Em 2020

Investimentos privados devem somar R$ 480 mi no Porto do Itaqui

Com aval do TCU, Ministério da Infraestrutura procederá, via Antaq, ao leilão para privatização de quatro áreas no porto maranhense, no mês de agosto

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
(Porto do Itaqui)

O aval do Tribunal de Contas da União (TCU) para a privatização de quatro novos terminais de granéis líquidos no Porto do Itaqui deve garantir investimentos privados da ordem de R$ 478,1 milhões.

A informação é do Governo do Maranhão, e veio no fim de se semana, após o ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Tarcísio Freitas, haver anunciado, no início da semana passada, a anuência do TCU para a operação.

Com esse aval, o Ministério da Infraestrutura deve proceder, via Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), ao leilão de pelo menos quatro áreas no porto maranhense para movimentação de granéis líquidos, especialmente combustíveis.

Segundo o Executivo maranhense, o projeto foi previamente autorizado pelo Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) com base nos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) apresentados pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), gestora do Itaqui, em agosto de 2018.

Para o presidente do Porto do Itaqui, Ted Lago, esses novos investimentos consolidam o Itaqui como hub de combustíveis do centro norte do Brasil. “Este é mais um passo do processo de expansão do Porto do Itaqui e a realização desse projeto representa mais emprego e renda para os maranhenses e maior arrecadação para o estado”, afirma.

Arrendamentos

Os portos públicos do Brasil são portos organizados (bem público), sob o modelo landlord port (com vários arrendamentos portuários/terminais), adotado na maioria dos países, como EUA, Espanha, França, Portugal, Alemanha, China, entre outros. Nesse modelo a gestão é pública e a operação portuária é privada.

No Brasil, os arrendamentos são regulamentados pela Lei 12.815/2013, que assim os descreve: “cessão onerosa de área e infraestrutura públicas localizadas dentro do porto organizado, para exploração por prazo determinado”.

A Autoridade Portuária, de acordo com o seu planejamento estratégico, define as áreas viáveis para exploração de investidores privados. Para cada área a ser explorada é necessário realizar um EVTEA e apresentá-lo ao Governo Federal.

O documento é analisado e, uma vez aprovado, é autorizada a concessão da área para arrendamento, ponto de partida para o processo licitatório, realizado pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq). A empresa que vencer a licitação assina o contrato de arredamento com o Governo Federal e a Autoridade Portuária e realiza os investimentos previstos no contrato para explorar a área conforme previsto na lei.

Juntas, as quatro áreas, identificadas como IQI 03, IQI 11, IQI 12 e IQI 13, somam 133.894 metros quadrados. O prazo de arrendamento de cada uma delas será de 20 anos.

“Não precisamos que o setor de combustíveis entre em colapso para investir em infraestrutura. Precisamos oferecer capacidade, pensando lá na frente. É fundamental que o governo federal ofereça essas oportunidades e que a ANTAQ realize esses leilões”, afirmou o diretor-geral da Antaq, Mário Povia, durante participação em audiência presencial no auditório do complexo portuário maranhense, ainda no ano passado.

O diretor-geral afirmou “que há no Porto do Itaqui um lastro para que o mercado de combustível cresça”.

Essa a audiência presencial realizada em 2019, da qual participaram autoridades governamentais e do setor regulado, foi uma das etapas da consulta pública, realizada pela Antaq, e que visava a obter contribuições para o aprimoramento das minutas jurídicas e técnicas para a realização da licitação das áreas do porto maranhense. Os leilões acontecerão na B3, em São Paulo, em agosto.

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