Editorial

Saúde brasileira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

São frequentes nos veículos de comunicação notícias sobre o sistema de saúde do país, como a falta de estrutura dos hospitais, superlotação, demora no atendimento, falta de medicamentos e outros problemas. Em outras palavras: triste realidade da saúde pública no Brasil nos dias atuais.

Em qualquer unidade básica de saúde, são percebidas as dificuldades que as pessoas enfrentam à espera de atendimento. São horas na fila. Algumas não resistem e acabam passando mal; outras, de tanto esperar, preferem ir embora para suas casas sem receber o devido atendimento. O descontentamento de quem utiliza as redes de saúde pública no Brasil é cada vez mais nítido no rosto de cada brasileiro.

Além das dificuldades e da falta de estrutura, a saúde também tem enfrentado um problema gravíssimo que envolve dinheiro dos cofres públicos, são os desvios de verbas destinadas à saúde

Ao participar da conferência “A implantação plena do SUS nos moldes atuais: é possível? ”, do IX Congresso Brasileiro de Direito Médico, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília (DF), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que não há solução para a saúde brasileira fora do atendimento em rede pública. Mesmo quem tem plano de saúde, um dia vai precisar do SUS, daí a responsabilidade do governo de melhorar o sistema e de debater a qualidade dos nossos custos.

Mandetta afirmou ser necessário discutir questões como a efetividade da atenção básica e os custos impostos pela medicina genética. Segundo ele, se até a Constituição de 1988 o país tinha uma saúde pública baseada na filantropia, a partir de então ela passou a ser um direito de todos e um dever do Estado. Após listar os avanços da saúde no Brasil, como a ampla cobertura vacinal e a criação da Estratégia de Saúde da Família (ESF), o ministro afirmou que muita deve ser melhorado. Segundo relatou, o Ministério da Saúde está implementado um sistema que libera mais recursos para os municípios que melhorarem os índices de saúde e anunciou a criação do Médicos pelo Brasil.

Ao mostrar as linhas gerais do programa, Mandetta informou que não haverá interferência política na contratação dos médicos e que haverá um acompanhamento maior dos indicadores epidemiológicos. No seu entendimento, todo médico que atua na saúde primária deveria avaliar os pés dos diabéticos. Se assim fosse, não teríamos tantas amputações decorrentes do diabetes.

Para o ministro da Saúde, é necessário um debate sobre a integralidade. E lembrou que recentemente foi aprovada no Ministério da Saúde, a incorporação de remédio para o tratamento da atrofia muscular espinhal, a um custo de R$ 140 mil por paciente. Ocorre, no entanto, que foi descoberta uma nova terapia para o tratamento da doença, que custará R$ 1,2 milhão. Se o Ministério da Saúde for atender os cerca de 1.500 brasileiros com AME, o custo atingirá R$ 12 bilhões. Recursos esses que, certamente, farão falta na atenção básica.

No Brasil, é impossível fazer um planejamento a longo prazo. Lenir também defendeu mais recursos para a saúde, o que a fez questionar: “como é possível atender 210 milhões de pessoas destinando apenas 4% do PIB para a saúde?.

Ao participar do evento, a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), defendeu a autonomia da Justiça nas questões de judicialização. “É justo deixar uma pessoa morrer porque ela tem uma doença rara?”, perguntou. Para ela, o maior problema do Brasil é a corrupção. E defendeu um STJ austero no combate aos crimes contra o SUS. “A corrupção é o maior mal atual do nosso país porque ela tira a saúde da camada mais pobre da população”.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.