COLUNA

Alcântara: mais um capítulo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

Mais uma comissão da Câmara dos Deputados terá suas atenções voltadas para o Maranhão. Depois da Segurança, que ouvirá o ex-delegado Tiago Bardal e o delegado Ney Anderson Gaspar sobre espionagem a desembargadores e políticos e a de Fiscalização, que vai vistoriar, na quinta-feira, 4, o Porto do Itaqui, agora é a Comissão de Direitos Humanos que se volta para o estado.
A comissão virá ao Maranhão (na quinta e sexta-feira desta semana) para que os membros (que inclui os maranhenses Márcio Jerry e Bira do Pindaré) verifiquem a situação das comunidades quilombolas em Alcântara. A questão diz respeito ao Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) feito entre o Brasil e os Estados Unidos para a exploração comercial da Base de Alcântara com tecnologia norte-americana.
Esta visita é fruto de um acordo com a base governista para que o relatório do deputado Hildo Rocha (MDB) seja votado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Somente após a visita às comunidades quilombolas é que o relatório deve ser apreciado.
Na semana passada, Hildo Rocha até tentou colocar seu parecer para votação, mas deputados de oposição obstruíram a apreciação.
Este é mais um capítulo referente à novela do “aluguel” da Base de Alcântara, que incluiu visita do ministro de Ciências e Tecnologia, Marcos Pontes, e de uma comitiva grande de deputados e senadores à cidade maranhense, e também a uma base espacial na Guiana.

Manobra
Para deputados de oposição ao governo estadual, a visita da Comissão de Direitos Humanos é apenas uma maneira que Márcio Jerry e Bira do Pindaré encontraram para tentar desviar a atenção para a vistoria ao Porto do Itaqui.
Esta seria mais uma tentativa de barrar a vistoria que, além de membros da Comissão de Fiscalização da Câmara, terá a presenta do TCU e CGU.
A outra tentativa para evitar a vistoria foi uma viagem que será feita pelo presidente da Emap, Ted Lago. Mas mesmo com a viagem, a vistoria ao Porto do Itaqui está mantida.

Trocas I
O governador Flávio Dino (PCdoB) anunciou mudanças em sua equipe de governo. Foram quatro mudanças.
Entre elas, o que mais chamou atenção foi a saída de Diego Galdino da Secretaria Estadual de Cultura. Ele foi para a burocrática Secretaria de Governo, antes ocupada por Antônio Nunes.
E esta mudança chama atenção, porque Galdino vinha recebendo elogios pelas festas juninas deste ano. Nos bastidores, as conversas afirmam que a “promoção” anunciada pelo Palácio dos Leões não foi nada boa.

Trocas II
Antônio Nunes, que já foi do Detran e depois Governo, vai comandar a Empresa Maranhão Parcerias, até então desconhecida.
Para a Cultura, foi nomeado Anderson Lindoso, que estava como secretário adjunto de Educação. E Maycon Pinheiro para comandar o Iprev.
Antes dessas mudanças, Dino havia anunciado troca no comando do Procon. Karen Barros seria substituída pelo advogado Carlos Sérgio Barros. No entanto, esta mudança não se concretizou.

Mudanças partidárias
O Partido Republicano (PR), comandado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, tem um novo membro. O também deputado federal, Pastor Gildenemyr, se filiou à legenda.
Para que fosse concretizada a filiação, Gildenemyr colocou ao conselho da Assembleia de Deus - da qual faz parte - o convite feito por Maranhãozinho.
Os pastores concordaram com a ida de Gildenemyr para o PR, e agora o partido terá três deputados federais. Além de Josimar e Gildenemyr, também é da sigla Júnior Lourenço.

Destino
O pastor Gildenemyr foi eleito pelo PMN, mesmo partido do deputado Eduardo Braide. No entanto, a legenda não alcançou as cláusulas de desempenho.
Devido a isso, os dois deputados passaram a buscar novas siglas. No caso do pastor, houve conversas com o PSL, mas a ida para o partido não se concretizou.
No caso de Braide, não há previsão sobre o destino do parlamentar. Chegou-se a cogitar o Podemos, de Aluisio Mendes, mas as conversas não avançaram.

Apoios
Pré-candidato do PDT à Prefeitura de São Luís, o vereador Osmar Filho, presidente da Câmara Municipal, segue ampliando o leque de apoios para se viabilizar para a disputa de 2020.
Neste fim de semana, três vereadores - Paulo Victor (PTC), Bárbara Soeiro (PSC) e Nato Júnior (PP) - declararam que estarão com o pedetista na corrida eleitoral.
Outros parlamentares já haviam declarado apoio à pré-candidatura do presidente da Câmara de São Luís.

DE OLHO

R$ 659 milhões é o valor já pago pelo governo estadual em encargos especiais que nada mais são do que parcelas de empréstimos. Estes encargos são responsáveis por 20% do total de gastos da gestão.

E MAIS

• Os novos apoios ocorreram dias após o senador Weverton Rocha, presidente do PDT no Maranhão, afirmar que Osmar Filho é o nome do partido para a sucessão municipal.

• Os depoimentos do ex-delegado Tiago Bardal e do delegado Ney Anderson Gaspar estão confirmados para hoje à tarde, na Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, em Brasília.

• Bardal e Anderson serão ouvidos pelos deputados federal sobre a acusação que fizeram contra o secretário estadual de Segurança, Jefferson Portela, que teria determinado a espionagem a desembargadores e políticos.

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