Editorial

Ainda não dá para relaxar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

Desde ontem alguns setores do comércio de São Luís voltaram a funcionar, de acordo com decreto editado pelo governador Flávio Dino, e aos poucos, ainda que sejam crescentes os números de casos da Covid-19 no Maranhão, essa atividade está sendo restabelecida. Lanchonetes, restaurantes e bares seguem proibidos de receber clientes para consumo interno, como também os shoppings - que devem reabrir a partir do 15 deste mês. É importante lembrar que o Maranhão não tem tantos motivos para relaxar.

Depois de mais de dois meses, São Luís está retornando à sua rotina, com maior movimentação de pessoas nas ruas e de veículos, sinalizando que muitas pessoas estão retornando ao trabalho. A utilização de máscaras em locais públicos ou privados continua obrigatório, assim como no transporte público. O plano de reabertura considera, também, as medidas de prevenção contra o novo coronavírus, que devem ser mantidas.

No momento em que os estados estão se organizando para voltar à normalidade, infelizmente o Brasil se tornou o epicentro da epidemia mundial atingindo a marca de mais de meio milhão de pessoas infectadas e com um detalhe: esse número é uma subestimação - e vale para o Maranhão - pois o país tem uma baixa taxa de teste.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de contaminações. Está atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 1,7 milhão, e à frente da terceira colocada, a Rússia, que registra 405,8 mil casos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. No último sábado, 30, o Brasil teve recorde de infecções em um dia. Foram 33.274 novos casos. Além disso, o país superou a França em número de mortalidades.

E o que se constata até o momento é que o país não tem uma política de saúde definida para combater a Covid-19. É lamentável que somos um dos únicos países a ainda registrar mais de mil novas mortes pela doença diariamente - isso aconteceu quatro vezes na última semana.

Os números negativos dividem a atenção com o cenário político conturbado, enquanto o presidente Bolsonaro - que chamou a Covid-19 de "gripezinha" - incentiva, embora negue, e participa de aglomerações, a exemplo do que ocorreu no último domingo, em Brasília. Ao que parece, Bolsonaro se sente bem criando polêmicas, talvez como forma de desviar a atenção dos veículos de comunicação para o aumento de casos da Covid-19 no país. Ele já teve atritos com prefeitos e governadores favoráveis ao isolamento social, desafiou as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e fez piada com a hidroxicloroquina - medicamento que defende mesmo sem comprovação científica de sua eficácia. O Supremo Tribunal Federal (STF) é a bola da vez.

E foi assim que chegamos aos mais de 500 mil casos do novo coronavírus. Desde que a pandemia chegou, o país já assistiu a pedidos de demissão de dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, e do secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, além da saída do ministro da Justiça, Sergio Moro. Pelo visto até o agora, o futuro do país a Deus pertence.

Uma conceituada revista científica publicou um estudo no fim de maio que apontou a perda de olfato como o sintoma mais comum da Covid-19. Ao todo, foram analisados 2.013 pacientes em 18 hospitais europeus entre março e abril. Entre eles, 1.754 (87%) com estado leve e moderado da doença relataram perda total ou parcial do olfato, enquanto 1.136 (56%) apontaram problemas em sentir gostos. Dor de cabeça, dor muscular e tosse apareceram na sequência como os sintomas mais relatados. O estudo aponta, porém, que a avaliação foi feita após a alta de pacientes, o que pode ter influenciado nas respostas, uma vez que eles foram questionados após o recebimento de seus diagnósticos.

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