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Excessos que incomodam

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
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Amigos deste Repórter PH que há muito tempo não vinham a São Luís ficaram impressionados com a nova paisagem de lojas da cidade. Eles garantem que em nenhuma cidade que visitaram recentemente viram tantas farmácias e drogarias recém inauguradas como aqui. E nem a proliferação de tantos salões de beleza, restaurantes e lanchonetes. Realmente a cidade cresceu bastante, mas esses itens se multiplicam de forma geométrica.

A aula de canto de Maria Callas

É claro que recorri ao meu velho caderno de anotações de momentos que ficaram gravados na pedra da memória. Era o mês de maio em Paris, em plena primavera no fim do século passado. 1996 se não me falha a memória. Após aplaudir mais uma vitória do nosso icônico tenista Guga, em Rolland Garros, fiz companhia a Teresa e Fernando Sarney numa noite inesquecível no Teatro Porte Saint Martin, para ver e aplaudir Fanny Ardant (foto acima) em “Master Class” – a aula de canto de Maria Callas.
Mítico personagem da ópera, Maria Callas foi florido, aplaudido, admirado. Ela cantou no La Scala de Milão e em todo o mundo. E seduziu ouvidos, corações e mentes. Fanny Ardant entrou na pele da diva. A figura esbelta, terninho vinho e blusa de seda, andando de saltos altos no palco do Teatro da Porte Saint-Martin, como a professora de Callas. Callas depois de triunfos e decepções no amor. Uma Callas arrogante e desdenhosa e magoada. Ela não canta, aconselha, critica, mata. Três estudantes desfilam na frente dela durante o espetáculo. Então, assistimos à aula de canto delas. Cada espectador representa um aspirante a cantor! Encontre um olhar!, lança Ardant/Callas. Ela não poupa ninguém. Mas é por uma boa causa. Trata-se de aprender a arte de agradar, a arte de cantar, a arte de obras-primas emocionantes. A coisa? Imagine estar no lugar dos heróis cuja história é cantada.
Ardant/Callas ocupa todo o espaço. Ela destrói seus três alunos (Anne-Julia Audry, Nathalie Labry e Alexandre Laiter). Ridicularizados, usados, raramente elogiados, eles servem como um pedestal para o papel principal. Aqui, a diva se lembra. Ela começa a partir de uma nota cantada por suas pupilas para encontrar um mundo, o êxtase de um momento, uma glória passada.
Os conjuntos de decorações cenográficas traduzem perfeitamente esses momentos de memórias apaixonadas. A cena em que o estudante e o acompanhante – o pianista Jeff Cohen – de repente mergulha nas profundezas das asas. Uma tela cai. Ela representa o salão do La Scala em Milão. O público do Teatro Porte Saint-Martin é colocado ao lado dos artistas. Fanny Ardant foge no passado. Ela é Maria Callas, na época de sua grandeza. Com lágrimas nos olhos, ela está de joelhos, solitária e oferece mil olhares devoradores. Ela treme recordando a tensão dramática de uma passagem difícil, a escalada de apartamentos, a voz que floresce, linda, em silêncio.
A atriz encarna o papel da diva com grande talento. Ela é sensual, autoritária, orgulhosa e nostálgica. Ela é linda, frágil e frágil. Ela é tirânica e emocional. Ela é Callas, intensamente. Mas o texto de Terrence McNally, adaptado por Pierre Laville, amplia sua narrativa de forma um tanto aborrecida. Uma sala de aula, um estudante, memórias. A mesma sala de aula, outro aluno e mais lembranças... Mesmo que as boas palavras não faltem, é um pouco repetitivo e monótono.
Apesar do desempenho impecável de Fanny Ardant, apesar das gravações da voz de Callas – nós fechamos nossos olhos para ouvi-las melhor – apesar da encenação de Roman Polanski, “Master Class” deixa uma impressão de incompletude no espírito dos estudantes de canto que se tornam os espectadores. Mas a atriz não recebe sem mérito o aplauso que lembra a Diva mais de uma vez no final do show.
Cai a cortina!

* * *

Passados alguns anos, foi a vez de aplaudir, no Rio de Janeiro, as aulas de canto de Marília Pera/Maria Callas, tão sublime no palco quanto Fanny Ardant.
Marília não há mais, como sentenciaria o poeta Drummond.
No último fim de semana, em São Luís, não pude ir ao Teatro Arthur Azevedo para ver e aplaudir Christiane Torloni. A nossa agenda, às vezes, é cruel.

165 anos da ACM
A Associação Comercial do Maranhão celebra neste mês 165 anos de fundação. Entidade de classe mais antiga e tradicional do Estado, traz para os seus associados uma campanha mais intimista e com os olhos para o futuro, com o slogan “Sempre em frente, vem com a gente!”.
A inovação vem somar com a tradição que nasceu no dia 21 de agosto de 1854, com a eleição de uma comissão de notáveis comerciantes, que deveria representar em todos os aspectos a classe comercial do Maranhão.
Para presidir a Comissão, elegeu-se o Comendador João Gualberto da Costa, figura eminente da sociedade daquela época.

165 anos da ACM 2
Identificada com as aspirações do comércio, a “Comissão da Praça”, como ficou conhecida, teve uma atuação marcante junto ao Império e à Província até o ano de 1878, quando, sob o comando de José da Cunha Santos Júnior, transformou-se na Associação Comercial do Maranhão.
Pontos altos da programação deste mês de agosto: dia 20, a Sessão Solene, na Câmara dos Vereadores, proposta pelo vereador Ricardo Diniz; dia 23, a Sessão Solene na Assembleia Legislativa, de proposição do deputado estadual Adriano Sarney; e dia 21, a solenidade magna pelos 165 anos, com a entrega da medalha dos 165 anos para os Ex-Presidentes da Casa.
Nessa noite será feito o lançamento do teaser do documentário “História do Comércio do Maranhão”, dirigido pelo cineasta Arturo Saboia, que trava um panorama da formação econômica do estado e contribuições da ACM.

União estável
É preciso mais do que namorar por um mês e meio e morar junto por 15 dias para configurar uma união estável.
É o que decidiu, na última terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Entendimento firmado deve basear decisões tomadas por diversas instâncias judiciais.

União estável 2
Os ministros da quarta turma do tribunal analisavam a situação de um casal de Mato Grosso do Sul. Depois do namoro de 45 dias e das duas semanas sob o mesmo teto, o homem morreu. A mulher ingressou com uma ação na Justiça pedindo que a união estável fosse admitida.
Em primeira instância, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul havia reconhecido o vínculo, considerando que o casal estava com data marcada para oficializar a união.
Os ministros do STJ tiveram entendimento contrário, por unanimidade, e anularam a decisão anterior.

TRIVIAL VARIADO

O juiz federal Roberto Carvalho Veloso vai receber, na próxima quinta-feira, dia 15, a Medalha do Mérito Legislativo “Manuel Beckman”, concedida pela Assembleia Legislativa do Estado.

O que é fascismo de butique? É gente que transforma suas pequenas manias em pautas universais, do tipo: “A humanidade tem que viver como eu acho que ela deve viver”.
A pesquisa XP/Ipespe constatou que o vazamento das conversas de procuradores não altera a opinião de 49% dos entrevistados sobre a Lava-Jato. Para 29%, a divulgação dos diálogos muda para pior a percepção sobre a força-tarefa, enquanto 13% responderam que altera
para melhor.

A reitora da UFMA, professora Nair Portela Coutinho está convidando para o Júri Simulado “O caso Pontes Visgueiro”, baseado no livro “O crime do desembargador Pontes Visgueiro”, de autoria do Prof. Eulálio Figueiredo.

Em tempo: o evento, no próximo dia 14, é alusivo ao Dia Maranhense de Combate à Violência de Gênero Contra a Mulher. E será realizado na Cidade Universitária Dom Delgado.

DE RELANCE

Balões de ensaio
Está aberta a temporada dos balões de ensaio da reforma tributária. É aquele momento clássico em Brasília em que o governo testa a eficácia e a popularidade das medidas, antes de consolidar um texto e enviá-lo ao Congresso. A reedição da CPMF, maquiada ou fantasiada, é o melhor exemplo. Apesar de ter um modelo em estudo na equipe econômica, a proposta foi imediatamente rechaçada e o próprio presidente Jair Bolsonaro negou que tenha intenção de relançar a contribuição.

Balões de ensaio 2
O mesmo serve para o novo Imposto de Renda, com a devida correção, mas sem as deduções nas áreas de saúde e educação. De acordo com a resposta do empresariado, da opinião pública e com as convicções da turma do ministro da Economia, Paulo Guedes, o Palácio do Planalto vai calibrando o texto. Na prática, existem três ideias de reforma tramitando. Na equipe de Bolsonaro, já tem até ministro apostando que não há possibilidade de votar as mudanças na esfera tributária ainda neste ano.

A vez do Senado
Chegou ao Senado, na quinta-feira, o texto da reforma da Previdência aprovado pela Câmara. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a senadora Simone Tebet prevê que os colegas terminarão de apreciar a proposta na primeira quinzena de outubro.

Uma visita festejada
Estão em São Luís para rever os encantos da cidade, o arquiteto e designer de joias maranhense Fernando Américo da Costa Souza, radicado em Londres há vinte anos, e seu companheiro, o médico inglês John Boots. Aqui, aproveitam para rever familiares, fazendo a alegria de Virginia e Ricardo Duailibe, Cristiana e Ricardo Costa, Rogério Duailibe, Kleber Moreira e família.

Amor não tem idade
No domingo, Dia dos Pais, um dos exemplos de semelhança física mais comentados foi de Kirk Douglas e seu filho Michael Douglas. Considerado um dos grandes ícones da histórica Era de Ouro de Hollywood, o ator Kirk Douglas cunhou uma marca na indústria do entretenimento que jamais será apagada. Ele se casou com a filantropa e produtora Anne Buydens em 1954. De origem alemã, sua postura séria e delicada ao mesmo tempo chamou a atenção do ator.

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E se você sonha em envelhecer ao lado da pessoa amada, tome Kirk Douglas e Anne Buydens como exemplo: ela tem 100 anos, enquanto Kirk tem 102! Neste ano, o casal completou 65 anos juntos: são bodas de pérola negra! Próximos de seu último adeus, os dois podem partir com orgulho de uma bela história vivida aqui.

Alteração no ‘habite-se’
O documento conhecido por ‘habite-se’, que serve como uma autorização para a regularização de moradias, já não é mais necessário para residências de um só pavimento construídas há mais de cinco anos, conforme sinalizou lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana. A Lei 13.865/19 dispensa o ‘habite-se’ antes expedido pelas prefeituras municipais.

Alteração no ‘habite-se’ 2
O objetivo é reduzir os trâmites burocráticos para famílias de baixa renda, habituadas a construir casas em áreas de urbanização precária. Não ficou claro na nova lei se a prefeitura deverá continuar a exercer a fiscalização de expansões dos projetos originais, os chamados ‘puxadinhos’, que reúnem grupos para o ato de ‘bater laje’, como é popularmente conhecido em Salvador.

Para escrever na pedra:
“Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno Carnaval”. De Vinicius de Morais.

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