Coronavírus

Coronavírus: bolsas da Europa tombam junto com cotação do petróleo

Mundo reage e o ING destaca o impacto do vírus na cadeia de suprimentos dos países na zona do euro e garante que á medida que as fábricas fecham, a produção se fragmenta

Agência Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Bolsas da Europa cairam a níveis muito baixo, arrastando a cotação do petróleo na Arábia Saudita
Bolsas da Europa cairam a níveis muito baixo, arrastando a cotação do petróleo na Arábia Saudita (Bolsas)

Washington - As bolsas da Europa registraram quedas expressivas nesta segunda-feira, 9, dia marcado pelo mau humor generalizado nos mercados globais diante da "guerra de preços" no mercado petróleo. O índice pan-europeu Stoxx 600 entrou em bear market e fechou em queda de 7,44%, em 339,50 pontos.

O índice chegou a bater mínima de 336.54 pontos. Há, ainda, peso do avanço das mortes por coronavírus, em meio à dificuldade dos países europeus em conter a propagação da doença.

No fim de semana, a Arábia Saudita decidiu aumentar a produção de petróleo e dar descontos aos compradores, em retaliação à Rússia que se negou, na semana passada, a fazer um acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para ampliar os cortes de produção e suportar os preços, em meio aos impactos do coronavírus.
De acordo com a Julius Bear, o "negócio de xisto nos EUA parece mais sensível ao preço e provavelmente chegará ao ponto de estrangular a produção, com algumas empresas que provavelmente não sobreviverão. Já as receitas do petróleo da Rússia devem cair, mas o rublo flutuante suaviza parte do impacto". A Rússia disse nesta segunda que o país tem condições de enfrentar preços do barril de petróleo por período prolongado de até 10 anos.
O ING destaca o impacto do vírus na cadeia de suprimentos dos países na zona do euro "As interrupções na cadeia de suprimentos são grandes. À medida que as fábricas fecham, a produção se torna cada vez mais fragmentada em todo o mundo, e isso pode ter um impacto significativo na produção da zona do euro."

Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 7,69%, em 5 965,77 pontos. A mineradora Glencore caiu 12,33% e a BHP, 16,57%
Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX caiu 7,94%, a 10.625,02 pontos. Os bancos alemães estiveram pressionados, como Deutsche Bank que tombou 12,41%, e o Commerzbank, que desabou 15,44%. Neste cenário de aversão a risco, dados positivos da indústria alemã ficaram em segundo plano, como a produção industrial de janeiro, que cresceu 3% ante dezembro.

Em Paris, o índice CAC 40 fechou em queda de 8,39%, em 4.707,91 pontos. A ação da Airbus caiu 9,56%. Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB registrou baixa de 11,17%, a 18.475,91 pontos, Destaque para os papéis da UniCredit, que caíram 13,44%. Em Madri, o índice Ibex 35 caiu 7,96%, a 7.708,70 pontos. O índice PSI 20, de Paris, fechou em queda de 8,66%, a 4.266,88 pontos.

Mundo reage

ROMA

O governo da Itália determinou o fechamento de seus museus, teatros, cinemas, salas de concerto, bares, salas de jogos, escolas de dança, discotecas e outros locais semelhantes em todo o país, até 3 de abril, para combater a disseminação do coronavírus. De acordo com um decreto assinado neste domingo, 8, o país colocou cerca de 16 milhões de pessoas sob quarentena.

Apesar de ser o país com maior letalidade por coronavírus na Europa e o segundo do mundo, atrás apenas da China, a Itália não é o único território que tem tomado medidas consideradas drásticas em outro contexto para evitar a disseminação da doença. Confira, abaixo, algumas regiões que também impuseram isolamentos, suspensões e até liberaram a população carcerária:

Irã
Cerca de 70.000 detentos do Irã foram liberados nesta segunda-feira, 9, após a epidemia de coronavírus no país. "A liberação de prisioneiros, até o ponto em que não crie insegurança na sociedade vai continuar", afirmou Ebrahim Raisi, chefe do judiciário iraniano. Ele ainda não especificou quando ou se os presos terão que retornar ao sistema carcerário.

EUA
Na manhã desta segunda-feira, as Universidades de Stanford e de Columbia cancelaram suas aulas presenciais por medo de contaminação do coronavírus, enquanto escolas de Los Angeles a Nova York também fecharam os portões até 18 de março. No ensino superior, os cursos passarão a ser ministrados online, pelo menos ao longo das próximas semanas.

Portugal
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, afirmou no domingo, 8, que se colocou em uma "quarentena voluntária" e cancelou todas as suas atividades públicas, em meio ao surto de coronavírus na Europa. O presidente recebeu alunos de uma escola que foi fechada por causa de um estudante infectado e, mesmo não apresentando sintomas, o líder decidiu "dar exemplo de tomada de medidas preventivas enquanto trabalhava de casa".

Nesta segunda-feira, tanto a Universidade do Porto quanto a do Minho suspenderam suas aulas, após alunos de ambas as instituições serem diagnosticados com o novo coronavírus.

França
Reunião com mais de mil pessoas foram proibidas na França, o que gerou um efeito cascata de cancelamentos e adiamentos em várias regiões. O Museu do Louvre, por exemplo, restringiu o acesso de visitantes na manhã desta segunda, em adição às escolas que já estavam fechadas para sanitização em algumas regiões do país.

Grécia
A Grécia proibiu eventos esportivos com espectadores e visitas escolares por duas semanas consecutivas. A medida foi tomada após o número de casos de coronavírus no país aumentar dez vezes, de sete para 73.


Alemanha
O ministro de Saúde da Alemanha, Jens Spahn, pediu no domingo, o cancelamento de todas as manifestações com mais de mil pessoas no país, diante da propagação da epidemia de coronavírus. O pedido foi feito frente as caminhadas pelo Dia Internacional da Mulher.

Vaticano
No domingo, 8, o papa Francisco fez sua tradicional missa por vídeo. A ação foi para conter a multidão que sempre acompanha a celebração na Praça de São Pedro, no Vaticano. "Estou em oração com as pessoas que sofrem com a atual epidemia de coronavírus", disse o pontífice, de 83 anos, em mensagem gravada na biblioteca do Vaticano. Havia uma pequena multidão na praça e o Papa apareceu brevemente para cumprimentá-las.


China
Mais de 50 milhões de pessoas estão isoladas na província de Hubei por conta do isolamento sanitário imposto desde janeiro. Em todo o país, quarentenas foram aplicadas de formas mais ou menos drásticas, chegando até a proibição de sair. Em Pequim, turistas dos países que foram "gravemente afetados" pela doença são colocados em quarentena compulsória de 14 dias. A medida foi estabelecida em 26 de fevereiro.


Vietnã
A província de Son Loi, e seus 10.000 habitantes, está passando por 20 dias de quarentena, enquanto o país já registra seis casos de infecção pela doença.


Coreia do Norte

Um total de 3.650 pessoas que estavam em quarentena nas províncias de Kangwon e Chagang voltaram à vida normal no último dia 5. Desde o início de fevereiro, 380 residentes estavam em quarentena domiciliar. O país também havia suspendido as conexões aéreas e ferroviárias com o exterior, além de ter barrado a entrada de turistas na região.


Hong Kong

O país impôs uma quarentena de duas semanas a todo turista que chegue da China continental. Quem não respeitar a medida pode ser condenado a até seis meses de encarceramento.


Voos
O governo das Ilhas Marshall proibiu temporariamente o desembarque de pessoas que viagem em voos internacionais. Depois de impor bloqueio temporário em uma região produtora de petróleo para conter a transmissão do novo coronavírus, o governo da Arábia Saudita também suspendeu viagens para nove países.

A companhia aérea marroquina Royal Air Maroc informou neste domingo que suspendeu os voos para Veneza e Milão, na Itália, enquanto a Iran Air suspendeu todos os voos de e para a Europa até novo aviso, informou a agência de notícias Isna.

O Kuwait também suspendeu todos os voos de e para o Egito, Líbano, Síria, Bangladesh, Filipinas, Índia e Sri Lanka. A medida foi tomada no último sábado e se estende por uma semana. (Com agências internacionais).



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