Estratégia

Sebrae orienta as micro a sobreviver durante pandemia

Acesso ao mercado é estratégia para pequenos negócios se manterem na crise do coronavírus

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Guga Fernandes contou com o apoio técnico do Sebrae na pandemia
Guga Fernandes contou com o apoio técnico do Sebrae na pandemia (guga beauty)

Mesmo antes da pandemia do novo coronavírus, vender mais, ampliar a presença no mercado, prospectar parceiros, clientes e novos nichos para operar, já era um desafio permanente para as empresas. A quase total paralisação dos negócios por cerca de 90 dias, transformou essa realidade em estratégia de sobrevivência.

Dados do Sebrae (colhidos entre 29/05 e 02/06) revelam que, para 87% dos pequenos negócios, o principal impacto da pandemia é na queda de faturamento (em torno de 55%, comparado com fevereiro), decorrente da perda de espaço no mercado, o que trouxe a necessidade de mudanças na forma de operação e de reposicionamento para alcançar novos mercados e sobreviver.

São negócios como a Guga Fernandes Beauty, no mercado desde 2017. Passado o primeiro ciclo da pandemia, ela, que já vinha focando o reposicionamento do negócio para atingir novos mercados, não só resiste à crise, como cresceu saindo de um faturamento de R$ 14 mil para cerca de R$ 150 mil/mês. Nessa escalada, a empresa contou com um suporte que a empresária julga ter sido fundamental – uma parceria com o Sebrae, que garantiu a percepção do gigantismo de nichos que para ela eram praticamente invisíveis, através de soluções de acesso a mercado, dentre as quais o programa Comércio Brasil.

A parceria deu tão certo, que o case da empresa se tornou referência no sistema Sebrae, assim como a operacionalização do Comércio Brasil no Maranhão. O case estive em evidência no lançamento do programa Comércio Brasil do Sebrae São Paulo, que reuniu em ambiente virtual cerca de 200 pessoas, nesta semana.

“O Comércio Brasil é uma das soluções Sebrae de acesso ao mercado que, no Maranhão, atende cerca de 350 empresas, sendo os segmentos de alimentos e bebidas o de maior número de participantes. Neste momento em que os negócios vivem o momento mais crítico em função da pandemia, necessitando de estratégias de recolocação e reposicionamento, soluções de acesso ao mercado são fundamentais. E o Sebrae no Maranhão tem atuado forte nesse campo, funcionando como um facilitador, transferindo conhecimento, abrindo caminhos e alertando as empresas para essa necessidade – de estarem buscando a preparação necessária para aproveitar oportunidades e ampliar sua presença de mercado”, analisa o diretor Técnico do Sebrae no Maranhão, Mauro Borralho.

Reinvenção na prática

Em 2017 começa a história da Guga Fernandes Beauty com o Sebrae. Especializada em cosmetologia e suplementos naturais, ela foi provocada pela hoje diretora de Administração e Finanças do Sebrae no Maranhão, Rachel Jordão, a ingressar no Comércio Brasil, convencida de que o negócio “tinha a cara” do programa. Segundo ela, existe uma empresa antes e depois dessa aproximação.

De um simples ponto de vendas, com a ajuda do Sebrae, a empresa saiu de um para seis empregados, estruturou um plano de desenvolvimento empresarial, o e-commerce e o site, fortalecendo a presença digital. Mas também participou de rodadas de negócios e eventos de mercado; aprimorou produtos e serviços, rótulos, identidade visual, papelaria e reforçou as mídias digitais; reorganizou o modelo de negócios, fez parcerias com empresas (redes de farmácia de manipulação) com capacidade de agregar melhorias à logística de produção; encontrou novos fornecedores, fez alianças e passou a enxergar um mercado potencial para atuar dentro e fora do Brasil.

Do Sebrae, ela obteve o suporte de consultorias de mercado e marketing, de soluções do Sebraetec, passou a integrar o programa Sebrae Mulher de Negócios, participou do programa de Agentes Locais de Inovação (ALI) e do projeto Digital Influencers do Sebrae Maranhão e encontrou tempo para inspirar e estimular outras empreendedoras criando o projeto Empreendedoras da Beleza, uma rede colaborativa que promove a cooperação e o empreendedorismo feminino. E o próximo passo é uma loja física, sem deixar de lado o mundo virtual.

“O Comércio Brasil foi a porta de acesso a um conjunto de transformações no nosso negócio, cujos reflexos aparecem claramente agora com a pandemia. Tive a oportunidade de vivenciar uma imersão no negócio e perceber um mercado gigante a demandar produtos como os que a Guga Fernandes Beauty oferece, redirecionando todas as estratégias do negócio. Os ganhos não são apenas econômicos (aumento de faturamento e conquista de novos mercados), mas trazem uma mudança na própria concepção do negócio e no jeito de empreender”, diz ela prestando um reconhecimento ao Sebrae e aos técnicos que a ajudaram a galgar esse espaço. “É um trabalho de muitas mãos, que ajudou a fazer crescer em 100% a nossa empresa”, conclui.

Comércio Brasil: o que é e como as empresas podem ter acesso

Para apoiar as empresas no acesso a mercados, o Sebrae disponibiliza várias soluções, com o objetivo de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios em âmbito nacional e internacional, focando inteligência de mercados, disseminação de conhecimentos e transferência de tecnologias, promoção de negócios junto a consumidores finais, organizações e governos, dentre outras.

Uma delas é o Comércio Brasil, solução voltada à aproximação entre empresas fornecedoras e compradores, que são acompanhadas por agentes de mercado. O programa prevê a realização de diagnóstico de mercado, elaboração de Plano de Desenvolvimento Econômico e plano tático de vendas, contemplando estratégias de inserção comercial, ampliação da presença mercadológica e até internacionalização do negócio

No Maranhão, atualmente 350 empresas são atendidas pelo Comércio Brasil. O programa gerou, em 2019, negócios da ordem de R$ 2,6 milhões para as empresas atendidas, entre outros resultados.

Mais informações no Portal do Sebrae Maranhão www.sebraema.com ou pela Central de Relacionamento do Sebrae 0800 570 0800.

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