Denúncia

Trump pressionou presidente da Ucrânia para investigar filho de Joe Biden, diz jornal

Cresce controvérsia sobre denúncia feita contra presidente por integrante dos serviços de espionagem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Trump desqualificou a denúncia, classificando-a como um golpe com fins eleitorais
Trump desqualificou a denúncia, classificando-a como um golpe com fins eleitorais (Reuters)

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou insistentemente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, para investigar o filho do candidato democrata à Presidência Joe Biden, informou o jornal americano Wall Street Journal, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

Em um telefonema de julho, Trump pediu cerca de oito vezes para Zelenskiy trabalhar com Rudolph Giuliani , ex-prefeito de Nova York e seu advogado pessoal, em uma investigação sobre o envolvimento de Hunter Biden em uma empresa de gás de propriedade de um oligarca ucraniano, disse o jornal.

Em entrevista à CNN na noite de quinta-feira, 19, Giuliani negou ter pedido à Ucrânia que investigasse o filho de Biden, antes de acrescentar segundos depois: “Claro que sim!”

Biden, que foi vice-presidente de Obama, lidera as pesquisas entre os pré-candidatos democratas para se tornar o candidato presidencial que enfrentará Trump em 2020.

A notícia foi publicada em meio a uma crescente controvérsia em Washington provocada por uma reportagem do Washington Post, publicada na quarta-feira, sobre conversas de Trump com um líder estrangeiro, a princípio não identificado, que teriam incluído uma preocupante “promessa” feita por Trump.

Isto teria levado um integrante dos serviços de espionagem que acompanhou a conversa — como é praxe no caso dos presidentes americanos — a registrar uma queixa anônima na comunidade de inteligência. Depois, vários jornais noticiaram que as denúncias diziam respeito à Ucrânia.

Golpe

Trump desqualificou a denúncia, classificando-a como um golpe com fins eleitorais. O presidente afirmou que não conhecia a identidade do denunciante e nem as acusações precisas, mas que todas as suas conversas com líderes estrangeiros foram apropriadas.

A Reuters não confirmou detalhes da denúncia, mas uma fonte familiarizada com o assunto disse que ela envolve "múltiplos atos" de Trump e não apenas uma conversa telefônica com um líder estrangeiro. A fonte solicitou o anonimato devido à sensibilidade do problema.

Trump conversou com o então presidente recém-eleito da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, no dia 25 de julho, menos de três semanas antes de a denúncia ser apresentada à inteligência americana. Trump deve se encontrar com Zelenskiy durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, na próxima semana.

A conversa está sob investigação de três comissões do Congresso lideradas pelos democratas, que querem saber se Trump e Giuliani tentaram pressionar o governo ucraniano a ajudar a campanha à reeleição do ocupante da Casa Branca.

Questionado sobre por que pediu ao governo ucraniano que investigasse Hunter Biden, Giuliani alegou que, como vice-presidente, Biden buscou a demissão de um promotor ucraniano que estava investigando os negócios de seu filho. Biden e seu filho negaram a acusação.

Crítica

O ex-promotor supostamente perseguido por Biden, Viktor Shokin, havia sido criticado pelo governo dos EUA e pela União Europeia por questões maiores, incluindo o bloqueio de reformas no sistema legal da Ucrânia. O Parlamento da Ucrânia aprovou sua demissão em março de 2016.

A campanha de Biden não comentou a reportagem do Wall Street Journal. Na sexta-feira, 20, Giuliani foi visto por repórteres da Reuters no Trump International Hotel, a alguns quarteirões da Casa Branca, sentado ao lado de Lev Parnas, um empresário ucraniano com quem está trabalhando.

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