Editorial

Uma bela ação do país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Quando o assunto é saúde, em muitos casos, o Brasil vai na contramão das políticas do setor desenvolvidas por outros países. Mas, neste caso, ponto para o país que, atualmente, segundo estudo, é referência mundial no combate ao tabagismo - responsável por diversas doenças e, consequentemente, por milhares de mortes. Não custa lembrar que em anos passados, fumava-se dentro de avião, dentro do cinema, em restaurantes, e outros locais.

O Relatório da OMS sobre a Epidemia Mundial do Tabaco revela que o Brasil é o segundo país do mundo a alcançar o mais alto nível das medidas de controle do tabaco. Isso significa ter conseguido implantar as melhores estratégias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Brasil e a Turquia são as duas únicas nações do mundo com sucesso nas ações governamentais dessa área. Com o resultado, o Brasil se destaca como referência internacional no combate ao tabagismo, dentre os 171 países que aderiram às medidas globais da OMS.

O perfil de quem fuma no Brasil tem mudado com o passar dos anos. Segundo a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em 2018, 9% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar, sendo que em 2006, ano da primeira edição da pesquisa, esse percentual era de 15%. Nos últimos 13 anos, a população entrevistada reduziu em 40% o consumo do tabaco, o que reforça a tendência nacional de queda constante desse hábito nocivo para a saúde.

O documento da OMS mostra que 5 bilhões de pessoas vivem hoje em países que têm medidas de controle de tabaco, como embalagens com imagens chocantes de advertência. O número representa quatro vezes mais pessoas do que há uma década.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o relatório, atualmente em sua sétima edição, "corrobora a posição do país como referência internacional no combate ao tabagismo", e ressaltou que "dentre os 171 países que aderiram às medidas globais da OMS, apenas o Brasil se juntou à Turquia como as duas únicas nações do mundo a implementarem ações governamentais de sucesso". Isso significa ter implementado as melhores práticas e conseguido cumprir as estratégias propostas pela OMS.

Apoiar a população que quer largar o vício ao tabaco é, segundo a OMS, a política mais sub-implementada em termos de número de países que oferecem cobertura total: apenas 23 países oferecem esses serviços completos em todo o mundo. O Brasil está neste seleto grupo. A queda no tabagismo nos países é expressiva: o país já bateu a meta global, que é reduzir o percentual de fumantes na população para 15%.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre 2005 e 2016 quase 1,6 milhão de brasileiros realizaram tratamento para parar de fumar na rede pública de saúde. O tratamento do tabagismo é oferecido em mais de 4 mil unidades de saúde, a maioria (91%) na Atenção Primária, a porta de entrada do SUS, de acordo com o relatório da OMS.

Em 2017, o total de fumantes na população brasileira era de 10,1%, segundo o Ministério da Saúde. Em 1989, 34,8% da população brasileira fumava, segundo a OMS. Uma estimativa publicada em estudo na revista "PLOS Medicine" em 2012 aponta que cerca de 420 mil mortes foram evitadas no Brasil por políticas públicas implementadas entre 1989 e 2010.

Atualmente, no mundo, 2,4 bilhões de pessoas vivem em países que possuem programas completos de cessação do tabagismo. O número representa um avanço em relação a 2007, quando apenas 400 milhões de pessoas tinham acesso a esses serviços.

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