Editorial

Não caia no golpe

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

O auxílio emergencial que começa a ser pago nesta quinta, 9, para atender a toda a população desassistida é alvo de bandidos. Isso mesmo: tem muita gente tentando tirar proveito da situação por meio de aplicativos que buscam se passar pelo programa oficial da Caixa. É golpe certo. Na dúvida, é sempre bom conferir o site da instituição e checar as informações e links. Não siga links recebidos por Whatsapp/email/SMS. Outro meio de tirar dúvidas sobre o benefício é pelo telefone 111, lançado pela Caixa.

O auxílio emergencial de R$ 600 do governo do federal vem como um sopro de alívio para trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais (MEIs) e beneficiários. Em meio a esse cenário, golpistas já estão se aproveitando da vulnerabilidade dessas pessoas, diante da pandemia do coronavírus, para furtar dados pessoais. Desde março, em todo o país, mais de 6,7 milhões de pessoas já caíram em algum dos golpes do chamado "coronavoucher".

Os criminosos utilizam o auxílio de R$ 600, aprovado no dia 30 de março pelo Senado, para chamar a atenção das pessoas. A partir de mensagens compartilhadas pelo WhatsApp, os golpistas enviam links maliciosos que, ao serem acessados, podem roubar dados pessoais e bancários das vítimas. Uma das mensagens é sobre a data do pagamento do benefício diferente do calendário oficial divulgado pela Caixa. Além disso, informa que é possível sacar a quantia imediatamente após preencher as informações, o que também é falso. Quando o usuário clica no site indicado, é levado a um questionário com três perguntas: “Você recebe Bolsa Família?”; “Você é autônomo?”; “Você quer receber o auxílio?”. Depois de respondê-las afirmativamente, aparece uma mensagem dizendo que o benefício foi aprovado, mas que, antes, é preciso compartilhar o link para seus contatos no WhatsApp.

Portanto, todo o cuidado é pouco. Especialistas alertam que, para tornar o ataque mais verídico, alguns golpistas se aproveitam de ações reais que grandes empresas e o governo estão realizando para enfrentar o coronavírus. A tendência é que o número de ataques e de vítimas aumente nos próximos dias, principalmente em decorrência do agravamento da situação do país neste momento de crise.

Ainda de acordo com especialistas, o auxílio do governo não será suficiente para atender a toda a população desassistida do país. Apesar dos avanços da regulamentação e o alcance do pagamento aos informais, um contingente de ao menos 21 milhões de pessoas não receberá a ajuda. Para receber o auxílio, o governo definiu que os interessados precisavam estar, até o dia 20 de março, sem emprego com carteira assinada, com renda pessoal de até R$ 522,50 ou renda familiar de, no máximo, três salários mínimos (R$ 3.135).

Na avaliação de Tatiana Roque, professora da UFRJ e vice-presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, ao impedir o acesso de quem tinha emprego formal, o governo excluiu 15 milhões de pessoas. São os que têm emprego formal, mas estão no Cadastro Único do Ministério da Cidadania, que reúne 78 milhões de cidadãos de baixa renda no país. Ainda segundo ela, uma pessoa pode receber até três salários mínimos com emprego formal, mas vive em uma família numerosa e fazia bico para complementar a renda. Agora não poderá mais tentar uma renda extra e ficará mais vulnerável, sem auxílio.

Pesquisa Datafolha divulgada ontem, 8, aponta que 69% dos entrevistados dizem que vão perder renda durante a crise sanitária provocada pela epidemia de coronavírus no Brasil. O levantamento mostra ainda que 76% defendem que as pessoas fiquem em casa para evitar que o vírus se espalhe. O instituto entrevistou, por telefone, 1.511 pessoas entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de três pontos. Segundo a pesquisa, preocupação é maior entre os mais pobres, mas parece ter alcançado rapidamente grupos que se sentiam mais protegidos no início da crise, aumentando de forma significativa entre os mais ricos, à medida que as consequências econômicas da epidemia começam a se tornar evidentes.

Nesta Quinta-feira, começa o Tríduo Pascal, a preparação para a grande celebração da Páscoa, a vitória de Jesus Cristo sobre a morte, o pecado, o sofrimento e o inferno. Este é o dia em que a Igreja celebra a instituição dos grandes sacramentos da ordem e da Eucaristia. Jesus desejou ardentemente celebrar aquela hora: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa antes de sofrer” (Lc 22,15).

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