Eleições 2020

"Dino entrará na disputa eleitoral no 2º turno"

Bira do Pindaré é deputado federal, pré-candidato a prefeito de São Luís pelo PSB e articula em Brasília o apoio do PT ao seu projeto eleitoral

Ronaldo Rocha/da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Deputado Bira do Pindaré confirma que PSB busca na direção nacional, apoio do PT para a disputa em São Luís
Deputado Bira do Pindaré confirma que PSB busca na direção nacional, apoio do PT para a disputa em São Luís (Bira do Pindaré)

São Luís - O deputado federal Bira do Pindaré, pré-candidato a prefeito de São Luís pelo PSB, afirmou a O Estado que articula em Brasília uma aliança de seu partido político com o PT para a disputa eleitoral, rechaçou ter uma relação abalada com o governador Flávio Dino (PCdoB), e assegurou que o chefe do Executivo somente manifestará apoio a qualquer candidato, no segundo turno.

Ele também negou a existência de um consórcio de pré-candidaturas sustentado pelo Palácio dos Leões, e brincou: “se há consórcio, não me convidaram para a assembleia”.

Bira do Pindaré também avaliou as gestões de Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e do presidente Jair Bolsonaro e analisou a crise institucional em Brasília entre os Poderes.

O deputado federal é mais um dos entrevistados da série lançada por O Estado, que tem por objetivo ouvir todos os pré-candidatos a prefeito de São Luís. As entrevistas são sempre publicadas nas terças e nas quintas-feiras.

Quando foi que você decidiu que esse seria o momento, em toda a sua trajetória política, de disputar o comando da prefeitura de São Luís?

Não precisei escolher esse momento. Na verdade, venho tentando a várias eleições ser candidato a prefeito de São Luís. Sempre esbarra na questão partidária. Mas dessa vez é diferente porque tenho total apoio do nosso partido. A nossa pré-candidatura é uma prioridade nacional para o PSB e, portanto, nos sentimos absolutamente respaldados dentro de um projeto coletivo rumo à Prefeitura de São Luís.

Sem apoio efetivo do seu grupo político - que está dividido entre pelo menos quatro pré-candidaturas -, você acredita que conseguirá consolidar esse projeto para a capital?

Considero normal ter várias candidaturas na base de apoio do governo Flávio Dino, afinal de contas é um governo de frente ampla e é legítimo que todos os partidos apresentem seus pleitos. Agora o apoio mais importante que nós temos nessa largada é daqueles que acreditam em nosso trabalho. Os que votaram em mim para deputado federal, que me elegeram duas vezes deputado estadual, e que quase me elegeram senador da República, sempre com a maior parcela dos votos concentrados aqui na capital. Esse é o nosso ponto de largada, mas, se Deus quiser, ampliaremos bastante até o dia a eleição.

Qual a sua relação hoje com o governador Flávio Dino? Nos bastidores, falam em certo distanciamento, depois de - supostamente -, você ter declinado de um convite para assumir secretaria de Estado e abrir espaços naquela ocasião ao suplente de deputado Gastão Vieira na Câmara. Qual a verdade nisso tudo?

Não há nenhuma verdade nisso. Não houve qualquer convite do governador Flávio Dino para eu integrar, na condição de secretário, a sua atual gestão. Fiz parte da gestão anterior, fui secretário da Ciência e Tecnologia, e sou muito grato pela oportunidade, inclusive de ter coordenado a implantação do IEMA que é a melhor referência de educação pública no estado do Maranhão do governo dele. Tenho ótima relação com o governador Flávio Dino há mais de 30 anos e, se Deus quiser, vamos prosseguir em favor do Brasil e em favor do Maranhão.

Flávio Dino, aliás, tem manifestado gestos de apoio à pré-candidatura de Rubens Júnior, de mesmo partido político, e incentivado outras pré-candidaturas, como as de Duarte Júnior e Neto Evangelista. E você, ainda conta com qualquer manifestação favorável de Dino ao seu nome?

Não existe qualquer favorecimento a qualquer pré-candidato por parte do governador Flávio Dino. Ele garantiu que só entrará na disputa eleitoral de São Luís no segundo turno, como aconteceu na eleição passada. Acredito que esse é o posicionamento mais acertado, haja vista que vários pré-candidatos integram a base de apoio dele e penso que a postura adotada é, de fato, a mais adequada.

A discussão a respeito da existência de uma espécie de consórcio sustentado pelo Palácio dos Leões para derrotar Eduardo Braide faz com que você permaneça um pouco distante hoje deste núcleo?

Não acredito nessa história de formação de consórcio. Aliás eu até brinco: ‘Se há consórcio, não me convidaram para a assembleia’. Na verdade, a situação é muito parecida com a eleição passada, que também haviam várias candidaturas na base de apoio do governo Flávio Dino. À época, o que ele fez? Ele só entrou na disputa no segundo turno, e ninguém falou em consórcio naquela eleição. Por que agora querem dar essa interpretação? Isso parece um sinal de fragilidade para quem já começa encontrar dificuldades nesse caminho eleitoral em São Luís do Maranhão.

O PSOL rejeitou há duas semanas uma aliança com você para a disputa da Prefeitura de São Luís. A O Estado, você afirmou na ocasião que não desistiria do diálogo com aquele partido. Por qual motivo?

Não vamos desistir do diálogo com o PSOL. O PSOL está no mesmo campo de oposição, o campo da esquerda e é muito importante para a gente enfrentar essa situação do país. Se não der no primeiro turno, nada impede que estejamos juntos no segundo. De maneira que prosseguiremos com o diálogo porque essa relação com o PSOL é muito importante para nós em São Luís e também em todo Brasil.

Você tem conseguido avançar em outras frentes, no diálogo com outros partidos? Há alguma aliança já consolidada?

Estamos buscando o apoio do Partido dos Trabalhadores. Há um debate nacional a respeito e, se os partidos chegarem a esse entendimento, creio que será muito bom para fortalecer nosso projeto aqui na capital.

Afinal, o projeto de lei que dá prioridade na contratação de mão de obra maranhense na construção civil é de sua autoria, ou do deputado Duarte Júnior?

É uma Lei da minha autoria que garante a prioridade da contratação a mão de obra maranhense na construção civil. O que eu entendi é que o projeto do deputado altera a Lei da minha autoria, o que é totalmente normal que aconteça. Mas a Lei original é da minha autoria, que foi aprovada, amplamente divulgada e que contou com a participação, inclusive, dos representantes do setor da construção civil.

Qual a sua avaliação a respeito da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior?

Durante a sua trajetória como gestor de São Luís, o prefeito Edivaldo Holanda tem momentos de alta e momentos de baixa. Penso que, nesse momento, ele está em alta por conta dos resultados produzidos na cidade. Isso faz dele um forte cabo eleitoral, com peso muito grande no processo sucessório.

Não há modelo, nem receita. Nós queremos uma gestão com transparência, uma gestão com inversão de prioridades e uma gestão com participação popular. Creio que esse seja o caminho para a gente caminhar na direção da cidade que sonhamosBira do Pindaré, pré-candidato a prefeito de SL pelo PSB

Que tipo de gestão você pretende implantar na capital maranhense? Há algum modelo bem sucedido que o inspira?

Não há modelo, nem receita. Nós queremos uma gestão com transparência, uma gestão com inversão de prioridades e uma gestão com participação popular. Creio que esse seja o caminho para a gente caminhar na direção da cidade que sonhamos. Uma cidade cada vez mais justa, cada vez mais humana e cada vez mais bela. Para isso, usaremos toda a nossa experiência administrativa e toda a nossa experiência de vida. Afinal de contas eu cheguei a São Luís aos dois anos de idade, vindo do interior do Maranhão para morar na periferia, para estudar em escola pública a vida inteira, para frequentar hospital público, andar em ônibus lotado. Enfim, conheço plenamente todas as alegrias e dificuldades que a cidade oferece, e isso será uma inspiração para a gente buscar os melhores caminhos para transformar a realidade da nossa cidade.

Como você enxerga essa crise institucional entre o Poder Legislativo, Executivo e o Judiciário em Brasília?

Vejo com enorme preocupação, tendo em vista que estamos no meio de uma pandemia e de uma crise econômica sem precedentes. Não era hora de tanta confusão entre o executivo com o judiciário e com o legislativo. Pelo contrário, o presidente deveria liderar a convergência entre os poderes e toda a sociedade para fazer o enfrentamento a essa situação. Lamentavelmente não é o que a gente observa acontecer nesse momento.

Como você avalia a gestão de Jair Bolsonaro?

É uma gestão desastrosa e completamente irresponsável. A prova maior está aí, a pandemia. Ele chamou de gripezinha, de resfriadinho e tanto negligenciou as precauções e medidas preventivas que se contaminou. Agora enfrenta essa doença maldita que tem tirado a vida de tantos brasileiros e brasileiras. Não era para ser assim. O Brasil precisava ter alguém muito mais responsável e consequente para liderar essa guerra contra esse inimigo invisível.

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