SÃO LUÍS - A direção municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) foi orientada pela cúpula nacional a “aprofundar debates” da sigla quanto à eleição majoritária na capital maranhense. Antes do cancelamento do encontro local, que ocorreria no último fim de semana, dirigentes mais tradicionais apontavam para a oficialização de aliança petista com o PCdoB, no entanto, novas recomendações podem, ainda que de forma improvável, modificar os planos.
De acordo com publicação do Valor Econômico, o PT poderia ser obrigado a apoiar o projeto do PSB, encabeçado por Bira do Pindaré em São Luís e, em troca, teria o apoio socialista em capitais como Aracaju (SE) e Salvador (BA). Segundo o ofício do diretório nacional à representação do partido em São Luís, o PT “avançará nos debates” com o PCdoB e PSB, buscando um “palanque de oposição ao governo Bolsonaro”.
Com a inclusão do PSB nas discussões, o PT precisou temporariamente recuar de forma estratégica na aliança com os comunistas, cuja pré-candidatura é encabeçada por Rubens Júnior (PCdoB). Um anúncio antecipado do PT ao PCdoB e o já conhecido projeto particular do PSB na capital poderiam gerar um recuo futuro, caso houvesse a determinação nacional.
Consultados por O Estado, alguns dirigentes da ala mais tradicional do PT entendem ser natural a aliança, neste momento, com o PCdoB, dado o engajamento histórico com os comunistas.
Outro grupo ainda defende a ideia de projeto único petista e nomes, como os do deputado estadual Zé Inácio Lula, ainda são citados, mesmo que de maneira informal. A ala que, de forma aberta dentro do PT, defende uma aliança com o PSB é mínima.
No dia 9 do mês passado, em entrevista à O Estado, o pré-candidato a prefeito na capital, Bira do Pindaré (PSB), disse que articulava até então uma aliança de seu partido com o PT para a disputa eleitoral. Mas com a proximidade PT e PCdoB nas últimas semanas, essa possibilidade de aliança PT/PSB não cresceu como se vislumbrava, na ausência de uma candidatura do PT em São Luís.
Apoio - O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou ainda ao Valor Econômico que já teria o apoio petista na capital São Luís. Segundo ele, tudo dependerá da abertura a ser dada para esta aliança via direção nacional petista.
Procurado, o vereador Honorato Fernandes (PT) – que responde pela direção municipal do partido – disse anteriormente a O Estado que a tendência é mesmo, apesar da orientação nacional de rediscussão, de acordo com o PCdoB.
Integrantes do PT ainda defendem, por exemplo no cenário ludovicense, a tese de candidatura própria, já que pelo menos outras 22 capitais deverão lançar candidatos. O próprio ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, defende o máximo protagonismo petista no país, acirrando a polarização com o eixo defensor da direita.
Aliança centro-esquerda não é cogitada pelo PT
Uma possibilidade de aliança com os partidos do núcleo “centrão” no escopo de pré-candidaturas na capital maranhense é praticamente nula dentro do PT. Um dos poucos consensos dentro da sigla é que uma parceria com siglas que “respinguem” no governo do presidente Jair Bolsonaro é uma opção sem “fundamento”.
Em 2020, o PT tentará se reposicionar no cenário político do país, recuperando terreno em cidades em que o prestígio fora perdido, em especial, após a prisão do ex-presidente Lula. No entanto, a diversidade de pré-candidaturas ludovicenses dificulta, em São Luís, esta iniciativa.
Enquanto petistas descartam diálogo com o centrão, aliados como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), alertam para a perda de domínio da esquerda, diante do eleitorado.
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