Editorial

Saque de R$ 500 do FGTS e quitação de dívidas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que passam a ser liberados a partir de setembro, no geral injetarão R$ 42 bilhões na economia, sendo R$ 30 bilhões já este ano e R$ 12 bilhões em 2020. Isso, sem falar do PIS/Pasep que também dará sua contribuição, com saques no valor total de R$ 2 bilhões.

Atualmente, há cerca de 260 milhões de contas ativas e inativas no FGTS. Desse total, cerca de 211 milhões (80%) têm saldo de até R$ 500,00.

Esse valor global de R$ 42 bilhões do FGTS corresponde ao saque imediato de até R$ 500,00 a ser liberado por conta do Fundo. Quem tiver, por exemplo, duas contas, dependendo do saldo terá direto a sacar até R$ 500 de cada, o que dará R$ 1 mil.

A ideia do Governo Federal, assim como foi na gestão Temer, é estimular o trabalhador a utilizar o dinheiro do FGTS para movimentar a economia, seja por meio do pagamento de dívidas ou pelo estímulo ao consumo. Mas, há também quem prefira não sacar o benefício ou mesmo aplicá-lo na poupança.

Para muitos o valor de R$ 500,00 é irrisório, tendo em vista que muitas pessoas estão argoladas em dívidas. Mas se formos analisar os dados de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o montante vai ser uma mão na roda para quem tem débito.

Isto porque a pesquisa aponta que quatro em cada 10 consumidores que começaram o mês de agosto com o CPF inscrito na lista de inadimplentes (37%), devem até R$ 500,00. De modo que, quem estiver nessa situação e tem direito a sacar o valor estipulado do FGTS, deve direcionar o recurso para quitar a dívida e, por conseguinte, “limpar o nome”, para se livrar de uma dor de cabeça e voltar a ter crédito.

Ou seja, na análise do SPC Brasil, o valor de R$ 500 pode até ser pouco e gasto num piscar de olhos, mas se for bem aplicado vai tirar muita gente do aperto.

O levantamento mostra que em julho cresceu 16,03% o volume de atrasos em contas de serviços básicos como água e luz. Também aumentaram em 2,25% as dívidas bancárias, como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos. E justamente o saque imediato de R$ 500,00 pode resolver o problema.

Um dado a ser observado pelo educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, e que merece atenção é que a pesquisa revelou que a inadimplência entre idosos teve crescimento de 7,44% no mês de julho. Isso porque, esse segmento tem assumido cada vez mais responsabilidades dentro do orçamento familiar, na perspectiva de problema que afetam hoje os jovens desempregados ou desalentados e sem venda e possibilidade de tomar crédito.

E ao contrário dos idosos, o público jovem segue curvatura descendente quando se fala de inadimplência. Segundo a pesquisa, a queda é de 22,14% na quantidade de inadimplentes entre 18 e 24 anos, e de 9,28% entre a faixa etária de 25 a 29 anos.

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