De olho em 2022, Flávio Dino defende fusão do PSB com o PCdoB
Informação sobre a fusão dos partidos foi revelada na coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo; comunistas no Maranhão não negaram a informação
São Luís - O governador do Maranhão, Flávio Dino, defende internamente no PCdoB que o partido debata uma fusão com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) já antes das eleições de 2022. A informação foi divulgada ontem pelo jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
Segundo a publicação, este seria o “cenário perfeito” para o comunista, que pretende ser candidato a presidente nas próximas eleições gerais, mas vê pouca viabilidade no projeto estando no atual partido.
“Um dos nomes mais competitivos da esquerda hoje, Dino vem flertando com o PSB, partido que lhe daria melhores condições para disputar a presidência da República em 2022. Seu plano B é o Senado. Nesse caso, não precisaria sair do PCdoB para ter chances de vitória”, diz a nota de Jardim.
A notícia - que não foi confirmada, nem negada por comunistas procurados por O Estado - coincide com a informação, revelada na semana passada, de que o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, até já convidou Dino a filiar-se ao seu partido.
Atualmente no PCdoB, Dino pretende disputar a presidência da República e teria, na nova legenda, mais possibilidade de atrair alianças de centro e centro-direita, além de um fundo eleitoral mais robusto e mais tempo de televisão.
"Abri as portas do PSB para o Flávio Dino, que é um ótimo nome. Mas se ele aceitar e vier, tem que ser porque se reconhece alinhado com as propostas do partido. E não por um projeto presidencial. O nome do partido para 2022 ainda será discutido internamente”, frisou Siqueira, também segundo O Globo.
Procurado na ocasião, Dino afirmou que um “rearranjo” nos partidos políticos é esperado após as eleições municipais, previstas para novembro deste ano. Segundo ele, a aglutinação é uma tendência que acompanhará não só a esquerda, pois, com as mudanças nas regras eleitorais, como o fim da coligação proporcional, candidatos de partidos menores terão muita dificuldade de se eleger para a Câmara dos Deputados.
"Minha relação com o PSB vem de antes do Eduardo Campos. Fui vice-líder do bloco PSB-PCdoB na Câmara. Temos uma trajetória em comum e, por isso mesmo, te diria que, nesse processo de reaglutinação da esquerda, o PSB é um parceiro preferencial do PCdoB. Tenho uma ótima relação com o PSB, que integra o nosso governo aqui no Maranhão. É um diálogo muito provável que se estreite. No que isso vai resultar, é como o próprio Siqueira disse: 'Temos que ver mais para frente'. Eu jamais colocaria sobre a mesa a candidatura de 2022 para ir para o PSB. Seria desrespeitoso”, afirmou o comunista.
Minimizou
Dino também minimizou a necessidade de deixar o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) para conseguir atrair aliados e eleitorado de centro e centro-direita.
"No Maranhão, fui eleito pelo PCdoB duas vezes no primeiro turno. Em 2014, meu vice era do PSDB. Em 2018, 16 partidos me apoiaram. Eu te diria que a questão partidária não é a que decide o tamanho da aliança. O que decide o tamanho da aliança é a sua atitude”, pontuou.
O governador do Maranhão, que tem participado de conversas públicas na internet com Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT) — o petista e o pedetista não conversam entre si —, defende uma candidatura única da esquerda para 2022, mas, ao mesmo tempo, afirma não ver viabilidade em um nome do PT para encabeçar a chapa, como defende Lula.
"Olhando o Lula que governou o Brasil, não consigo imaginar que ele só veja esse caminho do isolacionismo. Falar em candidatura própria do PT em 2022 é só um movimento inicial, feito para resgatar a imagem do PT hoje. Mas isso não se sustenta até 2022. Seja pelo amor, seja pela dor. Contudo, o principal é compreender que, num país como o Brasil, só é possível a esquerda ganhar e governar fazendo alianças para além da esquerda”, completou.
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