Eleições 2020

PT é orientado a "aprofundar debates" para as eleições de São Luís

Direção do partido teria encontro municipal no último fim de semana, no entanto, recebeu ofício do diretório nacional para aprofundar debates

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Rubens Jr. tenta forçar apoio do PT
Rubens Jr. tenta forçar apoio do PT (Rubens Júnior)

SÃO LUÍS - A direção municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) foi orientada pela cúpula nacional a “aprofundar debates” da sigla quanto à eleição majoritária na capital maranhense. Antes do cancelamento do encontro local, que ocorreria no último fim de semana, dirigentes mais tradicionais apontavam para a oficialização de aliança petista com o PCdoB, no entanto, novas recomendações podem, ainda que de forma improvável, modificar os planos.

De acordo com publicação do Valor Econômico, o PT poderia ser obrigado a apoiar o projeto do PSB, encabeçado por Bira do Pindaré em São Luís e, em troca, teria o apoio socialista em capitais como Aracaju (SE) e Salvador (BA). Segundo o ofício do diretório nacional à representação do partido em São Luís, o PT “avançará nos debates” com o PCdoB e PSB, buscando um “palanque de oposição ao governo Bolsonaro”.

Com a inclusão do PSB nas discussões, o PT precisou temporariamente recuar de forma estratégica na aliança com os comunistas, cuja pré-candidatura é encabeçada por Rubens Júnior (PCdoB). Um anúncio antecipado do PT ao PCdoB e o já conhecido projeto particular do PSB na capital poderiam gerar um recuo futuro, caso houvesse a determinação nacional.

Consultados por O Estado, alguns dirigentes da ala mais tradicional do PT entendem ser natural a aliança, neste momento, com o PCdoB, dado o engajamento histórico com os comunistas.

Outro grupo ainda defende a ideia de projeto único petista e nomes, como os do deputado estadual Zé Inácio Lula, ainda são citados, mesmo que de maneira informal. A ala que, de forma aberta dentro do PT, defende uma aliança com o PSB é mínima.

No dia 9 do mês passado, em entrevista à O Estado, o pré-candidato a prefeito na capital, Bira do Pindaré (PSB), disse que articulava até então uma aliança de seu partido com o PT para a disputa eleitoral. Mas com a proximidade PT e PCdoB nas últimas semanas, essa possibilidade de aliança PT/PSB não cresceu como se vislumbrava, na ausência de uma candidatura do PT em São Luís.

Apoio - O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou ainda ao Valor Econômico que já teria o apoio petista na capital São Luís. Segundo ele, tudo dependerá da abertura a ser dada para esta aliança via direção nacional petista.

Procurado, o vereador Honorato Fernandes (PT) – que responde pela direção municipal do partido – disse anteriormente a O Estado que a tendência é mesmo, apesar da orientação nacional de rediscussão, de acordo com o PCdoB.

Integrantes do PT ainda defendem, por exemplo no cenário ludovicense, a tese de candidatura própria, já que pelo menos outras 22 capitais deverão lançar candidatos. O próprio ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, defende o máximo protagonismo petista no país, acirrando a polarização com o eixo defensor da direita.

Aliança centro-esquerda não é cogitada pelo PT

Uma possibilidade de aliança com os partidos do núcleo “centrão” no escopo de pré-candidaturas na capital maranhense é praticamente nula dentro do PT. Um dos poucos consensos dentro da sigla é que uma parceria com siglas que “respinguem” no governo do presidente Jair Bolsonaro é uma opção sem “fundamento”.

Em 2020, o PT tentará se reposicionar no cenário político do país, recuperando terreno em cidades em que o prestígio fora perdido, em especial, após a prisão do ex-presidente Lula. No entanto, a diversidade de pré-candidaturas ludovicenses dificulta, em São Luís, esta iniciativa.

Enquanto petistas descartam diálogo com o centrão, aliados como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), alertam para a perda de domínio da esquerda, diante do eleitorado.

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