Editorial

É importante a prevenção

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Há alguns anos, campanhas educativas chamam atenção para os cuidados para se evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypt, responsável pela transmissão da dengue e da febre amarela urbana. Porém, apesar de diversas atividades de conscientização, os números de casos de dengue continuam expressivos no Brasil.

De acordo com o Ministério da Saúde, do dia 30 de dezembro de 2018 até agosto deste ano foram registrados 1.439.471 casos de dengue no país. Somente no Maranhão, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, esses números chegaram a 5.290, sendo que 851 deles ocorreram na capital São Luís. No período de 8 de agosto ao dia 18 de setembro, esses dados sofreram uma sensível e preocupante elevação, quando 242 casos foram registrados. Além de pessoas que contraíram a doença, já foram registradas cinco mortes em decorrência da dengue este ano. Em 2018, ocorreram apenas dois casos de óbito em decorrência da doença.

Apesar do crescimento preocupante, o cenário do Maranhão ainda não é o mais crítico da região Nordeste. Segundo o Ministério da Saúde, o estado ocupa o último lugar no ranking dentre os estados da região em relação à incidência da doença, sendo da Bahia a liderança.

No entanto, é importante que a prevenção seja um hábito constante. Costuma-se intensificar as campanhas educativas durante o período chuvoso, quando, o acúmulo de água parada favorece a reprodução dos mosquitos, porém, é importante perceber que para a prevenção é importante que cada um cumpra sua parte.

Para o cidadão, hábitos simples, presentes em todas as campanhas educativas, podem fazer a diferença. Evitar deixar recipientes que possam acumular águas, como garrafas e pneus, ter cuidado com vasos de planta, lavar recipiente de alimentação dos animais de estimação, seja consciente na forma que armazena o lixo, evitando despejar em terrenos baldios são alguns dos exemplos de práticas cotidianas que geralmente são intensificadas durante os períodos de campanhas, mas que precisam tornar-se permanentes.

Do lado da gestão pública, além das campanhas socioeducativas, rotinas de manejo de inseticidas, visitas periódicas a imóveis, é importante lembrar das questões de infraestrutura e saneamento básico que acabam atrapalhando a eficiência completa dos trabalhos de prevenção, tanto por parte das ações públicas quanto do cidadão.

No exemplo de São Luís, a maior parte dos bairros convive com o fornecimento alternado de água, o que faz com que os moradores precisem armazenar água em recipientes. Nos logradouros com situação financeira mais precária, esse armazenamento nem sempre é possível ser feito de maneira que impeça a proliferação do mosquito, os depósitos de água para tomar banho, beber água e fazer alimentos, tornam-se potentes criadouros dos mosquitos. O que faz com que a teoria das campanhas de prevenção e a realidade dos bairros entrem em um confronto direto.

É preciso pensar que o trabalho de prevenção de dengue não pode ser isolado dos outros problemas de infraestrutura da cidade que podem interferir diretamente nos bons resultados. A Dengue é uma doença séria que pode matar, por isso é preciso a união da população e da gestão pública em todas as suas articulações.

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