Editorial

O comércio volta a respirar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

A retomada parcial do comércio no Maranhão a partir de segunda-feira, 25, com estabelecimentos familiares de pequeno porte, marca o início das atividades do setor econômico, paralisado por conta da pandemia da Covid-19. Em decreto editado quarta-feira, 20, o governador Flávio Dino (PCdoB) determinou que a reabertura do comércio inicia-se em 1º de junho, com avaliações da situação sanitária toda semana para dar sequência ao plano de retomada da economia ou interrompê-lo.

A decisão do governo do Estado é vista como um alívio para o comércio da capital, que foi duramente atingido pelas medidas impostas no combate à disseminação do coronavírus, provocando sérias perdas econômicas e desemprego. Enfatize-se que não é o isolamento que paralisa a economia e sim a presença da pandemia. Países que não impuseram limites à circulação das pessoas e não levaram ao fechamento de negócios e serviços não essenciais tiveram perdas econômicas como aqueles que foram mais rígidos e fizeram do distanciamento social um mantra cotidiano e, até, no limite, realizaram o lockdown.

Embora seja um passo inicial, alguns setores do comércio, como os shoppings, bares e restaurantes, ainda vão ter que esperar algum tempo para voltar às suas atividades que são, basicamente, de contato direto com o público. O governador garante que a flexibilização no comércio ocorrerá de forma gradual, com segurança e a observância de normas sanitárias. A cada sete dias, a situação epidemiológica será reavaliada, podendo haver modificação ou revogação da portaria.

A partir do dia 1º de junho de 2020 é autorizada a retomada progressiva do funcionamento dos órgãos e entidades vinculados ao Poder Executivo, com uso de máscaras obrigatório, revezamento de servidores, afastamento de funcionários no grupo de risco até o dia 15 de junho e suspensão de atendimento ao público externo até o dia 7 de junho.

O governador credita, em parte, a retomada do comércio ao lockdown (bloqueio total) que vigorou por 12 dias na Região Metropolitana de São Luís para evitar mortes e a proliferação de novos casos de coronavírus. Segundo ele, a medida cumpriu um papel muito importante, mas ainda está longe de dizer que a guerra contra a Covid foi vencida.

Um dos assuntos mais questionados nos últimos dias, a cloroquina não deve ser utilizada por todos os estados para combater o coronavírus, que no Brasil já contaminou mais de 300 mil e matou 20 mil pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde. A medicação, que não tem eficácia científica comprovada contra a Covid-19, foi o motivo da saída de dois ministros da Saúde: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que eram contrários à utilização indiscriminada do remédio por conta dos seus efeitos colaterais. Os dois ministros bateram de frente com o presidente Jair Bolsonaro e deixaram a pasta. Teich, 29 dias após assumir. Agora quem comanda o Ministério da Saúde é o general Eduardo Pazuello, que não é médico.

O Maranhão é um dos estados que já sinalizaram que não vão aderir ao uso generalizado da droga. O governador Flávio Dino disse que "não há certeza científica em nível internacional ou nacional" sobre o assunto. Por sua vez, o secretário do Maranhão, Carlos Lula, afirma que há receio sobre a orientação de estimular pressão da população sobre gestores do Sistema Único de Saúde e médicos. "A gente sabe que não há medicação 100% eficaz. A maioria dos pacientes melhora sem tomar nada, pode tomar cloroquina ou tubaína, vai dar na mesma. É um debate equivocado", disse, em uma alusão à ironia feita por Bolsonaro, em live na terça-feira.

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