Requalificação

Apesar de chuvas, obras da Rua Grande têm entrega confirmada para agosto

Serviços de pavimentação nas calçadas da última etapa do projeto já estão sendo finalizados; quase 34 mil m² de rua foram requalificados

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

[e-s001]Apesar das chuvas que têm atingido São Luís com constância no mês de ju­lho, as obras de requalificação da Rua Grande seguem de maneira acelerada. A entrega da obra completa deverá ocorrer em meados do mês de agosto, completando os trabalhos realizados em parceria entre Prefeitura de São Luís e Governo Federal, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e integra o pacote de ações que vêm sendo executadas para a revitalização do centro da cidade.

Os serviços de pavimentação nas calçadas da última etapa do projeto já estão sendo finalizados. O espaço já recebeu serviços de esgotamento sanitário e obras de drenagem profunda, pavimento das calçadas e do meio da via. Até a nona quadra já foram realizados serviços como drenagem, esgotamento sanitário, calçamento e pavimentação em concreto intertravado, restando a instalação da iluminação e do mobiliário urbano.

“Nossa intenção é dar ao centro de São Luís maior acessibilidade, favorecendo tanto os consumidores, quanto quem trabalha no lo­cal”, comenta o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary. Além do investimento beneficiar moradores, consumidores e trabalhadores, os visitantes e turistas que resolvem passear pela principal via de comércio popular da capital, sentem o clima mais agradável com as instalações re­cém-reformadas.

Estrutura

Estruturalmente, o escoamento de água na nova Rua Grande impede que possíveis alagamentos atrapalhem o andamento dos serviços. O projeto da Rua Grande também segue em fase de instalação de mobiliário urbano e nova iluminação, entre a sexta e a décima quadra. “A revitalização da Rua Grande vai beneficiar as pessoas que frequentam o principal centro comercial da cidade, impulsionando o comércio na região. Esse é um dos maiores ganhos da cidade”, diz Edivaldo Holanda Júnior, prefeito de São Luís.

A reforma abrange uma série de ações que somam mais de R$ 51 milhões em investimento. Desta quantia, R$ 38 milhões vieram do Governo Federal. Com a conclusão da reforma de quase 34 mil m² do Centro Histórico, que vão do Largo do Carmo até o cruzamento com a Rua do Passeio, além do Complexo Deodoro, a obra finaliza com a implantação de fachadas e revisão dos sistemas de saneamento básico e de sinalização.

As quatro primeiras quadras da via foram entregues dia 22 de dezembro do ano passado, com as obras do Complexo Deodoro. A área, entre a Rua do Passeio e a Rua dos Craveiros recebeu, entre outros serviços, novo piso de bloquete intertravado, sistema de esgotamento sanitário, obras de drenagem profunda, instalação elétrica subterrânea e novo posteamento de iluminação pública. O espaço foi contemplado, ainda, com bancos confeccionados em madeira e aço. Todas as quadras têm o mesmo padrão.

[e-s001]Novas obras
Duas novas obras no Centro Histórico de São Luís foram anunciadas no último dia 15 de julho, pela presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, durante assinatura do Termo de Compromisso entre o órgão, Prefeitura da cidade e Companhia Vale para execução dos serviços de requalificação da Praça João Lisboa, Largo do Carmo e entorno, contemplando, inclusive, a Rua de Nazaré e os abrigos, no Centro, e a construção da Praça das Mercês, no Desterro, na área, atualmente vazia, onde funcionou a Fábrica Oleama. As obras devem começar no segundo semestre de 2019, com cronograma previsto em pou­co mais de um ano.

O investimento de R$ 11,5 milhões, concedido pela Vale, proporcionará as novas intervenções do Iphan em São Luís. De acordo com a apresentação feita pela equipe do Iphan, as obras em mais de 12 mil metros quadrados do Largo do Carmo e Praça João Lisboa contarão com ampliação dos espaços para pedestres, adequações às normas de acessibilidade, nova pavimentação da Rua Nazaré e uniformização do pavimento das vias em paralelepípedos com reaproveitamento de peças retiradas da Rua Grande.

Já na Praça das Mercês, que será a nova porta de entrada do Centro Histórico, a área construída chegará a 11.734 metros quadrados, e o novo espaço contará com estacionamento de ônibus e demais veículos, área para eventos com arquibancada, arborização, equipamentos de ginástica para idosos e deficientes físicos, quadra poliesportiva, pista de skate, posto policial e um mirante. Além disso, por se tratar de uma das principais áreas de chegada e saída de navios negreiros a São Luís, a praça terá um Memorial da Escravidão, com painéis artísticos para exaltação de tradições herdadas dos escravos que habitaram o estado.

Integrando as mais de 40 intervenções do Iphan programadas para a capital - com 11 entregues, até o momento -, estimadas em R$ 133 milhões em serviços, as obras anunciadas refletem, diretamente, na valorização histórico e cultural que os espaços abrangem, quer seja para a população local ou para a trajetória da humanidade mundial, além de reforçar a importância de São Luís dentre os 1011 sítios tombados por seus patrimônios e contribuições para a história do mundo.

As obras, que fazem parte do programa Patrimônio Mais Turismo - ainda não têm prazo definido para início mas, segundo previsão, devem começar em setembro, após a assinatura da Ordem de Serviço, pelo presidente Jair Bolsonaro, na entrega da Rua Grande, em agosto.

Centro digital
Nas praças Pedro II e Benedito Leite, estão funcionando, em fase de teste, internet via wi-fi gratuita. A iniciativa é fruto da parceria da Prefeitura de São Luís, por meio das secretarias municipais de Governo (Semgov) e de Informação e Tecnologia (Semit), com a Wiki Telecom, empresa maranhense que tem fibra óptica espalhada por todo o Maranhão.
O serviço visa ampliar a inclusão digital da população, vai promover a cidadania digital e fortalecer também o trabalho de revitalização que vem sendo realizado no Centro Histórico da cidade.

SAIBA MAIS

Chuvas fora de época?

Parece estranho ocorrer constantes chuvas, sobretudo na porção norte do estado no mês de julho. Mas, segundo os meteorologistas do Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental (NuGeo), estranho é não ter. Julho é um mês conhecido como mês de transição climática, em que os efeitos do tempo chuvoso seguem frequentes, assim como o calor mais escaldante, típico no verão do Nordeste.

Essa mudança climática pode trazer consequências, como o aumento nos focos de incêndio, sobretudo no sul do estado. Até o dia 14 de julho, 2.083 focos de incêndio foram registrados em solo maranhense, tornando-o o quarto estado com em maior número de queimadas. Essa transição também pode trazer alguns riscos à saúde, como, por exemplo, o aumento no número de doenças respiratórias. Apesar disso, a mudança climática em 2019 não será diferente da vista nos anos anteriores.

O clima na capital deve se manter na faixa de 30ºC a 32ºC, na máxima, e de 25ºC e 24ºC, na mínima. Fora isso, o que deve variar é a sensação térmica. “Em lugares arborizados, as temperaturas são, obviamente, mais amenas”, diz Andrea Cerqueira, meteorologista no NuGeo. No norte do Maranhão, o período de estiagem deve começar, de fato, em agosto. Esse período deve se manter até novembro, onde é esperado que as chuvas voltem a cair com mais frequência, anunciando mais um período de transição de estações.

“Acreditamos que as chuvas devem voltar a cair entre novembro e dezembro, como em 2018. Lembrando que o que aconteceu no último ano não foi um fator incomum. A falta das chuvas nesses meses é um indício de mudança climática”, finaliza a meteorologista.

Os sinais físicos e os impactos socioeconômicos deixados pela mudança climática estão cada vez maiores devido às emissões de gases de efeito estufa sem precedentes, provocando um aumento das temperaturas mundiais a níveis perigosos, e tornando ainda mais fortes os períodos chuvosos e as estiagens.

Segundo o relatório mais recente da Organização Meteorológica Mundial (OMM) sobre o estado do clima mundial, correspondente a 2018, a elevação recorde do nível do mar, assim como das temperaturas terrestres e oceânicas, foram destacadas. Não distante disso, as consequências podem ser vistas de maneira clara no Maranhão.

Os meses de novembro e dezembro de 2019 foram marcantes no estado, que foi atingindo por temporais iniciados a partir de efeitos da Oscilação Madden e Julian, também conhecidas como oscilações 30-60 dias, que acontecem, normalmente, em anos de El Niño. Em novembro, as chuvas foram sete vezes mais fortes do que o esperado com os números base. Em dezembro, as chuvas ultrapassaram em quatro vezes as estatísticas. Em todos os seis primeiros meses de 2019, as chuvas também foram maiores do que o esperado, chegando a bater recorde em março, com 752 milímetros de média em São Luís, representando 75% acima do previsto.

Praça João Lisboa e Largo do Carmo

A Praça João Lisboa ou Largo do Carmo é um dos mais antigos logradouros da cidade de São Luís. Ligada a fatos históricos importantes, como a batalha entre holandeses e portugueses, em 1643, a Praça João Francisco Lisboa sediou a primeira feira e o primeiro abrigo público de São Luís. Também ficou conhecida por ser, durante muitos anos, palco da tradicional festa de Santa Filomena.

O título atual veio em 1901, em homenagem ao escritor e jornalista maranhense João Lisboa. Para completar o tributo, dez anos depois foi instalada uma estátua da personalidade, sendo inaugurada em 1918. O largo sofreu inúmeras reformas e, na administração do prefeito Haroldo Tavares, foi renomeada de Largo do Carmo. Esse nome explica-se por aí se encontrar o Convento e Igreja Nossa Sra. de Monte Carmelo. Nessa área, tombados pelo Iphan, situam-se o prédio dos Diários Associados, o solar dos Belford, o Sobrado nº 328, com características do primeiro quartel do século XIX, o de nº 37 e a Igreja e Convento do Carmo.

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