Sem preservação

MA: relatório mostra aumento de queimadas em áreas indígenas

Imesc apontou aumento no Maranhão de mais de 940 registros de queimadas em terras indígenas em 2019, em comparação ao mesmo período em 2018

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Governadores dos estados da Amazônia Legal se reuniram na última terça-feira para falar sobre as queimadas
Governadores dos estados da Amazônia Legal se reuniram na última terça-feira para falar sobre as queimadas (Flávio Dino bolsonaro)

Relatório do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) 2019 aponta aumento substancial de registros de focos de queimadas em unidades de conservação e terras indígenas no Maranhão, quando comparados dados do segundo trimestre deste ano em relação ao ano de 2018.
Segundo o documento, dentre os municípios com maior quantitativo de queimadas no segundo trimestre de 2019, cinco têm em seu território áreas protegidas reconhecidas como Unidade de Conservação (UC) e Terras Indígenas (TIs). Nas Unidades de Conservação, foram contabilizados 1.617 focos, que, em relação a 2018, apresentou um aumento de 282 registros. Já nas terras indígenas, o total de focos foi de1.394, com aumento em relação a 2018, de 947 registros.
O relatório destaca que dentre as unidades conservação estadual com maior quantitativo de focos identificados estão o Parque Estadual do Mirador, com 875 focos, e a Reserva de Recursos Naturais das Nascentes do Rio das Balsas, com 615 registros.
Já nas terras indígenas, destacam-se registros de focos de queimadas em Porquinhos dos Kanela Apãnjekra, Porquinhos e Kanela, todos situados nos municípios de Barra do Corda, Fernando Falcão e Formosa da Serra Negra. Nestes casos, o total de focos foi de 1.140.
Nas terras indígenas de Kanela Memortumé e Governador, situadas, respectivamente, nos municípios de Amarante e Imperatriz, houve um total de 171 focos de queimadas registrados. O total de focos de queimadas que ocorreram nesse período no Maranhão foi de 42%, somente em “áreas protegidas”.

Cerrado e Amazônia
Na análise de dados referentes aos focos de queimadas nos biomas Cerrado e Amazônico no segundo trimestre de 2019, o Imesc concluiu que a região do Cerrado Maranhense registrou um total de 6.650 focos de queimadas, o que corresponde a 92,8% do total de focos do estado, o que, por outro lado, representa uma redução 23,34% de quantitativo quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Já na região da Amazônia maranhense, foram identificados 514 focos, o que corresponde a 7,1% do total identificado em todo o estado.
Na última terça-feira, O Estado mostrou, em reportagem de capa, que, segundo o Imesc, o Maranhão aparece como líder em focos de queimadas registradas no segundo trimestre deste ano em toda a Região Nordeste.
Em todo o país, foram registrados 154.811 focos de queimadas. Na Região Nordeste, esse número chegou ao patamar de 17.944 focos - 39,9% destes foram registrados no Maranhão.

Saiba mais

Decreto contra queimadas

O governador Flávio Dino (PCdoB) anunciou na última segunda-feira, 26, a edição de um decreto que proíbe o uso de fogo para a limpeza e manejo de áreas em todo o estado. O anúncio foi realizado por meio do perfil do comunista em rede social. O decreto prevê a proibição do fogo mesmo em práticas agropastoris ou florestais que estejam legalmente autorizadas, sempre sendo substituídas por práticas sustentáveis sempre que possível, com exceções previstas no Código Florestal (Lei Federal nº 12.651 de 25 de maio de 2012) e em demais legislações ambientais. A medida não se aplica aos bens da União, como terras indígenas ou unidades de conservação federais.

Deputado do MA será relator em comissão no Congresso

O deputado federal Edilázio Júnior (PSD) atuará como relator da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, instalada na tarde de ontem em Brasília.
O colegiado formado por até 12 titulares e 12 suplentes de cada Casa [Câmara Federal e Senado da República] terá como principal atenção de trabalho, no momento, o problema das queimadas na região da Amazônia.
Na condição de relator, Edilázio será o responsável por elaborar um relatório sobre todas as atividades da comissão – que dizem respeito ao monitoramento e fiscalização das ações referentes às mudanças climáticas no Brasil.
“Já vou apresentar um plano de trabalho na próxima reunião e intensificar na comissão o debate sobre a Amazônia. O objetivo é fazer com que o Congresso Nacional não seja negligente sobre a situação da Amazônia”, explicou.
A comissão, que terá como presidente o senador Zequinha Marinho (PSC-PA), vai acompanhar e fiscalizar os trabalhos desenvolvidos no combate às queimadas em todos os estados que integram a região da Amazônia Legal.

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