Editorial

Setembro Amarelo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Várias atividades em todo o país marcarão o mês de setembro, quando se realiza a campanha Setembro Amarelo, mês da campanha brasileira de prevenção ao suicídio. Por conta da data, alguns eventos estão sendo realizados em todas as capitais do pais para discutir o assunto.

Segundo os especialistas, falar do problema é a forma mais eficiente de ajudar quem precisa. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que nove em cada dez casos de suicídio poderiam ser evitados. O diretor médico do Espaço Nelson Pires, Lucas Alves, contou que o tema é espinhoso, mas necessário.

“O suicídio é um tema complexo e tão antigo quanto a humanidade, mas é importante falar sobre isso porque boa parte dos casos de suicídio está associada a um transtorno mental. Então, esse mês é importante para a conscientização de que tratando os transtornos mentais, a gente pode poupar vidas”, afirmou.

Alves é professor de psiquiatria e psicofarmacologia da Escola Bahiana de Medicina, FTC e Unifacs e explicou que, antes de cometer suicídio, o paciente costuma dar sinais de que as coisas não estão bem, como dizer que a vida não vale mais a pena, falar muito em morrer e apresentar tristeza profunda.

“São sinais pequenos que os familiares podem perceber ou, às vezes, não. Mas é preciso ficar claro que nem todos os pacientes dão sinais. O suicídio é um fenômeno complexo, muitas vezes impulsivo”, afirmou.

Existem duas faixas etárias que são mais vulneráveis. Segundo o professor, enquanto no Brasil o crescimento no número de suicídios nos dez últimos anos foi de 13%, essa taxa foi maior entre os 10 e os 19 anos de idade: 16%. Os idosos são outro segmento bastante atingido por esse problema. Para Alves, isso tem relação com as mudanças da vida contemporânea, e com as relações virtuais e interpessoais.

O assunto é teme do II Simpósio de Prevenção do Suicídio, realizado neste sábado (7), reunindo professores e pesquisadores do tema de diferentes estados do Brasil. O evento acontece no Hotel Quality, no Stiep. As inscrições custam R$ 70 (estudantes) e R$100 (profissionais) e através da internet.

Os especialistas defendem que séries, filmes e a literatura podem ser boas ferramentas para debater o assunto, desde que tratem do tema com responsabilidade e sem glamour. Familiares podem ajudar ouvindo essas pessoas e falando com carinho e atenção. Quem precisar de ajuda também pode procurar o Centro de Valorização da Vida (CVV) através do 188, chat e e-mail.

Desde 2014, as tentativas de suicídio passaram a serem notificadas pelas unidades de saúde, e a partir deste ano esse registro passou a ser compulsório, ou seja, o profissional de saúde tem até 24 horas para informar ao Ministério da Saúde quando perceber que alguém tentou tirar a própria vida.

No Brasil, o Setembro Amarelo foi criado em 2015 pelo CVV, Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com a proposta de dar visibilidade à causa, no mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Este mês acontece também a campanha Setembro Verde. Realizada anualmente pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), a ação alertar as pessoas sobre o diagnóstico, a prevenção e os tratamentos do câncer de intestino.

Quando diagnosticado em seu estágio inicial, o câncer colorretal tem mais de 90% de probabilidade de cura. Exames preventivos são indicados para pessoas a partir dos 50 anos - não importando o sexo, pois a incidência é semelhante. A atenção deve ser redobrada para pacientes com histórico familiar da doença.

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