Editorial

Não a pensamentos como o de Alvim/Goebbels

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21


O vídeo sem qualquer limite do agora ex-secretário da Cultura do Governo Federal, Roberto Alvim, parafraseando um discurso nazista, ao copiar as palavras de Joseph Goebbels, que foi um dos principais líderes do regime de Adolf Hitler, e que empregou a propaganda e a cultura para deturpar corações e mentes dos alemães e cometer o Holocausto, com o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa, mostra o quão o Brasil vive um momento ameaçador, de pensamentos de extrema direita.

Todo o script do vídeo, ambiente, trilha sonora e a própria figura de Alvim, mostra um lado sombrio do fantasma do nazismo que ainda impera no mundo e por intermédio de mentes doentias, agora, quer se mostrar aos brasileiros, e vindo de um representante do governo, o que é mais grave.

Não por acaso, após a divulgação do vídeo, Alvim foi alvo de uma avalanche de indignação e críticas, que partiram do Congresso Nacional, de movimentos sociais, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Confederação Israelita do Brasil (Conib).

Além de rechaçar tal pensamento nazista, todos pediram a saída de Roberto Alvim da Secretaria da Cultura. “Uma pessoa com esse pensamento não pode comandar a cultura do nosso país e deve ser afastada do cargo imediatamente”, disse em nota a Conib Após essa e outras pressões da sociedade, o presidente Jair Bolsonaro não teve outra escolha senão a de exonerar do cargo o defensor/plagiador das ideias Joseph Goebbels.

Ministro da Propaganda da Alemanha, Joseph Goebbels, inventou a máxima: uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade, de modo que montou uma montou a estratégia de comunicação e cultura para disseminar os ideais do nazismo, inclusive o antissemitismo. A figura nefasta de Roberto Alvim no vídeo parecia querer retratar o tom ameaçador e de imposição: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”, disse.

Após a divulgação do vídeo, Alvim foi alvo de uma avalanche de indignação e críticas

Ou seja, o recado dado por Alvim seria o mesmo preconizado por Joseph Goebbels, no 8 de maio de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim (Alemanha), para diretores de teatro, de que ninguém poderia compor uma música sem seu consentimento e nenhum escritor podia publicar um livro sem sua permissão. E quem não seguisse essa ordem seria considerado subversivo, preso e levado para campos de concentração.

Mas, temos um Brasil de democracia forte, de instituições consolidadas, que jamais deixarão o país descambar para esse tipo de ideal nazista que causou a morte de milhões de pessoas. Lembrando esse período negro da história mundial, no próximo dia 27 a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) comemora a descoberta, realizada por tropas soviéticas, do campo de concentração e extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, em 1945.

Este foi o maior complexo de campos de concentração na Europa ocupada e o maior centro de assassinatos em escala industrial. Dos cerca de 1,1 milhão de indivíduos que foram assassinados lá, quase 1 milhão eram judeus, mortos simplesmente porque nasceram judeus.

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