Golpista

Maranhense é preso por comandar o golpe da pirâmide financeira

Roniel Cardoso dos Santos, de Bom Jardim, comandava uma quadrilha que enganava servidores públicos, militares e aposentados com falsas aplicações

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Roniel Cardoso dos Santos preso em sua casa em Jacarepaguá (RJ)
Roniel Cardoso dos Santos preso em sua casa em Jacarepaguá (RJ) (Roniel)

SÃO LUÍS - O maranhense natural de Bom Jardim, Roniel Cardoso dos Santos, de 26 anos, foi preso ontem em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, durante a operação Quéops realizada pela Polícia Civil do Maranhão, e do Departamento Geral de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro da polícia carioca. A operação tinha como objetivo cumprir seis ordens de prisão e 36 mandados de busca e apreensão nos estados do Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo e em Brasília.

A polícia informou que o detido é acusado de chefiar uma organização criminosa que aplicava o golpe da pirâmide financeira principalmente em servidores públicos, miliares e aposentados. Cerca de R$ 50 milhões foram adquiridos de forma ilegal pelos golpistas. O dinheiro era utilizado em viagens internacionais e aquisição de imóveis e veículos de luxo.

Há informações de que eles planejavam se fortalecer no Maranhão. Segundo o superintendente da Polícia Civil do Interior, delegado Guilherme Campelo, parte do dinheiro adquirido com os golpes estava sendo investido no lançamento de candidaturas a cargos na política, com a finalidade de se beneficiar financeiramente e garantir respaldo e imunidade ao bando. Um dos beneficiados seria Antônio Bruno Cardoso dos Santos, que pretendia concorrer ao cargo de prefeito da cidade de São João do Carú.

Operação

Guilherme Campelo informou que a prisão de Roniel Cardoso dos Santos foi feita em um dos seus imóveis em Jacarepaguá pela polícia carioca. Nesse local, foi apreendido uma quantia em dinheiro. Ele também tem residências no interior do Maranhão, inclusive, mandou construir um clube de lazer. “Roniel vive em ponte aérea entre o Maranhão, Rio de Janeiro e Brasília”, disse o delegado.

No Maranhão, de acordo com o delegado, as diligências foram realizadas nas cidades de Bom Jardim, São João do Carú e Zé Doca onde foi preso Charleylson Bezerra da Silva, que foi encontrado com uma arma de fogo municiada, que foi apreendida. Também foram apreendidos vários aparelhos celulares, produtos eletrônicos, mídia e documentos. No final da manhã de ontem, a polícia prendeu Luana Cardoso dos Santos, no aeroporto de Confins, no estado de Minas Gerais.

O cerco policial continua com o propósito de prender Antônio Bruno Cardoso dos Santos, Gabriel Almeida Piquet de Oliveira, Laylson Santos dos Santos e Luciene Assunção da Silva, que estão com ordens de prisão decretadas. Também foi determinado o bloqueio no valor de R$ 50 milhões dos quadrilheiros, que vão responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato, crime contra a ordem econômica e das relações de consumo e lavagem de dinheiro.

Golpe

O delegado explicou que durante a investigação ficou constatado que centenas de servidores públicos foram vítimas desse bando, chefiado por Roniel Cardoso e que conta ainda com a participação de Gabriel Almeida, Luciene Assunção e Luana Cardoso.

Os criminosos captavam os servidores públicos e funcionários de empresas privadas para que fizessem empréstimos bancários e em seguida aplicassem o valor em investimentos fictícios com a promessa de ganho vultuoso, na maioria das vezes, incompatível com a realidade do mercado financeiro.

Os quadrilheiros, nos primeiros meses, chegavam a pagar às vítimas pequenos supostos lucros do investimento, mas em seguida sumiam e não pagavam mais nada. Para atraírem os clientes eles exibiam suas empresas em redes sociais e ofereciam aplicações com lucro sedutores e até mesmo ganhos no setor de agronegócios.

Sorte premiada

O Maranhão, ainda ontem, foi alvo da operação Sorte Premiada realizada pela Polícia Civil do Piauí. O objetivo era desarticular um bando criminoso suspeito de aplicar golpes utilizando o nome do programa Nota Piauiense, da Secretaria de Fazenda desse estado. O cerco policial aconteceu na cidade de Parnaíba e no Distrito Federal.

De acordo com a polícia, em Parnaíba, a polícia prendeu o líder do bando, identificado apenas como Diego, que é egresso do sistema prisional e teria aprendido a aplicar o golpe na prisão. Em um período de três meses, o grupo chegou a adquirir de forma ilegal mais de R$ 100 mil. As investigações foram comandadas pelo delegado Mateus Zanatta, da Gerência de Polícia Especializada do Piauí, com o apoio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.

O delegado Anchieta Nery disse que os quadrilheiros chegavam a enviar 500 mensagens de texto simultaneamente para celulares, informando que a pessoa havia sido sorteada no Nota Piauiense. Eles pediam para as vítimas irem até um terminal de autoatendimento e ligarem para o número que estava na mensagem. Em seguida, o golpista dava comando para a pessoa fazer transferência para contas de laranjas.

Saiba mais

A operação recebeu o nome Quéops devido fazer referência ao faraó egípcio famoso e significa falta de piedade.

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