CUIDADO

Período junino exige atenção para consumo de comidas em arraiais

Especialistas alertam para os riscos de intoxicações alimentares e infecções intestinais, comuns em épocas festivas; alimentos são mais suscetíveis a proporcionar problemas digestivos e intestinais

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Alimentos consumidos em arraiais podem oferecer perigo se não forem preparados e armazenados com cuidado
Alimentos consumidos em arraiais podem oferecer perigo se não forem preparados e armazenados com cuidado (comida)

SÃO LUÍS - A culinária característica do período junino representa uma das grandes atrações de arraiais e quermesses espalhadas por São Luís. Apesar do sabor delicioso, pratos típicos como arroz de cuxá, tortas de camarão e caranguejo, além dos doces à base de milho, por exemplo, podem oferecer perigos ao trato digestivo, caso seu preparo e armazenamento não sigam os cuidados essenciais. Especialistas alertam para os riscos de intoxicações alimentares e infecções intestinais, comuns em épocas festivas. Optar por alimentos frescos e higiene são alguns cuidados importantes para não precisar interromper as comemorações e aproveitar o melhor da gastronomia maranhense com segurança.

As festas em homenagem aos santos juninos – Santo Antônio, São João e São Pedro – coincidem com as altas temperaturas do fim do período chuvoso. Nesta época de transição, é maior a proliferação de vírus e bactérias que podem causar intoxicação alimentar. O perigo está na ingestão de alimentos manipulados de forma incorreta, o que causa as contaminações. Pratos e refeições comercializados em barracas ou na rua, exigem maior atenção quanto ao armazenamento e manuseio.

“Alguns vendedores ambulantes não têm apoio de refrigeradores e fazem o manuseio dos alimentos com higiene precária. Quem trabalha com comida precisa lavar as mãos, pois a contaminação por estafilococos é uma fonte de infecção intestinal grave”, destacou o cirurgião geral Tarcísio Carneiro, do Hapvida Saúde.

Ainda de acordo com o médico, alguns alimentos são mais suscetíveis a proporcionar problemas digestivos e intestinais, como os de origem animal, que estragam mais facilmente. “Carnes, frango e ovos, por exemplo, já vêm com bactérias, mas é a forma do armazenamento que faz com que elas se multipliquem e causem doenças. A contaminação pode acontecer dentro do supermercado ou em casa, devido a refrigeração inadequada”, explicou o especialista.

Prevenção
Devido aos riscos, é preciso, também, ter atenção ao cozinhar em casa e não apenas observar o que é ingerido na rua. “Um grande problema de contaminação é dentro das casas, devido ao manuseio inadequado e ao armazenamento dos alimentos. A refeição pronta, que fica fora da geladeira por mais de duas horas, precisa ser fervida novamente antes da ingestão, pois pode conter bactérias, fungos, toxinas, vírus e causar um surto de infecção intestinal”, orientou.

Cuidados

É preciso tomar cuidado em vários aspectos, principalmente quanto a higiene. Esta dica não é só importante para quem vai preparar os alimentos para comercialização, mas também para quem vai consumi-los. Não menos importante que cuidar da higiene, quanto para quem prepara e para quem vai consumir, é garantir e ter garantia da qualidade dos alimentos a serem consumidos. Infelizmente, ainda há quem prepare os alimentos a serem comercializados de qualquer forma e em qualquer ambiente, condições que podem comprometer a saúde pública.

O Estado manteve contato com a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís para questionar como vêm sendo feitas as vistorias e fiscalizações a barracas de arraiais da cidade, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Dicas

– Preferir alimentos frescos e evitar consumir aqueles que estejam expostos há muito tempo (alimentos expostos há muito tempo, ao alcance do público, pode ser contaminado através de gotículas de saliva e da poeira, depende do local onde esteja instalada a barraca de comidas, sendo um meio de cultura fácil para a proliferação de germes);

– Caldo, canjica e mingau devem ser servidos quentes; não confundir o quente com o morno, pois isso pode levar a contaminação, em vista do tempo em que o alimento ficou mantido em determinado recipiente;

– Alguns alimentos, preparados indevidamente, por quem deixou, inclusive, de lavar as mãos, podem a contaminação por bactérias que liberam toxinas, a desenvolver sintomas no indivíduo muito tempo depois da ingestão. Por isso, é importante se certificar do alimento que vai ser consumido.

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