A construção civil brasileira empilha tijolos, molda pilares, lajes e vigas, cava, martela, espalha terra, sobe em andaime, serra madeira e aço, ocupa lugar de destaque no cenário socioeconômico do país, tanto pelo número de pessoas que emprega, direta ou indiretamente, como pela sua participação no PIB nacional.

De acordo com o Especial Publicitário da campanha Em Movimento da Rede Globo vinculado no G1, toda a estrutura da construção civil emprega mais de 12,5 milhões de pessoas, considerando empregos diretos, indiretos e informais e movimenta 6,2% do PIB Nacional. É sem dúvida uma cadeia gigante.

Por ser composta por inúmeras e variadas atividades, a construção civil funciona como um importante “motor” econômico, com grande capacidade de movimentar a economia, gerar riquezas e empregos, e influencia diretamente na arrecadação do governo. Destaca-se que o faturamento anual do setor supera 1,1 trilhão. Além disso, a cada R$ 100,00 investidos no setor, R$ 25,00 voltam aos cofres públicos como impostos.

Nas últimas sete décadas o Brasil se industrializou, intensificou a extração mineral e modernizou a agropecuária, firmando posição entre as 8 maiores economias do planeta. Este avanço só foi alcançado graças à engenharia brasileira, que superou dificuldades, mobilizou competências, desenvolveu tecnologias, articulou fatores de produção e tudo que fosse necessário para atender ao planejamento governamental e ao vigor da iniciativa privada, fazendo surgir rodovias, ferrovias, metrôs, hidrelétricas, linhas de transmissão, portos, aeroportos, refinarias, estaleiros, sistemas viários, rede de águas e de esgotos, complexos industriais e habitacionais e toda a gama de obras e serviços que lhe foi encomendada. Enfim, para qualquer direção em que olhemos o desenvolvimento, ali está presente a força da Engenharia Civil.

Se há um setor da indústria que tem muito a avançar quando o assunto é tecnologia, comparado com outros segmentos da economia, como o automotivo, sem dúvida alguma é o da construção civil, mas a expectativa dos especialistas indica que ela irá mudar e rapidamente. A construtora será como uma montadora de carro, assim a define a Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Pronto o projeto, começa a montagem do prédio, os fornecedores entregam o material pré-fabricado e os técnicos especializados fazem a montagem.

Recentemente, o jornal norte-americano The Guardian mostrou um vídeo de um edifício de 57 andares sendo construído em 19 dias na China. Mesmo considerando que esse edifício não é uma estrutura tão complexa, 19 dias ainda é surpreendente. Mas como é possível conseguir este feito notável? Com a combinação de várias tecnologias emergentes para coletar dados, automatizar processos e construir estruturas com mais precisão, qualidade e velocidade. É sem dúvida alguma a presença acelerada do processo de inovação tecnológica, chamado de indústria 4.0, presente na construção civil.

Daqui para frente, independentemente da posição que você ocupa, de operário a engenheiro, é preciso estar preparado. A inteligência artificial traz mudanças para o mundo do trabalho e da engenharia.

O dia 25 de outubro é o Dia do Engenheiro Civil, também celebrado pela igreja católica, o dia de São Frei Galvão, o frade franciscano, que se tornou o primeiro santo brasileiro, em maio de 2007. O religioso foi o construtor do Mosteiro da Luz (SP), onde acumulou, como conta a história, as funções de projetista, empreiteiro, mestre de obras e até de pedreiro. Por essas atividades lhe é conferido o título de Padroeiro da Construção Civil.

Parabéns a todos os engenheiros e engenheiras civis e aos demais profissionais que fazem parte do universo da construção civil, pela data de hoje.

Waldimar Ferreira Azevedo

Engenheiro civil e Prof. Me. do Curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA

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