Editorial

Geração de empregos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Não deixa de ser uma boa informação os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na última sexta-feira, 23, pelo Ministério da Economia que revelam que o Brasil criou 43.820 mil vagas de trabalho com carteira assinada no mês de julho. O saldo é a diferença entre as contratações e a demissões neste período: foram registradas 1.331.189 contratações e 1.287.369 demissões.

Todas as regiões do Brasil tiveram crescimento no mercado formal de trabalho em julho. O maior saldo foi na Região Sudeste, com 23.851 vagas de emprego com carteira assinada, um crescimento de 0,12%. Em seguida, vêm Centro-Oeste (9.940 postos, 0,30%); Norte (7.091 postos, 0,39%); Nordeste (2.582 postos, 0,04%); e Sul (356 postos, 0,00%). Ainda segundo a Caged, se considerado o resultado acumulado dos primeiros sete meses deste ano, o saldo é positivo frente a 2018. De janeiro a julho, foram abertas 461.411 vagas formais. No mesmo período do ano passado, as novas vagas somaram 448.263 - uma variação de quase 3%.

Julho é o quarto mês seguido de saldo positivo na criação de empregos formais no país. Na comparação com o mesmo período do ano passado, no entanto, houve queda no número de novas vagas. Em julho de 2018, 47.319 mil empregos com carteira assinada haviam sido criados.

A maior parte do desempenho positivo do mês de julho e se deve à geração de empregos no setor de construção civil . Esse segmento gerou 18.721 vagas no mês. Em seguida, aparece o setor de serviços, com 8.948 novos empregos. A indústria de transformação abriu 5.391 novas vagas. E o comércio, 4.887.

Para o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcomo, o mercado de trabalho vem apresentando sinais de recuperação gradual, e que a agenda de reformas pode melhorar o cenário. Ele considera que o mercado de trabalho tem apresentado sinais de recuperação gradual, em consonância com o desempenho da economia. Isso é reflexo das medidas de impacto estrutural e esperamos reflexos positivos no mercado de trabalho, na medida do aprofundamento das reformas. A administração pública foi o único setor que mais demitiu do que contratou em julho. Esse segmento da economia fechou 315 postos de trabalho no mês passado.

O Caged revela ainda que em julho, 12.121 trabalhadores foram contratados e outros 6.575 foram desligados na modalidade de trabalho intermitente, criada em 2017 com a reforma trabalhista. Como o total de admissões nessa modalidade foi maior que o de demissões, o saldo ficou positivo em 5.546 empregos no período.

O trabalho intermitente ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado. No mês passado, o setor de serviços concentrou o maior número de contratações desse tipo, com destaque para as funções de alimentador de linha de produção, servente de obras e faxineiro.

Segundo a coordenadora geral de cadastros e identificação profissional e estudos da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, Mariana Eugênio Almeida, dos oito setores econômicos analisados, sete contrataram mais do que demitiram em julho. O grande destaque foi para o setor da Construção Civil, que teve o maior saldo positivo no mês de julho, seguido pelo setor de Serviços, Indústria de Transformação, Comércio, Agropecuária, Extrativa Mineral e Serviços Industriais de Utilidade Pública.

Somente o setor da Administração Pública apresentou saldo negativo. Para o advogado trabalhista Fábio Ferraz dos Passos, a situação dos trabalhadores ainda é muito sensível e o cenário atual não mostra uma perspectiva de mudança imediata.

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