BRASÍLIA - O Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) lançou ontem um programa para avaliar a periculosidade das rodovias brasileiras e reduzir o risco de acidentes. O programa, adotado internacionalmente, foi chamado no país de BrazilRAP.
“É um método que identifica os pontos de possíveis acidentes e aponta as medidas que devem ser executadas para evitar que eles ocorram”, disse o diretor de Planejamento e Pesquisa do órgão, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello.
O BrazilRAP será implantado em parceria com agências governamentais estaduais, bancos de desenvolvimento, instituições de pesquisa, ONGs de segurança rodoviária e indústria, tendo a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) como patrocinador.
"O BrazilRAP visa tornar o país livre de estradas de alto risco por meio da implantação da metodologia IRAP. Com esta metodologia, já utilizada em mais de cem países, depois do levantamento da imagem das rodovias e de sua codificação, são propostas contra medidas para correção dos pontos sensíveis identificados e realizado um plano de investimentos para implementação das soluções propostas", informou o DNIT.
Classificação
A metodologia classifica as rodovias por estrelas, de um a cinco, conforme respectivos padrões técnicos de segurança. As vias de cinco estrelas são as mais seguras, enquanto as vias de uma estrela são as menos seguras. Entre os fatores analisados estão a existência de travessias de pedestres e calçadas, velocidade de tráfego que prevalece na via, rotatórias, separação de tráfego por canteiro central, via atenuadoras de impacto
Para permitir a implantação, será criado um conselho que, além do Dnit, contará com a participação de representantes do Ministério da Infraestrutura, Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, Polícia Rodoviária Federal, departamentos estaduais de estradas de rodagem, associações e representantes da Academia.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura, uma das primeiras etapas da implementação é o levantamento da situação dos 55 mil quilômetros de rodovias no pais, sob a responsabilidade do órgão, até o primeiro semestre de 2020.
No segundo semestre, será feita a complementação do levantamento e a codificação da situação das rodovia. A previsão é que a análise seja finalizada no final do primeiro semestre de 2021.
Má qualidade do asfalto
Um dos motivos apontados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) como relevantes para a piora das rodovias brasileiras é a má qualidade do asfalto brasileiro. Segundo a entidade, empresas que atuam em obras rodoviárias têm relatado piora na qualidade da matéria-prima deste derivado de petróleo oferecida no mercado brasileiro.
Segundo o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, a situação em parte se explica pelo fato de a oferta do produto asfáltico ser dominada por apenas uma empresa, a Petrobras.
“As empresas que compram asfalto para as obras rodoviárias têm reclamado de que a qualidade do produto não é boa, e tem piorado a cada ano”, disse ontem (22) Batista ao divulgar a 23ª Pesquisa CNT de Rodovias. “O problema é que apenas a Petrobras atua nesse mercado, aqui no Brasil”, acrescentou.
Após o evento, Batista disse à Agência Brasil que medidas como a abertura para empresas estrangeiras não têm sido suficientes para melhorar a qualidade do cimento asfáltico de petróleo porque, “quando se abre para a importação, a Petrobras baixa o preço [do produto], de forma a inviabilizar a concorrência de outras empresas”. De acordo com a CNT, com a falta de concorrência o preço do cimento asfáltico de petróleo tem se mantido alto.
Em outro estudo, a CNT mostra os impactos da qualidade do asfalto sobre o transporte rodoviário. A entidade denuncia que o preço do asfalto no Brasil acumulou alta de 108% entre setembro de 2017 e fevereiro de 2019, enquanto o preço do barril de petróleo subiu 33%. Em tese, para a confederação, a cotação do cimento asfáltico de petróleo deveria acompanhar o preço do barril de petróleo.
Ainda segundo a CNT, falta no Brasil uma fiscalização mais eficiente da qualidade do asfalto de suas rodovias. Além disso, falta transparência de dados relativos à fiscalização do produto, no que se refere a suas especificações e sua distribuição.
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