Editorial

Pela preservação do meio ambiente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

Vale uma reflexão nesta quarta-feira, 5, Dia do Meio Ambiente, sobre a degradação ambiental que atinge o país e que tem como base problemas sociais, uma vez que a qualidade de vida do brasileiro está intimamente ligada à natureza. Não há dúvida de que a poluição representa hoje risco ambiental e um grande desafio para a saúde pública.

As questões ambientais estão sendo amplamente divulgadas nos últimos dias pelos veículos de comunicação em razão de posicionamentos do Governo Federal, que são rebatidos por ambientalistas. Para eles, o discurso antiambiental de autoridades vai de encontro ao que deveria ser protegido.

Uma situação que está preocupando pesquisadores acontece no Maranhão, conforme levantamento: o aumento do número de tartarugas marinhas encontradas mortas nas praias dos Lençóis Maranhenses. Apenas entre 2015 e 2018, a mortandade dos animais mais do que triplicou, passando de 80 para 280, e a explicação para o fenômeno estaria ligada à pesca de arrasto e à poluição.

Segundo a bióloga Larissa Barreto, da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), houve um pico de registros em 2015 em decorrência do início das pesquisas do projeto Queamar (Quelônios Aquáticos do Maranhão), cuja linha de atuação é em ecologia e conservação de tartarugas na zona costeira do estado.

Os dados do Queamar apontam que, de 2004 a 2014, a frequência de encalhes e consequente morte de tartarugas nos Lençóis foi em média de 20%, enquanto em 2015 chegaram a 57% e, em 2016, a 70% de todas as tartarugas que desovaram nas praias do parque. Em 2017 houve uma pequena redução, para 50% de animais mortos. Os dados de 2018 ainda estão sob avaliação.

A espécie que mais encalhou em todo o período foi a tartaruga-verde, mas, em 2017, foi a oliva. A principal causa do fenômeno é a prática de pesca conhecida como rede de arrasto, segundo ela. Além das redes, a poluição dos oceanos e mudanças climáticas contribuem. As tartarugas ingerem acidentalmente plástico descartado nos oceanos com alimentos ou por contato externo. O plástico mata por estrangulamento e sufocamento, conta a bióloga. Ela afirma que, se não houver mudanças urgentes para evitar a exposição dos animais a plásticos e outros perigos recorrentes,"o risco de extinção nas próximas décadas é muito grande".

Segundo avaliação do antropólogo e engenheiro agrônomo Eduardo Brondizio - pesquisador da Unesco - o Brasil publicou um relatório muito bom sobre a biodiversidade no final de 2018. É um relatório que deve ser divulgado e discutido amplamente pela sociedade brasileira. Mostra que as projeções sobre o aumento de temperatura no território brasileiro terão implicações significativas para a biodiversidade nacional.

Por outro lado, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cumpriu a promessa de reduzir o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), cujos membros caíram de 100 para 23. O conselho ficou centralizado na Presidência, com diminuição da representação social, dos estados e dos municípios.

Recentemente, todos os ex-ministros do Meio Ambiente, de diferentes espectros políticos, assinaram um comunicado denunciando o que chamam de desmonte da governança ambiental. Sete dos oito ex-ministros se reuniram e, em coletiva de Imprensa, prometeram ações junto às instituições e mobilização social contra o que chamam de ofensivas contra o meio ambiente, identificaram em um comunicado conjunto, que provocou nota do ministro Salles, em resposta, onde nega as consequências apontadas pelos atos da atual administração.

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