otimização dos recursos públicos”. O ministério ainda diz que já liberou recursos para as universidades para o combate à pandemia, para ações de inovação, vigilância eletrônica e outros âmbitos. Somados, os estudantes que frequentam universidades e institutos federais chegam a 1,2 milhão de pessoas.

Já que o assunto é educação, pesquisa feita pelo Instituto Ipsos revela que três em cada quatro brasileiros acreditam que o número de dias em que as crianças vão para a escola deve ser diminuído durante a pandemia de Covid-19. A maior parte dos entrevistados também acredita que as aulas presenciais só devem voltar em, no mínimo, quatro meses.

O levantamento online ouviu 14.518 pessoas, com idades entre 16 e 74 anos, em 16 países diferentes entre os dias 17 a 20 de julho - a margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais. Dos 1.000 entrevistados no Brasil, 74% concordam que o número de dias na escola para aulas presenciais deve ser restrito. O Brasil é, de longe, quem menos demonstra conforto nesse retorno. Há uma preocupação muito grande dos pais e mães com a falta de clareza das decisões, dos protocolos em relação à pandemia. Não há consenso do poder público sobre os protocolos.

Uma boa notícia: estudo conduzido na Universidade Estadual Paulista (Unesp) sugere que o hormônio irisina, liberado pelos músculos durante a atividade física, pode ter efeito terapêutico em casos de Covid-19. Ao analisar dados de expressão gênica de células adiposas, os pesquisadores observaram que a substância tem efeito modulador em genes associados à maior replicação do novo coronavírus dentro de células humanas. É preciso ressaltar que se trata de dados preliminares, uma sugestão do potencial terapêutico para casos da Covid.



Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.