Críticas

Dino ataca Moro e diz que ex-juiz liderou ''facções'' com Bolsonaro

Governador do Maranhão afirmou que plano entre Sérgio Moro e Jair Bolsonaro foi derrotar a esquerda em 2018, mas ponderou não acreditar que ambos estarão novamente juntos em 2022

Ronaldo Rocha/da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Flávio Dino criticou Sergio Moro e Jair Bolsonaro fazendo relação com as eleições de 2018
Flávio Dino criticou Sergio Moro e Jair Bolsonaro fazendo relação com as eleições de 2018 (Dino)

São Luís - O governador Flávio Dino (PCdoB) voltou a atacar o presidente da República e o ex-juiz-federal e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. Para o comunista, ambos atuaram juntos no comando de “facções” montadas para derrotar a esquerda em 2018.

Acusação grave e que tem por objetivo, além de atingir os adversários, tentar manter uma pauta política para a sua inserção no cenário nacional.

“Forte conflito entre as facções da direita lideradas por Bolsonaro e por Sérgio Moro. Foi a união entre tais facções que derrotou a esquerda em 2018. A Moro restou a bandeira da “corrupção”. A Bolsonaro, a apropriação do auxílio emergencial. Não creio que voltarão a se unir”, escreveu em seu perfil, em rede social.

No início do mês, Dino havia afirmado acreditar suspeita, a postura de Moro em relação a Bolsonaro, após o rompimento e a exoneração do ex-juiz do comando do Ministério da Justiça.

“Moro ataca Lula desde que era ‘juiz’. Espantoso é atacar Bolsonaro, de quem foi ‘superministro’. Não vai colar”, disse a um jornal do sul do país.

Rotina

Desde a tramitação dos inquéritos da Lava Jato, da acusação, indiciamento e condenação de Lula, Dino mantém uma rotina de questionamentos à atuação de Moro na esfera do Poder Judiciário e em seguida, na política.

Em novembro de 2018, por exemplo, logo após Moro ter aceitado convite de Bolsonaro para integrar a sua equipe de Governo, Flávio Dino afirmou não ter se surpreendido. Ele disse que os dois já atuavam juntos antes da eleição do presidente da República.

“Sérgio Moro aceitar o ministério de Bolsonaro é um ato de coerência. Eles estavam militando no mesmo projeto político: o da extrema-direita. O grave problema é esconder interesses eleitorais por baixo da toga. Não há caso similar no Direito no mundo inteiro”, disse.

Em 2019, Dino pediu o afastamento de Sérgio Moro do cargo após vazamento ilegal de conversas entre o ministro e o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força tarefa da Lava Jato.

“Quem instrumentalizou a Justiça Federal para fins eleitorais e partidários pode tentar fazer o mesmo com a Polícia Federal, agora sob o seu comando direto”, disse. Na ocasião, ele afirmou que Moro orientou o Ministério Público Federal no curso de processo que tinha como alvo o ex-presidente Lula.

“Um juiz que orienta uma das partes no curso do processo é parcial e suspeito. Seus atos são nulos. Está na lei. E como repetiam nos processos em Curitiba ‘a lei é para todos’. Agora saberemos se as instituições estão funcionando”, finalizou.

Mais

Requerimento aprovado

Apesar de hoje criticar de forma assídua e até sistemática o ex-ministro da Justiça e ex-juiz federal, Sérgio Moro, o governador Flávio Dino já elogiou o

ex-magistrado quando - em 2015 -, adversários políticos do Maranhão eram alvo da Lava Jato. “Conheço o juiz Sérgio Moro, respeito muito sua trajetória e sua atuação em nome da probidade administrativa. Natural e democrático que acusados reajam a decisões que consideram injustas. Claro que não conheço todos os detalhes dos processos judiciais, mas à distância me parece que o juiz Moro tem feito um trabalho acertado e legitimado por critérios técnicos”, disse.

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