ATENÇÃO

Perigos no litoral requerem atenção durante período de férias

Bombeiros marítimos têm reforçado ações preventivas e orientações a banhistas; além de afogamentos e demais situações de risco, é preciso se manter atento à presença de caravelas, que podem causar queimaduras biológicas

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

[e-s001]Mesmo nos momentos de lazer, é preciso ter cautela quando o am­biente escolhido para aproveitar a folga é a orla de São Luís, principalmente durante o período de férias de julho, quan­do as praias estão mais movimentadas. Afogamentos e demais situações de perigo, principalmente envolvendo crianças, requerem atenção redobrada. Além disso, características climáticas da época, como o tempo seco e ventos fortes, trazem à tona alguns perigos, entre eles as queimaduras biológicas por caravelas. Para alertar visitantes e frequentadores do litoral da capital maranhense, o Batalhão de Bombeiros Marítimos (BBMar) tem realizado ações preventivas nas principais praias da cidade. De 1º de julho até ontem (17), mais de mil abordagens orientativas a banhistas foram realizadas.

No total, 7.577 ações preventivas foram promovidas nas praias onde o BBMar atua - São Marcos, Calhau, Araçagi e do Meio - de janeiro até ontem. O número é 4% a mais que a somatória de todas as atividades deste tipo, realizadas durante todo o ano de 2018, quando 7.224 ações foram feitas pela guarnição. Neste mês, por se tratar do período de férias escolares, as ações foram ainda mais fortalecidas e, de acordo com o titular do BBMar, major Munilso Ro­cha, 1.216 abordagens foram realizadas, orientando banhistas aos cuidados indispensáveis para a diversão segura.

“No mês de julho, já fizemos quase um terço das abordagens realizadas em todo o ano. Isto porque, por estar no período de férias, aumenta o número de frequentadores, e nosso trabalho precisa ser reforçado. A gente entende que, quanto mais abordagens realizamos, menor será o número de ocorrências registradas e, consequentemente, o risco de acidentes graves”, ressaltou.

Como resultado das atividades, desde 2018 não são registrados óbitos por afogamento nas férias de julho em praias da capital e região metropolitana. Neste mês, um salvamento aquático foi realizado pelo BBMar, na praia do Caolho. Um senhor de 50 anos, que não teve a identidade revelada, foi retirado da água, em segurança, após ser avistado pedindo ajuda pelo Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), que contatou os bombeiros em atividade na praia.

Além dos afogamentos e demais situações de risco, outro alerta importante é feito pelos bombeiros marítimos, referente à presença de caravelas (comumente confundidas com águas-vivas), frequente nesta época do ano. “Os ventos fortes e o tempo seco, comuns durante o segundo semestre do ano, são características propícias para o aparecimento das caravelas. Na água, é um pouco mais difícil de identificá-las. Já na areia é muito fácil, mas é importante evitar qualquer tipo de contato e manter atenção nas crianças, que costumam ser mais curiosas”, ressaltou Rocha.

Quando se sente ameaçado, o animal solta uma espécie de veneno presente em seus tentáculos e, em contato com a pele humana, pode causar danos denominados como “queimaduras biológicas”. Os acidentes com as caravelas são, em geral, de pequena a média gravidade. Ainda assim, exigem atenção e cuidados. Os machucados costumam deixar marcas avermelhadas, que podem ser muito dolorosas e, em alguns casos, necessitam de atendimento médico.

“Quando identificamos estas ocorrências, realizamos um atendimento prévio. Orientamos os banhistas e recomendamos que procurem um médico, quando não realizamos esse direcionamento imediato, em casos mais graves. Algumas pessoas apresentam alergia ao material expelido por esses animais e podem ter até falta de ar. Portanto, exige o acompanhamen­to de especialistas”, explicou o ma­jor.

O recomendado é que, após o acidente, o banhista saia da água imediatamente, para evitar novamente o contato com o animal. No momento, a sensação é de ardência. Em caso de febre, enjoo, tontura, cefaleia, dor de cabeça, vômito e arritmia cardíaca, a vítima deve procurar um médico, pois, como esclareceu Munilso Rocha, isto pode indicar que o acidente foi mais grave. Os sintomas podem surgir até 24 horas depois do contato com o animal.

SAIBA MAIS

[e-s001]Não cometa esses erros

Sentiu as dores do veneno da água-viva ou da caravela? Saia da água e não tente tirar os tentáculos da pele. Confira abaixo o passo a passo do que fazer depois disso, conforme orientações da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático:

– Lave a área afetada. Lave com bastante água, mas não se esqueça: água salgada. Não use água potável ou mineral pois pode aumentar a dor. Usar vinagre para a limpeza ferimento ajuda a neutralizar a ação do veneno;

– Não lave com urina, pasta de dente, pomada ou qualquer outro produto. A urina pode infeccionar a região afetada, e os demais produtos tendem mais a prejudicar do que aliviar;
– Não tente retirar os tentáculos usando uma toalha ou pano. Esfregar a pele pode liberar ainda mais veneno dos tentáculos. Retire os tentáculos usando água salgada e com a ajuda de uma pinça ou usando luvas. Em seguida, lave o local novamente.

Orientações para diminuir o risco de acidente

Na praia, prefira ficar próximo ao posto dos guarda-vidas. Pergunte a eles como são as condições do mar naquele local, se há correntes fortes, buracos ou pedras que possam oferecer riscos;
– Não se afaste da margem. Fique em um local onde a água atinja no máximo a linha da cintura. Siga o ditado: “Água no umbigo, sinal de perigo”;
– Evite nadar nos pontos onde os rios deságuam, pois as correntes nestes locais costumam ser fortes;
– É preciso tomar cuidado especial com as crianças, para que elas não se percam ou corram risco de afogamento. Poucos segundos de distração são suficientes para que uma tragédia aconteça;
– Evite entrar na água após a ingestão de bebidas alcoólicas;
– Evite entrar no mar após refeições, pois existe o risco de sofrer fadiga ou algum mal súbito, o que dentro da água pode ser fatal;
– Evite se divertir no mar usando boias, câmaras de ar ou colchões infláveis. Existe o risco de a pessoa se soltar deste tipo de objeto e se afogar. Várias ocorrências de afogamento começaram por causa do uso de boias;
– Muito cuidado ao tentar salvar uma vítima de afogamento, caso você não tenha conhecimento técnico para isso. Se presenciar um afogamento, chame imediatamente o socorro e tente jogar objetos flutuantes em direção à vítima (pranchas, boias, bolas, pedaços de isopor ou mesmo uma garrafa pet vazia e fechada);
– Evite brincadeiras que possam provocar algum acidente dentro d’água;
– Evite a área de arrebentação de ondas;
– Evite entrar no mar sozinho e prefira nadar na direção paralela à praia. Não seja imprudente, mesmo quem sabe nadar pode sofrer afogamento, caso aconteça um mal súbito ou ocorra uma cãibra;
– Se perceber o mar muito agitado, evite entrar na água naquele momento;
– A maior parte destas orientações serve também para quando estiver se divertindo na água doce. Mas com cuidado redobrado, pois em rios e lagoas é mais difícil flutuar.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.