Panorama negativo

Desde 2016, Maranhão lidera índice de pessoas na extrema pobreza no país

Levantamento do IBGE tem como base a falta de ações sociais e ausência de políticas eficazes que facilitem o acesso da população ao mercado de trabalho

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Para Dino, crise nacional é culpa de aumento da extrema pobreza no MA
Para Dino, crise nacional é culpa de aumento da extrema pobreza no MA (Flávio Dino)

O Maranhão, pelo terceiro ano seguido, lidera o índice nacional de pessoas vivendo em situação de pobreza. De acordo com o levantamento mais recente - divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - 53% da população está enquadrada neste perfil. Ainda de acordo com a pesquisa, a falta de ações sociais e a ausência de políticas eficazes que facilitem o acesso ao mercado de trabalho são os fatores apontados para justificar o percentual negativo.

A relação, ainda segundo o IBGE, se refere aos dados catalogados em 2018. Em 2017, cujo saldo fora finalizado em dezembro do ano passado, o percentual da população na camada social mais pobre era de 54,1%.

Em 2016, o índice - ainda segundo o IBGE - era de 52,4%. Assim como nos últimos anos, de acordo com o balanço anunciado em 2019, o Maranhão foi o único estado a registrar o percentual relacionado à pobreza na população acima dos 50%.

Quanto ao dado mais recente, os estados que mais se aproximam de índices negativos quanto à pobreza populacional são Alagoas, Amapá, Amazonas e Pará. Em contrapartida, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, se destacaram na relação pelo baixo índice de pessoas em situação de pobreza.

Em relação ao Maranhão, dos 53% apontados vivendo abaixo das condições ideais (que se reflete em tese no precário acesso a serviços considerados básicos, como saúde, educação e saneamento básico), 20% são formados por cidadãos em extrema pobreza o que, para cálculo oficial, são caracterizados por rendimento domiciliar de até R$ 145 per capita mensais.

Ainda de acordo como IBGE, outros 33% registram renda domiciliar entre R$ 145 e R$ 420 mensais, cujo teto não alcança a metade do atual valor do salário mínimo (que atualmente é de R$ 998).

Sobre os estados que tiveram avaliação negativa, o gerente nacional de estudo pelo IBGE, André Simões, ressalta que são necessárias ações urgentes do poder público.

“Esse grupo necessita de cuidados maiores que seriam, por exemplo, políticas públicas de transferência de renda e de dinamização do mercado de trabalho. É fundamental que as pessoas tenham acesso aos programas sociais e que tenham condições de se inserir no mercado de trabalho para terem acesso a uma renda que as tirem da situação de extrema pobreza”, disse ao site oficial do IBGE.

Sem comentários

Até o fechamento desta edição, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e aliados não comentaram os dados. Procurada, a assessoria do Governo do Maranhão não emitiu parecer.

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