Obras

Conciliação sobre reforma de terminal terá nova audiência

Obra ficou paralisada devido ao contexto da pandemia da Covid-19; no ano passado, local teve duas plataformas interditadas por problemas estruturais; elas já foram reformadas

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Duas plataformas já foram reformadas e estão em uso, outras duas estão interditadas, com obra paralisada
Duas plataformas já foram reformadas e estão em uso, outras duas estão interditadas, com obra paralisada (terminal da praia grande)

São Luís – Uma nova audiência de conciliação do Consórcio Taguatur/Retrans/Consórcio Central com o município de São Luís, tem data marcada para o dia 18 de agosto, mediada pelo juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, Douglas de Melo Martins. Em agosto de 2019, a Vara, deferiu sob tutela de urgência a reforma e adequação necessária do Terminal da Praia Grande, no entanto, a obra só teve início em outubro do mesmo ano. Primeiramente, foram reformadas as plataformas 3 e 4, que já estão liberadas para o uso dos passageiros. Na audiência deve ser acordada uma data para o retorno das obras – que ainda não foram concluídas e estão paralisadas desde o início da pandemia de coronavírus.

A última audiência de conciliação aconteceu no dia 20 de janeiro, dia em que as plataformas 1 e 2 ficaram interditadas, após constatados problemas estruturais no telhado, vigas, calhas e pilares. De acordo com o Consórcio Central, as obras das plataformas 1 e 2 estavam previstas para se iniciarem março de 2020, mas, em decorrência da pandemia da Covid-19, este cronograma não pôde ser cumprido. Com a crise sanitária do novo coronavírus e as medidas de isolamento e distanciamento social – ainda em março deste ano – as obras estão paralisadas. “Não há riscos para os usuários do transporte, visto que os mesmos estão utilizando as plataformas 3 e 4, reformadas em 2019”, explica o Consórcio, em nota.

As atividades do judiciário também ficaram paralisadas desde o dia 19 de março e só retornaram no último dia 1° de julho. Por isso, a nova data da audiência de conciliação entre as partes envolvidas no processo, acontecerá no próximo dia 18.

A Obra
No dia 13 de dezembro de 2019, uma inspeção judicial foi feita no terminal, durante a observação, constatou-se que as obras estavam em andamento em ritmo razoável, com um pouco de atraso, sob a justificativa do engenheiro responsável, porque os pilares estavam bastante danificados e precisavam serem reconstruídos.

O Consórcio Central explica ainda, que as obras das plataformas 1 e 2 importaram um grande investimento, e a sua execução foi prejudicada por conta da queda aguda de receita da concessionária –na ordem de 60%. “Sem dúvida impactou na execução do serviço dentro do cronograma original, que findaria no final de julho/começo de agosto”, afirma a empresa. Por fim, o Consórcio Central informa que é necessário um desfecho da pandemia, com a normalização das receitas, para, então, e em conjunto com o Poder Judiciário, haver a elaboração de um novo cronograma para as obras das Plataformas 1 e 2, atualmente interditadas.

Patrícia de Santos Ferreira, de 30 anos, passava pelo terminal nesta manhã de quinta-feira (16), e relatou sua opinião sobre o atraso nas obras. “Eu não vejo evolução nenhuma, porque ainda está do mesmo jeito e parece estar piorando cada vez mais”, frisa.

Processo de degradação
O engenheiro civil, Pedro Licerio, explica à reportagem o porquê da degradação do concreto das plataformas, um dos problemas estruturais do terminal. “Quando é feita a fabricação do concreto, são escolhidos todos os materiais de acordo com a classe de agressividade do ambiente que vai ser instalado o concreto”, esclarece. O engenheiro expõe ainda, que na área do Terminal da Praia Grande, existe uma grande concentração de salitre – que é altamente corrosivo – devido à proximidade do mar.

“Com o tempo, o concreto vai sofrendo ataques de agentes químicos presentes no ar, como a umidade e o próprio salitre proveniente do mar. Então, o concreto vai se desgastando e apresenta patologias”, diz. Pedro Licerio, aclara que essas patologias são responsáveis por essa degradação do concreto, e consequentemente, das plataformas. “Quando a umidade chega nas armaduras (ferragens), a preocupação aumenta, pois são parte fundamental da estrutura de concreto armado para suporte das cargas”, completa.

SAIBA MAIS

O Terminal

Em 31 de janeiro de 1996, na gestão da prefeita Conceição Andrade, foi sancionada a lei municipal nº 3430, que deixou sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (Semtur) a gestão, fiscalização, operação e execução do transporte público da capital, e a elaboração das linhas de ônibus e contratação das empresas para a operação do serviço.

Em 8 de setembro do mesmo ano, foi inaugurado o Terminal da Praia Grande, marco inicial do Sistema Integrado de Transporte (SIT), e boa parte das linhas existentes até então foram integradas ao terminal.

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