Editorial

Cultura como política pública

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Em outubro mais de 100 escritores locais e nacionais das mais variadas vertentes literárias poderão mostrar seu trabalho para um público de mais de 160 mil pessoas em mais uma edição da Feira do Livro de São Luís. Falando assim de forma tão direta parece que o evento é só mais um na cidade, mas é preciso ir além e situar a Feira do Livro dentro do cenário cultural ludovicense.

A cidade, que ficou conhecida como Athenas Maranhense, vinha há décadas sofrendo com a falta de incentivos para a produção artística, cultural e de espaços qualificados para que a classe artística pudesse apresentar seu trabalho e a população pudesse ter acesso democrático a manifestações culturais em áreas como a música, o teatro, o cinema, a dança, a literatura e eventos que valorizassem os costumes regionais e o patrimônio histórico, reforçando o sentimento de pertencimento da população.

Felizmente, este cenário está mudando. Hoje, a população de São Luís tem acesso a apresentações teatrais baseadas na literatura local, música instrumental ou que destaquem o patrimônio histórico. E todos ocorrem em praça pública, em espaços de fácil acesso seja por quem depende do transporte público ou particular. E o mais importante: estes eventos integram um calendário amplo. Não são um evento pontual.

Com isso, ganham a classe artística, que se sente incentivada a produzir cada vez mais, e o cidadão, que passa a entender a arte como um direito legítimo seu e não como algo distante de sua realidade por ser caro ou de difícil compreensão.

A Feira do Livro de São Luís é um exemplo. Ao longo dos 10 dias, ocorrerão oficinas, palestras, debates, rodas de conversas, exposições, contações de histórias, espetáculos, recitais de poesias, sessões de cinema totalizando 600 atividades simultâneas, fora a programação cultural e espetáculos infantis que ocorrerão em hospitais, creches e bibliotecas públicas.

Cerca de 150 mil livros serão expostos e, além de ser um espaço onde os autores locais podem lançar suas obras, a feira também garante que escritores e (novos) leitores se conheçam, debatam a obra e nesta aproximação a arte literária passa a ser parte do dia a dia de muitas pessoas que talvez nunca tivessem acesso à leitura como forma de lazer.

Mas para isso, é fundamental que o poder público adote políticas que incentivem a produção cultural e democratizem o acesso à arte, pois a cultura é um importante meio de obtenção do conhecimento e mantém estreita relação com a educação. E é o Município o principal ator no apoio à valorização da cultura local, afinal, é no dia a dia das cidades que a sociedade produz cultura e arte.

E é isso que vem ocorrendo em São Luís nos últimos anos. O Município entende a cultura como uma política pública e também como direito e cidadania, implantando programas como o Reviva Centro que tem requalificado e reocupado os espaços públicos com arte, cultura e entretenimento para todos. Com o incentivo, a população de São Luís tem cada vez mais se apropriado destas ações. A prova disso é a multidão de pessoas que acompanham serenatas e saraus pelas ruas do Centro Histórico semanalmente. Estes eventos já fazem parte do calendário do próprio cidadão, que se organiza para não perder a programação.

Com as políticas que tem executado, a Prefeitura de São Luís tem conseguido levar a cultura local aos turistas e fazer com que os ludovicenses redescubram sua cidade, aproveitando toda a riqueza da produção dos artistas locais.

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