Editorial

Setembro Amarelo - prevenção ao suicídio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) revela uma situação alarmante: cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano - uma taxa de 11,4 para cada 100 mil habitantes. Isso significa um suicídio a cada 40 segundos. A "violência autodirigida", como o suicídio, é classificada pela OMS e é hoje a 14ª causa de morte no mundo inteiro e a terceira entre pessoas de 15 a 44 anos, de ambos os sexos.

Mas do que um sofrimento individual, trata-se de um sério problema de saúde pública, que toda a sociedade tem que se mobilizar para o combate ao suicídio.

Suicídio é o ato de tirar a própria vida intencionalmente. Também fazem parte do comportamento suicida os pensamentos, planos e tentativas de morte, assim como os transtornos relacionados ao problema.

Existem pessoas mais propensas a cometer suicídio, entre as quais aquelas com transtornos mentais, depressivos, bipolares, transtornos de personalidade, dependentes químicos e esquizofrênicos. Outras podem estar passando por uma enfermidade, como câncer, HIV, ou mesmo pessoas que sofreram ou sofrem algum tipo de abuso ou bullying. Ou passaram por perdas, seja de emprego, separação, ou até uma exposição da vida íntima na internet.

Essa temática, que preocupa a todos, terá neste mês de setembro uma intensificação nas ações de prevenção ao suicídio, com a campanha Setembro Amarelo, ação que teve início no Brasil em 2015, e que visa conscientizar as pessoas sobre esse problema, bem como evitá-lo.

Na verdade, o Setembro Amarelo começou nos Estados Unidos, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994. Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha sérios problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte.

No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem "Se você precisar, peça ajuda.". A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio.

A Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) estimula a divulgação da causa em todo o mundo no dia 10 de setembro, data na qual é comemorado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Neste dia, realizam-se cerca de 600 atividades em 70 países do mundo vidando salvar vidas.

Pelo menos nove em cada 10 mortes por suicídio podem ser evitadas e aí o papel fundamental da prevenção, especialmente no que concerne à educação, a partir de esclarecimento, conscientização, estímulo ao diálogo e abertura de espaço para campanhas como o Setembro Amarelo.

Para especialistas, saber reconhecer os sinais de alerta pode ser o primeiro e mais importante passo. Desse modo, é importante que as pessoas que estejam passando por momentos de crise busquem ajuda. O ideal é um acompanhamento psicológico, além do apoio da família e dos amigos. Assim, é fundamental que as pessoas consigam falar sobre o que sentem.

E no processo de ajuda a uma pessoa com comportamentos suicidas, é importante ouvir, demonstrar empatia e ficar calmo, ser afetuoso e dar o apoio necessário, levar a situação a sério e verificar o grau de risco, pois a grande maioria das mortes por suicídios podem ser evitadas e o diálogo sobre o assunto é o melhor jeito de fazer isso.

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