Ameaça

Chanceler do Irã promete ''guerra total'' se EUA ou sauditas atacarem

Houthis assumiram responsabilidade por ataque a centros de petróleo sauditas no fim de semana, mas Washington e Riad culpam Teerã

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
O ministro das Relações Exteriores do Irã Javad Zarif durante uma coletiva de imprensa em Istambul
O ministro das Relações Exteriores do Irã Javad Zarif durante uma coletiva de imprensa em Istambul (Reuters)

TEERÃ — Um ataque militar contra o Irã pelos Estados Unidos ou Arábia Saudita resultaria em “uma guerra total”, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, em entrevista à rede de TV CNN nesta quinta-feira, negando a responsabilidade de seu governo pelos ataques no sábado,14, que danificaram instalações de petróleo sauditas.

"Estou fazendo uma afirmação muito séria de que não queremos guerra; não queremos entrar em um confronto militar", disse Zarif à CNN. "Mas não iremos pestanejar para defender nosso território".

O grupo rebelde houthi no Iêmen — apoiado pelo Irã na luta contra uma coalizão liderada pela Arábia Saudita — assumiu a responsabilidade pelos ataques. Mas autoridades sauditas e americanas culparam o Irã, aumentando a ameaça de retaliação militar. Até agora, no entanto, não está claro como eles reagirão.

Mais cedo, no Twitter, Zarif afirmou que assessores do presidente americano tentam levá-lo a entrar em guerra contra o país persa. “Pelo seu próprio bem, eles deveriam rezar para que não consigam o que estão buscando”, provocou.

Sobre os houthis, o chanceler iraniano afirmou que não pode ter nenhuma certeza “de que eles fizeram isso”: "Eu sei que nós não fizemos".

Na quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou o Irã de realizar um “ato de guerra” com os ataques aéreos, mas o presidente Donald Trump parece relutante em ordenar uma ação militar.

Ontem, 19, Pompeo disse preferir uma “solução pacífica”, ainda que, segundo ele, haja consenso entre os países do Golfo Pérsico sobre a responsabilidade do Irã. O secretário de Estado esteve ontem na Arábia Saudita e nesta quinta visitou os Emirados Árabes, onde se reuniu com o príncipe Mohammed bin Zayed.

"Ainda estamos tentando construir uma coalizão como um ato de diplomacia. Enquanto o ministro do Exterior do Irã está ameaçando uma guerra total e quer lutar contra até o último americano, estamos aqui para formar uma coalizão para alcançar a paz", disse Pompeo.

Os Estados Unidos e outras potências ocidentais, como o Reino Unido, dão apoio militar e logístico à coalizão árabe liderada pelos sauditas que interveio no Iêmen em 2015 para combater os houthis, que haviam derrubado um governo pró-saudita e tomado o poder na capital, Sanaa. Tanto a coalizão quanto os houthis já foram acusados de crimes de guerra no conflito que, segundo a ONU, provocou a maior crise humanitária da atualidade.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.