Editorial

Agência reforça o alerta

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

No momento em que o Brasil se aproxima de 60 mil mortes por coronavírus, conforme levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça o alerta que a pandemia ganha a cada dia mais força em vários países e que não há sinais de que a Covid-19 esteja perdendo força. Nesta semana, a agência mundial da Saúde vai marcar os seis meses do primeiro caso informado à entidade, em 31 de dezembro de 2019.

A OMS, em Genebra, lançará apelo para que governos assumam suas responsabilidades, superem divisões internas e estabeleçam acordos mundiais. Também haverá um pedido para que os estados insistam de forma significativa em testes e que medidas de proteção social e distanciamento sejam mantidas.

Para reforçar sua tese, a agência irá insistir sobre os números mais recentes, os piores desde o começo da crise. Sozinho, o Brasil registrou quase três vezes o número diário da Europa, com 16,5 mil novos casos nas últimas 24 horas. O país, porém, representa apenas 2,3% da população mundial. E os países europeus continuam relaxando suas restrições diante da redução no ritmo de contágios e mortes.

O Governo Federal anunciou no sábado, 27, que firmou um acordo de cooperação com o Reino Unido para o desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina para Covid-19, do laboratório AstraZeneca e da universidade de Oxford. Com o acordo, a vacina será fabricada no país. O anúncio foi feito em uma entrevista coletiva pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Se a vacina se mostrar segura e eficaz, serão produzidas outras 70 milhões de doses no valor estimado de 2,30 dólares por dose.

Mesmo diante dessa grave situação causada pela Covid-19, o Governo Federal só gastou 29,3% de recursos para combater a Covid-19. De R$ 39,3 bilhões liberados pela União, R$ 11,5 bilhões saíram dos cofres públicos. Além disso, R$ 121,6 bilhões (30,1%) foram empenhados para pagar contas pendentes.

Para especialistas, uma parte considerável do problema se deve, em sua avaliação, à interferência do presidente Jair Bolsonaro na pasta, às divergências sobre o que fazer e à falta de continuidade administrativa, em decorrência da troca constante de ministros da Saúde e da saída de técnicos envolvidos desde o princípio com a gestão da crise.

Ainda segundo eles, a questão é que tudo isso tem a ver com a verba gasta e não com a que está "empoçada" no ministério. Se o órgão estivesse conseguindo usar mais os recursos já liberados pelo governo, sem perder tanto tempo com discussões políticas, talvez o Brasil não estivesse ocupando o segundo lugar na lista dos países com o maior número de mortos e de contaminados pelo novo coronavírus.

Conforme nota do Ministério da Saúde, do total de gastos já efetuados, R$ 9,5 bilhões foram repasses já feitos aos entes subnacionais, para reforçar a estrutura hospitalar. O ministério lista também uma série de ações que empreendeu, para mostrar que não está parado e justificar os gastos realizados no enfrentamento da pandemia.

Chega a boa notícia da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que decidiu incluir, no rol de procedimentos obrigatórios a serem atendidos por planos de saúde, os testes para confirmação de infecção pelo novo coronavírus, que causa a Covid-19. A Resolução Normativa 458, de 2020, que inclui os exames laboratoriais, foi publicada ontem no Diário Oficial da União. As pesquisas de anticorpos IgA, IgC ou IgM serão obrigatórias para os planos de saúde nas segmentações ambulatorial, hospitalar (com ou sem obstetrícia) e referência, nos casos em que o paciente apresente ou tenha apresentado alguns quadros clínicos.

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