Atenção

Presença de caravelas é intensa nas praias de São Luís neste período

Em contato com a pele, podem causar queimaduras; Batalhão de Bombeiros Marítimos intensifica ações para conscientizar os banhistas

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
É grande a presença de caravelas na praia de São Marcos, na avenida Litorânea
É grande a presença de caravelas na praia de São Marcos, na avenida Litorânea (De Jesus)

SÃO LUÍS - A alta temporada das caravelas chegou e, para aproveitar as praias de São Luís com segurança, é preciso redobrar a atenção para este animal marinho que pode causar sérios acidentes, desde irritação a convulsões, em casos de alergia à toxina liberada pela caravela. Na capital, os casos de queimaduras biológicas, causadas pelo contato com o animal, registrados de janeiro a novembro deste ano foram superiores às ocorrências de todo o ano passado. Durante as festas de Réveillon, quando as praias estão mais movimentadas e repletas de turistas de várias partes do país e do interior do estado, o Batalhão de Bombeiros Marítimos (BBMar) intensifica ações de orientações para conscientizar os banhistas sobre os riscos.

Coloridos e até brilhosos ao refletirem a luz do sol, as caravelas são animais marinhos que chamam muita atenção, principalmente de crianças que, sem noção do perigo, acabam tocando e sentindo na pele sérias consequências. Irritações, sensação de queimação, vermelhidão, inchaço e comichão são os sintomas mais simples que podem ser sentidos após o contato com as caravelas, no entanto, em casos mais graves – quando uma área maior é atingida ou a vítima é alérgica ao veneno liberado pelo animal –, a toxina pode causar desde arritmias cardíacas a edemas pulmonares e levar o paciente a óbito.

O perigo pode ser ainda maior para quem desconhece o animal e não o vê ou o avalia como inofensivo e acaba entrando em contato com ele, às vezes até despretensiosamente. Alguns banhistas, cientes dos riscos, mantém distância e evitam aproximação com as caravelas, como é o caso da turista Nayelli Lima que, enquanto passeava pela praia de São Marcos, na manhã de ontem,30, alertava as sobrinhas para o perigo oferecido pelo animal.

“Eu moro em São Paulo, mas a minha mãe é de São Luís, então, desde pequena, sempre que vamos à praia e observamos as caravelas ela me alertava. As minhas sobrinhas é que não conhecem, porque como as praias ficam longe de onde moramos e, ainda assim, esse não é um animal comum por lá, elas não fazem ideia do perigo. E se tratando de criança, então, é que a atenção precisa ser maior, por isso estou sempre prestando atenção por onde andamos para que ninguém se machuque”, contou a paulistana.

Cuidados

De acordo com o subcomandante do BBMar, capitão Jefferson Serra, a conduta da turista é a ideal e para propagar as orientações sobre, entre outras coisas, os perigos de manter contato com animais marinhos, em períodos de grande fluxo de banhistas a corporação reforça as ações preventivas ao longo de toda a orla da capital, principalmente nesta época do ano, considerada de alta temporada das caravelas devido às condições climáticas e os fortes ventos.

“O aparecimento das caravelas é bem constante neste período do ano. As épocas de altas temperaturas e ventos fortes são as mais propícias para encontrar esses animais e as nossas praias têm uma incidência muito elevada de aparecimento e, consequentemente, de queimaduras biológicas por caravelas. Por isso, dentro das nossas orientações, além de alertar sobre riscos de afogamentos, chamamos atenção para os animais marinhos, para que as pessoas evitem contato com qualquer um deles, não só com as caravelas, principalmente para os pais, para que redobrem os cuidados com as crianças”, frisou.

Além desses alertas, os oficiais do batalhão destacam as medidas que devem ser tomadas em casos de acidentes causados por caravelas. Segundo o subcomandante, a primeira providência a ser tomada é lavar o local afetado com água do mar ou vinagre – não com água corrente – para neutralizar a ação das células urticantes, que causam o incômodo. “Essas orientações são passadas para os banhistas e, também, para donos e funcionários de bares, para que também saibam como agir”, ressaltou.

Além disso, os próprios bombeiros podem ser contatados e estão preparados para atender às ocorrências e agir previamente. Mas, de acordo com Serra, se a dor e os demais sintomas apresentados persistirem, o ideal é buscar auxílio médico. “Nós sempre temos vinagre e estamos dispostos a atender qualquer tipo de acidente registrado na orla, mas, em algumas pessoas têm reações alérgicas e sintomas mais graves. Nesses casos, nossa recomendação é que a vítima vá a um posto de saúde para que seja aplicada uma medicação adequada”, esclareceu.

Dados

De acordo com o subcomandante do BBMar, os atendimentos realizados pelo batalhão relacionados a queimaduras por caravelas aumentaram consideravelmente em relação ao ano anterior e a tendência é que as ocorrências sejam ainda mais elevadas até o fim do período de férias. Enquanto 21 casos foram registrados em todo o ano de 2018, de janeiro a novembro deste ano foram 40 ocorrências, quase o dobro do ano passado. Enquanto O Estado esteve na orla da Avenida Litorânea, cerca de 15 caravelas foram vistas em pontos da Praia de São Marcos e Calhau.

Saiba mais

Caravelas têm o corpo gelatinoso, de cor roxo azulada, com uma parte semelhante a uma bexiga, visível acima da linha da água. Os tentáculos podem ter até 30 metros e são muito urticantes. Nos casos mais graves, provocam câimbras, náuseas, vômitos, desmaios, convulsões, arritmias cardíacas e problemas respiratórios. Em caso de contato, remova os tentáculos com luvas, pinças ou lâminas; não esfregue o ferimento; aplique compressas de água do mar gelada ou bolsas de gelo; utilize compressas de vinagre; não lave com água doce, nem use álcool ou urina; procure auxílio médico

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.