Ação policial

PF realiza no Maranhão mais uma operação de combate a criminalidade

Duas operações já foram feitas pela PF neste mês no MA. Uma delas, operação Eleazar, para desarticular bando suspeito de saques ilegais, enquanto, a outra, Nêmesis, com o objetivo de combater a pornografia infantil

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Polícial Federal em operação em um condomínio no Renascença
Polícial Federal em operação em um condomínio no Renascença (Polícia Federal)

SÃO LUÍS - O Maranhão mais uma vez foi alvo de cerco da Polícia Federal (PF) durante este mês. Ontem, os policiais federais, com o apoio da Caixa Econômica Federal (CEF), deflagrou a Operação Eleazar na capital maranhense, em Zé Doca e Nova Olinda do Maranhão como ainda nos estados do Piauí, Pará e São Paulo. A incursão tinha como objetivo desarticular uma organização criminosa suspeita de realizar saques fraudulentos de precatórios em diversas partes do país e o prejuízo aos cofres públicos é em torno de R$ 2 milhões.

Mais de 70 policiais participaram desse trabalho e tinham a missão de cumprir 19 mandados de busca e apreensão como também uma ordem de prisão preventiva. O Poder Judiciário ainda expediu duas medidas cautelares da prisão contra servidores da CEF como também determinou o bloqueio de contas e sequestro de bens.

Entre os mandados, 11 eram para serem cumpridos no Maranhão. Um dos pontos vistoriados foi um condomínio, localizado no bairro do Renascença. O material apreendido foi levado para sede da Polícia Federal, na Cohama, onde ocorreu ainda durante a manhã de quarta-feira, 12, uma entrevista coletiva, coordenada pelo delegado Sandro Jansen.

Os policiais também cumpriram mandados judiciais nas cidades piauiense de Teresina, Porto e Nossa Senhora dos Remédios; nos municípios paraenses de Redenção e São Félix do Xingu e em São João da Boa Vista, no estado de São Paulo.

Investigação

A polícia informou que os passos desse bando criminoso começou a ser investigado há quase um ano quando houve uma tentativa de saque de precatório com documentos ilegais em uma agência da CEF, na cidade de Capivari de Baixo, em Santa Catarina. A direção do banco identificou que o documento apresentado por uma advogada, nome não revelado, era fraudado e comunicou o fato para a Polícia Federal.

Ainda no decorrer da investigação, a polícia verificou que o grupo realizou levantamento fraudulentos de precatórios nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Rio Grande do Norte e Amazonas. O golpe já tinha dado um prejuízo de mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos.

Esquema

Ainda de acordo com a polícia, a ação ilegal seguia determinados passos. Os criminosos se aproximavam dos advogados e, na maioria das vezes, por meio de mensagens de aplicativos. Em seguida, os advogados tinham a missão de fazer o levantamento do precatório e adquirir documentos falsos.

Também no decorrer da investigação ficou constatado que os cartórios no Maranhão e no estado piauiense eram os responsáveis por falsificar os documentos para serem usados durante os saques nas agências bancárias. Após os saques ilegais, os criminosos faziam sucessivas movimentações financeiras dos valores em contas de terceiros, para afastar a origem ilícita dos recursos e dificultar a identificação dos verdadeiros beneficiados com as fraudes.

A polícia ainda verificou que dois funcionários da CEF do Maranhão são suspeitos de fornecer informações aos quadrilheiros. O Poder Judiciário determinou o afastamento do cargo e o bloqueio e sequestro de bens deles. Os investigados foram indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa, estelionato majorado, violação de sigilo funcional e lavagem de dinheiro.

A Polícia informou ainda que o nome Eleazar é em alusão ao nome em hebraico de Lázaro, que de acordo com o Evangelho, teria sido ressuscitado por Jesus Cristo. E trata-se de uma referência à Operação Lázaro, que foi deflagrada pela Polícia Federal, no mês de junho de 2016, no Maranhão e no Piauí, que investigou o mesmo esquema, por meio do qual um bando selecionava precatórios disponíveis para saques, preferencialmente de pessoas já falecidas, mediante a falsificação de documentos.

Outra ação

No último dia 7, a Polícia Federal deflagrou mais uma fase da Operação Nêmesis, chamada Flashback, para combater o compartilhamento de imagens e vídeos envolvendo crianças e adolescentes, no Maranhão. Uma pessoa foi presa, no bairro da Cidade Operária e apresentado na sede da Polícia Federal, onde prestou esclarecimento e, logo após, encaminhado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

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