Rodízio

Redução na circulação de veículos foi de 60%

Bloqueio total começou no dia 5 deste mês e foi encerrado no domingo, 17; rodízio de veículos teve duração de apenas quatro dias, na semana passada

Nelson Melo / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Fluxo de veículos foi menor durante o lockdown e rodízio de placas
Fluxo de veículos foi menor durante o lockdown e rodízio de placas (trânsito)

Com o lockdown, somente na capital maranhense, houve uma redução entre 60% a 70% de veículos na vigência do rodízio de carros, que durou quatro dias, na semana passada. Objetivo do bloqueio total foi impedir o avanço do novo coronavírus na Grande Ilha, epicentro da Covid-19 no estado, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Em uma live nas redes sociais, na tarde desta segunda-feira, 18, a diretora-geral do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran/MA), Larissa Abdalla Britto, disse que os dados sobre a redução da frota de veículos em São Luís, durante o rodízio, foi reportada pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT). Ela destacou que o órgão municipal possui câmeras de videomonitoramento nas 10 principais avenidas da cidade, como a Jerônimo de Albuquerque, São Luís Rei de França e dos Africanos, o que auxiliou na fiscalização.

Larissa Abdalla pontuou que, ao contrário do que muitas pessoas imaginaram, o objetivo do lockdown e do rodízio de carros não era multar, mas tornar mais restrito o deslocamento, para coibir a propagação do coronavírus na região metropolitana, onde a quantidade de casos só aumenta. “O objetivo era que as pessoas ficassem em casa, tornando mais restrita a possibilidade de contaminação”, esclareceu a diretora-geral do Detran/MA, na live.

Ela ressaltou que a frota registrada de veículos no Maranhão é de cerca de 1.800 milhão. Desse total, 500 mil circulam na Grande Ilha. A distribuição fica da seguinte forma: em São Luís, 420 mil; em São José de Ribamar, 43 mil; Em Paço do Lumiar, 28 mil; e em Raposa, aproximadamente 5 mil. “Nem todos os veículos circulam em São Luís. Esses 500 mil não poderiam ter trafegado na capital durante o lockdown. Mas é a frota registrada, que serve como base”, enfatizou Larissa Abdalla.

Redução na circulação
Conforme a diretora-geral comentou, os percentuais de redução no período do lockdown são significativos. No transporte coletivo, houve uma diminuição superior a 80% da frota, segundo dados reportados pela SMTT e pelas outras prefeituras da região metropolitana, assim como pela Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) e a Polícia Militar. Ela frisou que menos ônibus representou menos pessoas nos terminais de integração e nos próprios coletivos, um fato que, de alguma forma, ajudou na eliminação da possibilidade de contágio do novo coronavírus.

No entanto, Larissa Abdalla deixou claro que a fiscalização em via urbana é de competência das prefeituras, por meio das secretarias de trânsito. Já as rodovias estaduais (MAs) são de responsabilidade da MOB. “O Detran/MA é o órgão executivo máximo de trânsito no estado. O governador estabeleceu um grupo de trabalho para apreciar as medidas, tanto o lockdown como o rodízio. Então, o Detran fez parte, para realizar o acompanhamento”, pontuou ela.

A diretora geral do Detran/MA observou que, na vigência das duas medidas, houve áreas da Grande Ilha que ficaram completamente vazias. Em outras, houve concentração de pessoas, mas por um aspecto cultural da vida cotidiana da cidade, como as feiras, mercados e locais de compra de alimentos, bem como nas agências bancárias, por conta do recebimento do Auxílio-Emergencial, do governo federal.

Preocupação e receio
Larissa Abdalla disse que uma das preocupações, que deixou os órgãos envolvidos receosos, era que algumas pessoas começassem a aliar o término do rodízio ao término do lockdown. Isso porque a alternância de placas ocorreu durante quatro dias, tendo sido encerrada na quinta-feira, 14. Já o bloqueio total, considerada a medida mais rígida de distanciamento social, foi concluído no domingo, 17, como estava previsto na Medida Provisória do Governo do Estado.

Outro ponto destacado pela diretora geral teve relação com a ocorrência simultânea do rodízio de veículos em São Luís e em São Paulo. Na cidade paulista, a prática já existe há 23 anos, ou seja, desde 1997. Ela comentou que um ponto que deve ser levado em consideração é que medida foi adotada pela primeira vez na região metropolitana da capital maranhense, em uma situação excepcional, ou seja, em época de pandemia.

Prazos interrompidos
Ainda na live, Larissa Abdalla enfatizou que, nesse período de pandemia, todos os prazos referentes ao Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão estão interrompidos. Isso significa que, quem estiver com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida a partir de 19 de fevereiro deste ano, está com a validade prorrogada, por tempo indeterminado. “Isso está acontecendo no Brasil inteiro. É uma deliberação do Conselho Nacional de Trânsito”, salientou ela.

A diretora geral declarou que as pessoas devem ficar tranquilas caso tenham qualquer diligência no Detran/MA e com prazo. “Não está correndo, não será multado ou pagará mais por isso”, observou Larissa Abdalla.

SAIBA MAIS

Lockdow e rodízio

O lockdown começou no dia 5 deste mês, após determinação da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, cuja decisão foi acatada pelo Governo do Estado, que estabeleceu as normas para funcionamento do bloqueio total. O encerramento deveria ter acontecido no dia 14, mas o prazo foi estendido para domingo, depois de uma reunião envolvendo o Poder Judiciário e órgãos estaduais e municipais. Durante o período, foram montadas várias barreiras na Grande Ilha, em pontos estratégicos, com o intuito de fiscalizar.

Na vigência do lockdown, houve o rodízio de veículos. Na segunda-feira, 11, e terça-feira, 12, só puderam circular os carros com dígitos finais de placa ímpares. Na quarta-feira, 13, e quinta-feira, 14, conforme a medida do Governo do Estado, só puderam trafegar os veículos cujos dígitos finais da placa são pares. Apesar da medida rígida, muitos condutores desrespeitaram o bloqueio total e saíram às ruas em datas distintas daquelas permitidas no que se refere ao trânsito, na Grande Ilha.

Por este motivo, as barreiras foram colocadas em pontos estratégicos, como nas avenidas São Marçal, no João Paulo; Marechal Castelo Branco, no São Francisco; dos Franceses, na Alemanha; e Daniel de La Touche, no Ipase. Não foram raras as ocasiões em que os agentes de trânsito e policiais militares flagraram pessoas trafegando de maneira irregular, tendo como referência o dígito das placas dos carros.

Os policiais e agentes de trânsito perguntavam aos condutores para onde estavam seguindo. Caso estivessem se deslocando para serviços ou atividades essenciais, um documento era pedido ao motorista, para confirmar a versão apresentada na abordagem. De acordo com a medida do Governo do Estado, alguns casos foram citados como exceção com relação ao rodízio de carros na região metropolitana. Nesse item, estavam enquadrados ambulâncias, devidamente identificadas, conforme normas técnicas; e carros a serviço de instituições de assistência médico-hospitalar, como hospitais, clínicas, laboratórios e demais estabelecimentos de saúde.

Ademais, puderam trafegar veículos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS); ao Sistema Penitenciário do Maranhão; à Defesa Civil; às Forças Armadas; aos Conselhos Tutelares; aos poderes Judiciário e Legislativo; ao Ministério Público; à Defensoria Pública; à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); à fiscalização de trânsito; e a órgãos e profissionais da imprensa, em serviço, e os de reportagens voltados à cobertura jornalística. Outros casos também estão nessa lista, como os funerários, os de transporte coletivo, transporte de valores e de vigilância privada.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.