O diálogo entre as associações comunitárias de algumas cidades vizinhas à Estrada de Ferro Carajás no Maranhão e a Vale, responsável pela operação da ferrovia, tem viabilizado o fornecimento de água potável em bairros onde esse serviço básico não acontecia há anos. A parceria tem sido possível graças à organização das associações e ao modelo de parceria firmado: a Vale doa os recursos e a associação se responsabiliza pela contratação da empresa e acompanhamento da obra.
Em cerca de quatro anos, foram 12 sistemas de abastecimento simplificado entregues, beneficiando diretamente 4.512 pessoas. O investimento inclui a perfuração de poço, encanação e bombeamento. No mercado, o custo médio para perfurar um poço artesiano chega a R$ 100 mil, sem incluir os aparatos que fazem o bombeamento até a torneira.
“É uma relação de parceria. As comunidades apresentam suas necessidades e juntos, considerando disponibilidade de recursos e outras questões, definimos a prioridade a ser executada. O que temos percebido é que para muitos dos nossos vizinhos na ferrovia, a água está no topo da lista e não poderia ser diferente. Sem água não se vive. Para agilizar o processo, a parceria com as associações tem sido uma boa saída. Eles recebem o recurso, contratam e participam de todo o processo, agindo como donos”, afirmou Cristina Freire, gerente de Sustentabilidade da Vale na região.
A última inauguração realizada nessa modalidade aconteceu em maio, na comunidade de Vila Bahia, município de Santa Rita, com 1.750 pessoas beneficiadas diretamente pelo sistema implantado. “Há 19 anos eu moro aqui e nesse tempo todo eu vivia sem água. Parece sonho, ver água aqui do lado, tão próximo. Para beber e lavar, eu pagava um carroceiro que trazia de longe. E a gente não via uma solução para isso acabar tão cedo. A parceria com a ajuda da associação à frente do projeto revolveu”, comemorou Terciane Cordeiro, moradora da Vila Bahia.
Organização social, parcerias e desenvolvimento
Desde 2013, a Vale desenvolve o Programa de Fortalecimento das Organizações Comunitárias (PFOC) em comunidades ao longo da Estrada de Ferro Carajás. O programa surgiu da necessidade de capacitar lideranças ao longo da ferrovia para que eles estabelecessem um diálogo intersetorial e viabilizassem investimentos em prol das pessoas que vivem em suas comunidades. No Maranhão e Pará, aproximadamente 50 lideranças comunitárias foram certificadas, dentre as 200 que participaram do programa, desenvolvido pela Vale com recursos do projeto de Expansão da Estrada de Ferro Carajás.
Em Lages, no município de Pindaré Mirim, Maria das Graças Prazeres, atual vice-presidente da Associação de Moradores de Lages representa bem o intuito do projeto. Depois de participar do PFOC, Graça começou a liderar a interlocução da sua comunidade junto ao poder público e às empresas que atuam no município. A líder comunitária elaborou um projeto para a construção de uma casa de farinha e obteve aprovação do Governo Federal. Agora estão na fase da compra de equipamentos. Ela diz que a organização ajudou a buscar o diálogo com outras instituições.
“O PFOC nos abriu os olhos para outros órgãos que podem nos ajudar, pois antes a gente só via as empresas. Agora, já temos uma Casa de Farinha aprovada pelo Governo e estamos com um projeto com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para pedir um trator”, concluiu.
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