Editorial

Os perigos da eletricidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2020, divulgados pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) revelam aumento de 12% no número de mortes provocadas por acidentes elétricos no Brasil em 2019.

Dos 909 acidentes registrados, 697 resultaram em mortes, das quais 24 foram no Maranhão. O estado foi o quinto em número de mortes no Nordeste, região que apresentou maior número de casos fatais: 41%, seguido da região Sudeste (20%) e região Sul (16%).

Analisando as fatalidades em decorrência de choques, adultos com idade entre 31 e 40 anos foram as principais vítimas (195 pessoas). Mas muitos bebês e crianças também acabaram morrendo diante da descarga elétrica. Ao todo, 42 com idades entre zero e 10 anos.

Esses números são uma parcela dos acidentes que ocorrem no Brasil. As fatalidades devem ser ainda maiores, já que existem casos que não são reportados e nem divulgados.

Mesmo que ainda ocorram muitos acidentes na rede aérea de distribuição (postes e cabos de energia), a maioria dos acidentes acontece em residências, que abrangem casas, sítios, apartamentos e fazendas.

O fio partido, que envolve acidentes com tomadas sem tampas, cabos sem isolamento etc., é o principal culpado pelos choques, com 99 casos, sendo 85 mortes. Também apresentam-se como perigosos, os eletrodomésticos: 57 casos (52 mortes); cerca eletrificada: 38 casos (36 mortes); extensão, benjamin, tomadas: 28 casos (25 mortes); carregador de celular: 19 casos (15 mortes) e varal energizado: 4 casos (4 mortes).

Outro dado preocupante diz respeito a incêndios por sobrecarga que, de acordo com os dados do Anuário, sendo muito comum acontecer no ambiente familiar. Em 2019, foram 255 casos, com 25 mortes, de um total de 656 registros. Comércios (de pequenos a grande porte) foram os segundos no ranking, com 178 ocorrências e 10 mortes.

Em 2020, a situação parece que não mudou, pois em janeiro os acidentes bateram novo recorde desde o início do trabalho de levantamento de dados da Abracopel: foram 181 ocorrências e 93 mortes somente no primeiro mês do ano. Desses totais, os acidentes com choque elétrico, uma vez mais, se destacam, com 99 ocorrências e 83 mortes. Já em relação aos incêndios por sobrecarga, foram 70 ocorrências, que resultaram felizmente em apenas uma morte.

Segundo a Abracopel, importante salientar que quase 100% destes acidentes não deveriam ter acontecido se as pessoas fossem mais informadas a respeito dos riscos que a eletricidade oferece quando não é respeitada.

Esse também é o pensamento do engenheiro eletricista Fábio Amaral, diretor da Engerey Painéis Elétricos que cita, além da falta de conscientização da população sobre os riscos eminentes que a rede elétrica pode trazer, a má qualidade de instalações elétricas, entre os maiores motivos para a causa de choques elétricos fatais.

A água é inimiga da maioria dos aparelhos elétricos. Por isso, é sempre bom mantê-los longe de pias ou qualquer fonte de água, pois isso pode gerar um curto circuito. E em caso de tempestade, as pessoas devem se afastar dos objetos elétricos. Raios podem gerar picos de energia e os aparelhos podem funcionar como condutores de descargas.


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