Editorial

Um ato muito importante

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

Na última sexta-feira, 14, Dia Mundial do Doador de Sangue, foram lançados apelos de hemocentros de todo o país para doações neste período do ano, que registra quedas significativas nos estoques dos bancos públicos e privados. Vale lembrar que a campanha Junho Vermelho ganhou status de lei estadual em 15 de março de 2017 (Lei nº 16.386). Somente aqueles que enfrentam uma dificuldade e precisam da doação para que familiares ou amigos possam sobreviver sabem da importância desse ato. É um pequeno gesto, individual e gratuito, mas com consequências expressivas.

Segundo levantamento, foi constatado que, atualmente, as pessoas estão menos propensas a sair de casa para doar sangue, reduzindo consideravelmente a oferta dos estoques dos hemocentros. Daí a grande necessidade de doar, afinal, os hospitais atendem desde vítimas de acidentes de trânsito e da violência urbana até os portadores de doenças que requerem transfusões sanguíneas como câncer, anemia falciforme e outras patologias, incluindo os procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, como transplantes e cirurgias cardíacas.

De acordo com uma pesquisa feita em 2017 pelo Eu Dou Sangue em parceria com o Instituto Datafolha, cerca de 92% dos brasileiros disseram não ter doado sangue entre junho de 2016 e junho de 2017. E mais: 39% dos brasileiros admitem não saber qual é seu tipo de sangue. O estudo, que ouviu 2.771 entrevistados em todo o país, mostrou que o desconhecimento é maior entre os homens (44%) do que entre as mulheres (35%). Assim como a maioria dos jovens (52%), na faixa dos 16 aos 24 anos, também desconhecem esse aspecto de seu próprio corpo.

O país possui 32 hemocentros coordenadores e outros 2.066 serviços de coleta ligados ao Sistema Único de Saúde. Em 2018, foram investidos R$ 1,3 milhão em qualificação de profissionais, modernização e fornecimento de medicamentos para a rede. Para este ano o mesmo valor está previsto para investimentos nos serviços da rede de coleta de sangue.

Dezesseis brasileiros em cada mil são doadores de sangue, o que representa 1,6% do total da população. A estimativa é de que 66% dessas doações sejam espontâneas, ou seja, de pessoas que buscam os centros de doação voluntariamente. A média de doações no país está dentro da meta da Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza que entre 1% e 3% dos habitantes de um país sejam doadores de sangue. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos anos, as taxas de doação ficaram estáveis, o que demonstra que há uma conscientização da população. No entanto, é necessário fortalecer as ações que estimulam a doação voluntária para manutenção dos estoques no país. Em 2017, foram coletadas 3,4 milhões de bolsas de sangue e realizadas 2,8 milhões de transfusões. Desse total, 34% correspondem à doação de reposição - quando o indivíduo doa para atender à necessidade de um paciente.

A doação é segura e todo o sangue coletado é testado para HIV, Hepatite C e B, respeitando a “janela imunológica” dessas doenças - aquele tempo em que o vírus já está presente no doador, mas ainda não é possível sua detecção. Por isso, o processo que antecede a doação é composto por entrevista em que é avaliado o estado de saúde do paciente. Homens podem fazer quatro doações anuais e mulheres três. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

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