COLUNA

Ambiente hostil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

São Luís vive um momento delicado talvez ainda não visto: obras que estão com projetos prontos para serem iniciadas podem não ocorrer. Os serviços em questão são as feiras que passarão por reformas ou construção.
No entanto, uma obra que por muitos é vista como benefício para a população - que envolve feirantes e consumidores - está carregada de hostilidade.
Um exemplo foi o assassinato, na feira da Cohab, do feirante Dimas Garcia.
O ambiente hostil em feiras da cidade que serão reformadas pode estar relacionado a interesses políticos. Em jogo, estaria a busca de dividendos eleitorais, por meio do incentivo à “revolta” dos feirantes com os locais improvisados de trabalho, enquanto os serviços nos mercados estão sendo executados.
Em algumas feiras, como a do João Paulo, visitas de vereadores, deputados e lideranças políticas contribuíram para que o projeto de readequação da Prefeitura de São Luís não saísse do papel. Por lá, as obras não puderam ser iniciadas, e a previsão é de que nem comece. Perdem os consumidores.
A animosidade também é vista na feira do São Francisco, cuja estrutura provisória já até foi montada, mas os serviços nunca iniciados, por clara resistência de parte dos feirantes que não aceita o desconforto momentâneo da obra.
A insatisfação dos trabalhadores, que precisam vender para o seu próprio sustento, é compreensível. O que não se pode compreender é que políticos usem e abusem de uma questão delicada.
O risco disto é o acirramento de ânimos que podem levar a tragédias, como a registrada na feira da Cohab.

Máfia
Junto com os políticos que se aproveitam da delicadeza do momento dos feirantes, há ainda - segundo denúncia dos próprios trabalhadores - a figura dos “donos” de box e bancas.
Estes fazem um comércio ilegal de vendas e aluguéis de pontos nas feiras, o que é contra as regras estabelecidas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
E as reformas podem atrapalhar este esquema ilegal, contribuindo para o ambiente de animosidade.

Como assim?
O secretário de Segurança do Estado, Jefferson Portela, fez duras críticas aos defensores dos direitos humanos durante participação na Mirante AM.
Segundo o gestor, que é do PCdoB, partido que defende os direitos humanos, as regras atuais concedem muitos benefícios penais a criminosos.
Quando questionado por ouvinte sobre a “benevolência da esquerda” com criminosos, Portela disse que a esquerda precisa “rever essa postura”.

Sem PED
O encontro estadual do PT no Maranhão não vai acontecer. Foi o que garantiu o presidente estadual da legenda no estado, Augusto Lobato.
Lobato diz não haver tempo hábil e que o processo inicial - quando houve a eleição para escolha de presidentes municipais e delegados - está contaminado por fraudes.
Segundo o petista, há casos de filiados falecidos que constavam na lista de votação. Pelo menos em duas cidades isto teria ocorrido.

TRE
Sobre a presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em 2020, há a possibilidade do desembargador José Joaquim Figueiredo declinar de disputar o cargo.
Se assim ocorrer, o acordo de cavalheiros vai se manter na Corte Eleitoral, e o próximo presidente será o desembargador Tyrone Silva, que hoje é corregedor eleitoral.
Vale lembrar que Tyrone, este ano, declinou de entrar na disputa pela presidência do TRE com o colega Cleones Cunha, que se tornou presidente do TRE por aclamação.

Comissão nacional
Como o PT maranhense não se entende e acaba atrapalhando o calendário do partido, a direção nacional decidiu que uma comissão virá ao Maranhão para apurar as denúncias de fraudes.
Esta comissão será composta por várias alas e correntes petistas para dar “imparcialidade” na apuração.
No entanto, se falando em PT - principalmente o maranhense – isenção é quase utópico. Cada petista, em via de regra, trabalha para beneficiar seu grupo a todo custo.

AST e o MA
Na sessão da Câmara dos Deputados que iniciou a análise do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), somente três deputados maranhenses não participaram.
Os ausentes foram Bira do Pindaré (PSB) - que critica a proposta -, André Fufuca (PP) e Cléber Verde (PRB).
Os demais membros da bancada maranhense na Casa estiveram em peso e pressionaram para a votação do acordo o mais rápido possível.

DE OLHO

R$ 186, 9 milhões é o valor arrecadado pelo governo estadual com o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em 2019.

E MAIS

• Entre as defesas, houve a do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB). Ele apresentou dados para falar da importância da Base de Alcântara para o Maranhão.

• Segundo ele, dos 800 homens da Aeronáutica que trabalham na base, 400 são maranhenses. Destes, a metade é de Alcântara.

• Claro que o parlamentar não disse qual foi sua fonte sobre dados tão precisos, mas jurou que são verdadeiros.

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